Say you won't let go

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Ludmilla

Um ano tinha se passado desde aquele maldito dia, e tudo continuava muito recente pra mim. O olhar de decepção, eu nunca vou esquecer aquele momento, naquele momento eu quebrei por dentro. Eu estava machucando a pessoa que eu mais amava no mundo, tudo aconteceu no mesmo dia e se tornou trágico.

Flashback On -

Tinha se passado dois meses desde o nosso primeiro beijo, dois meses que a minha vida virou se cabeça pra baixo, era também o penúltimo dia de turnê. Nós não tínhamos colocado um rótulo no que estávamos vivendo, mas definitivamente era algo.
Nesses dois meses eu tinha me apaixonado ainda mais, mas junto com o meu amor, o medo e a minha covardia também aumentavam. Eu não consegui assumir nem pra minha mãe que eu tava com a Brunna, e olha que ela tinha me perguntado varias vezes. Quando se tratava dos nossos fãs, eu era pior ainda. Sempre que a Brunna tentava alguma aproximação, qualquer que fosse, eu me afastava. E discutíamos sobre isso.

- Você pode entender o por que de eu não poder me aproximar? - Perguntei, irritada. Brunna me olha, triste.

- Eu estou cansada disso Ludmilla. - baixou a cabeça.

- Bru, por favor, as pessoas não entenderiam. - suspirei.

- As pessoas? Lud, as pessoas estão pouco se lixando pra gente. - Olha em sua volta, não usa isso como desculpa, se você não quer assumir, seja mulher e diga.
- Você acha que eu não quero assumir Brunna? - perguntei irritada.

- Eu não sei de mais nada. - Brunna saiu e deixou o celular.

Fiquei com meu fone de ouvido, repassando tudo na minha cabeça. Eu sei que eu era uma covarde. Eu tinha medo de perder tudo que conquistei tanto pra lutar. Eu já sofria muito preconceito pelo ritmo que eu cantava.

Prestei atenção no celular da Brunna tocando e vi a notificação da sua mãe. Peguei seu celular e li a mensagem, a sensação que eu tinha era que meus olhos estavam pegando fogo.

Mia: Filha, você sabe que eu não gosto dessa ideia de ir para os Estados Unidos, mas se você acha que vai ser melhor, e que é o que você precisa. Eu vou te apoiar. Você está sofrendo por uma pessoa que não está totalmente com você. Lembre, tudo na vida é reciprocidade. Eu sei que você a ama, eu também gosto muito dela. Mas se você não tá feliz, é o melhor a se fazer."

Eu não sabia o que pensar. Meu mundo caiu, eu não sabia qual parte tinha me atingido mais. Saber que ela estava pensando na ideia de ir para os Estados Unidos? Saber que sua mãe apoiava? Saber que a mãe dela sabe da gente? Minto. Eu sabia qual parte tinha me atingido. "Mas se você não tá feliz, é o melhor a se fazer."

Vi a Brunna voltando e enxuguei uma lágrima.

- Você pensava em me contar quando? - olhei no rosto dela, magoada.

Ela leu a mensagem e suspirou...

- Amanhã, quando acabasse a turnê... - Ela baixou a cabeça, suspirou e continuou. - Lud... - Foi chegando mais perto e acredite, eu sabia o que ia acontecer, eu sabia o que ela ia falar, e eu não queria ouvir isso. - O amor não custa tanto. A reciprocidade não custa tanto. - Ela começou a chorar.

- Brunna, por favor... Me deixa falar. - Eu já estava entrando em desespero, eu não poderia perder ela. Ela era o meu equilíbrio.

- Eu ia te contar tudo amanhã, eu já tomei minha decisão. Eu agradeço muito a oportunidade que você me deu, tanto na sua banda, como na sua vida. - Ela chorava copiosamente. - Com você eu aprendi o que é o amor, eu amei pela primeira vez. Mas eu já não posso mais, eu já não posso mais me esconder, pode me chamar de infantilidade ou o que for, não da mais pra mim... Eu preciso ser eu outra vez.

I'll never love againOnde histórias criam vida. Descubra agora