Capítulo 4

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A noite havia chegado, confesso que estava bem curiosa para saber o que meus pais queriam.

Depois de tudo que aconteceu hoje, deduzi que nada poderia ser pior.

Tomei um banho e troquei de roupa, logo em seguida desci para jantar com meus pais e escutar o que eles tinham para dizer

—E então, o que tinham para falar? – eu disse me sentando a mesa e colocando meu prato

—Emma, primeiro quero que saiba que estamos fazendo isso para o seu bem

—Confesso que estou um pouco nervosa ,será que vocês poderiam ir direto ao ponto?

—Eu e sua mãe conversamos bastante sobre o assunto, e como estamos viajando sempre achamos que seria o melhor para você – Meu pai disse seriamente.

-Nós vamos te colocar em um colégio interno – Minha mãe disse por fim

-Desculpe...mas como??- Disse surpresa

-Olha, nós examinamos bem as opções, sei que você tem amigos naquele colégio em que estuda e que não quer ficar longe deles, mas Emma, vai ser melhor, acredite!

—Deixa eu ver se entendi...Vocês querem me tirar do colégio onde praticamente estudei minha adolescência inteira, pra me colocar em um colégio que eu não conheço ninguém e que pra piorar eu passo a semana inteira lá?? É isso????

–Sim, filha – Minha mãe disse – Nós estamos sempre viajando, não sabemos como anda as coisas por aqui. Se você vai ou deixar de ir pra escola, sobre suas amizades, as coisas que te influenciam. Só queremos o seu bem, filha.

—Como se me colocar naquele colégio. Vocês continuariam sem ter noticias minha - Eu disse elevando meu tom de voz

—Emma, por favor se acalme. É para o seu bem.

—VOCÊS NÃO SABEM NADA SOBRE MIM, COMO ACHAM QUE ME COLOCAR EM UM COLÉGIO INTERNO VAI MUDAR ALGUMA COISA? - Me levantei da mesa com raiva

—Eu ja te disse para se acalmar, não me estresse! - Meu pai disse

—Vocês não podem... Vocês não tem esse direito

—Temos sim Emma! – Meu pai disse com um tom de voz elevado – E já fizemos isso! Você vai para la quarta-feira.

—Mas e a Laura? Os outros funcionários – Eu disse confusa e com vontade de chorar – Vocês não podem tirar a Laura perto de mim.

—Eles vão continuar trabalhando aqui, Emma. Menos do que antes, mas continuarão

—Papai, por favor...não faz isso..Eu..Eu..

—Senhor, me desculpe intrometer na conversa, mas Emma esta indo muito bem na escola e não tem motivo algum para o senhor tira-la de lá.

—Eu entendo a sua boa intenção Laura, sei que só quer proteger Emma. Mas a decisão já esta tomada.

—Então é isso...vocês passaram a minha vida inteira viajando, nos víamos 2,3 dias por mês e quando voltam...Querem acabar com a minha vida.

EU. NÃO VOU. PARA.  ESSA. PORCARIA. DE COLÉGIO –Eu disse pausadamente e com a voz embargada de lagrimas. – Perdi a fome. - Me retirei da sala de jantar

Subi para o meu quarto sem acreditar no que eles tinham feito. Eu não quero ficar longe da Laura... Ela é ... Ela é praticamente a minha mãe. Eles não podem fazer isso.

Estava deitada na minha cama quando Laura entra em meu quarto interrompendo meus pensamentos

—Olha, eu tentei convencê-los do contrario, mas eles estão decididos. Eu sinto muito minha pequena. – Ela disse se sentando na cama.

Fiquei em silêncio, enquanto Laura me fazia carinho

—Pensa pelo lado bom... Pelo menos você vai ficar longe daquilo tudo. Não vai mais ter que olhar para a cara do Gabriel e da Sofia todo dia, vai ser bom para você relaxar.

—Eu não quero ficar longe de você – Eu disse ainda deitada – Não posso ficar longe de você Laura .

—E você não vai. Eu irei te buscar todo fim de semana e prometo que sempre que eu sentir saudades irei te visitar. Você pode me ligar quando quiser, sempre estarei contigo... Bem aqui – Ela apontou para a minha cabeça –... E aqui –  Apontou para o meu peito.

—Laura... – Eu disse me sentando na cama

—Oi meu amor

—Eu...

—Pode falar

—Eu... Amo você

—Eu também te amo, Emma. Agora vem cá, me da um abraço – ela disse se arrumando para me dar um abraço

Fiquei abraçada com Laura até pegar no sono. No outro dia percebi que os funcionários não paravam de falar sobre o assunto de ontem. Quando cheguei para tomar café pude perceber o olhar de pena no rosto da Nanda.

Tomei meu café e fui para a área de lazer. Quando eu era pequena e me chateava com algo, ou quando ficava triste com a ausência dos meu pais eu ia para a área de lazer.

La tinha uma piscina e a minha casa da árvore, eu passava a maior parte do tempo lá.

Eu lembro de quando Laura mandou construir...eu fiquei tão feliz. Nos primeiros dias eu não queria sair de lá, lembro que até fiz a Laura e a Nanda dormirem comigo lá.

Depois de passar um bom tempo na casa da árvore desci para tomar um banho de piscina, pois me acalmava muito. Eu precisava de distração.

—Uma hora dessas na piscina, Emma?

—Posso fazer nada se mergulhar me acalma – disse saindo de um mergulho

—Eu tava pensando da gente passar um tempo juntas hoje...sei lá, talvez ir no cinema, depois no parque de diversões...O que acha?

—Eu sei que você só quer me distrair e aproveitar o tempo que tem comigo, mas eu não to afim de sair

—Ah...Entendi

Pude ver a decepção no rosto de Laura, eu sei que ela só queria o meu bem.

—Mas...Eu tenho outra ideia

—Qual?

—Vamos passar a tarde inteira vendo filmes?

—Eu topo! - Um sorriso se abriu no rosto de Laura

—Enquanto eu me troco você coloca os filmes, okay?

—Sim senhorita.
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Amor a primeira BrigaOnde histórias criam vida. Descubra agora