Uma farsa

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No dia seguinte, iniciaram os preparativos para o casamento. Jihyo não estava com nenhum pouco de humor para passar um dia inteiro escolhendo flores, vestidos, decoração, jóias, banquetes ou qualquer coisa que envolvesse aquele casório que servia apenas para garantir a paz dos reinos.

Na verdade, era confuso entender o porquê de estar assim depois de cada momento que passou junto a Sana naquele bosque afastado do reino. Não tinha do reclamar; chegou tão sorridente e tão feliz que de fato era de se estranhar que seu humor estivesse mudado tanto de um dia para o outro.

Irene entrou no quarto de Jihyo já a encontrando sentada em sua mesa escrevendo algo em seu bloco de anotações

- Bom dia, senhora - Falou amigável

- Péssimo dia, Irene. Diga-me, não posso resolver o casamento outro dia?- Parou de escrever por um momento, olhando para a criada

- Na verdade, senhora, de acordo com o rei, já foi adiado demais. Precisa resolver o quanto antes. Já tem quase um mês que sua noiva está aqui

- Certo... Já vi que não vou ter opção mesmo - Suspirou fundo e guardou suas coisas na gaveta da cômoda

Após se preparar como todas as manhãs com a ajuda de sua criada, desceu para se juntar aos outros no desejum.

Seus pais já estavam a mesa e, instantes depois de si, Sana juntou-se aos demais cumprimentando a todos e se desculpando pelo atraso no café.

Os reis já tinham aceitado a norteana tão bem no reino, que não houve necessidade de severidade. Sana apenas sorriu grata a eles e se sentou ao lado de sua futura esposa, como de costume.

Jihyo não estava em um dia amigável, portanto nenhuma palavra dirigiram, e, se dependesse da própria, passaria o dia sem ter contato com ninguém. O que precisava naquele momento era estar só.

- Filha, está tudo bem? Estou lhe sentindo meio distante - O rei perguntou

Jihyo que estava perdida em seus pensamentos, não notou quando seu pai havia lhe dirigido a palavra, e teve de receber uma leve "cutucada" de sua mãe - Perdão, o senhor disse algo?

Ganhou um olhar de reprovação de sua mãe e depois de seu pai. Suspirou fundo, pouco abaixando a cabeça

- Perguntei como vós estás - Esclareceu

- Estou bem. Só não estou de bom humor - Falou com desdém

- Não vai comer? - Foi a vez da rainha falar, logo após notar que Jihyo ainda não havia tocado em seu café

- Não estou com fome - Deixou o guardanapo sobre a mesa - Se me dão licença - Se levantou

- Trate de esperar sua noiva. Não pense que vai fugir da responsabilidade de organizar o casamento - A mãe de Jihyo falou firme, a fazendo soltar um longo suspiro e se sentar

Sana apenas ficou calada o café da manhã inteiro observando os Park um pouco intrigada, queria entender o porquê de Hyo estar agindo daquela forma tão rude. Ela não era assim. Sabia que não.

Após terminar de tomar seu café, se levantou, deixando o guardanapo ao lado esquerdo de seu prato

- Já podemos ir, princesa Park - Sana falou quando já estava em pé

- Vamos logo - Se levantou também, pedindo licença a seus pais

Começaram a andar lado a lado pelo corredor, em silêncio. Era possível notar a impaciência da princesa do centro só na forma como andava e isto estava preocupando Sana.

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