Change

2.9K 164 33
                                    

Brunna

Chegamos dentro da sala da médica que iria atender a Ludmilla. Eu segurava a minha jaqueta ainda contra o machucado da Ludmilla, que era exatamente no ombro. A sala ainda não tinha ninguém.

- Tá doendo... - Ela reclamou... - Aquele filho da puta... - Ela sussurrou.

- Amor, não pensa nisso agora... - Falei.

- Você sabe que isso não vai ficar assim, não é? - Ela perguntou.

- Por favor, não faz mais nada.. - Eu funguei. - Eu me assustei tanto hoje a noite, e olha como você tá amor, machucada... - Uma lágrima caiu... - Por minha causa. - Ela me olhou.

- Bru, não é por sua causa. É por causa daquele doente. Ele é insano... - Eu assenti. Ela me olhou em dúvida. - Brunna, ele chegou a te machucar? - Eu fiquei calada. - Brunna. Eu estou falando com você. - Ela estalou os dedos na frente dos meus olhos.

- Por favor, depois a gente fala disso... - Nessa hora vimos uma médica entrando. E ela DESNECESSÁRIAMENTE linda.

- Boa noite, senhorinhas. - Ela entrou. -  Você é a senhorita Ludmilla, certo? - E sorriu.. Ela não parava de sorrir para a minha mulher,  que sempre era uma puta de uma mulher educada e era mil sorrisos para todos. Ludmilla assentiu. - E você? Irmã? Amiga? - Ela perguntou ainda sorrindo. Mas eu definitivamente não gostava dela.

- Namorada. Quase noiva. - Falei e dei a mão para um aperto, sorri de lado. Ludmilla me olhou, ela estava se divertindo.

- Oh. - Pareceu está surpresa. - Vocês formam um belo casal. Eu sou a Doutora Patrícia. - Falou cordial. - Eu posso olhar o machucado? - Eu sai de perto, a minha jaqueta estava cheia de sangue, ela definitivamente tinha perdido muito sangue. - Eu preciso que você tire sua jaqueta. - Observei. A Ludmilla tirou a jaqueta com um pouco de dificuldade. A sua blusa era de manga por baixo. - Você quer tirar a blusa ou eu posso cortar a manga. - Nessa hora parece que a doutora ficou com vergonha por eu está lá. Eu estava MORRENDO de ciúmes. Ela era linda, inteligente, e sorria muito par a minha futura esposa. Ludmilla me conhecia e sabia como eu me sentia.

- Você pode cortar, eu nem gosto tanto dessa blusa... - Ela tinha o rosto um pouco de decepção. Ok. Agora eu realmente tinha motivo para não gostar dela.

A Ludmilla tinha levado 10 pontos no ombro. Ela o tempo todo segurava a minha mão, parecia uma criança tomando injeção.

- Você não consegue disfarçar o seu ciúmes... - Ludmilla falou. Quando eu estava com raiva, fazia um bico sem saber. A Lud zoa a muito comigo.

- Cala a boca... - Falei. Ela riu.

Saímos da emergência e a Dianna ainda esperava a gente.

- Tá tudo bem? - Ela perguntou preocupada.

- 10 pontos... - Falei para a Dianna.

- Vamos, eu vou deixar vocês em casa... - Ela falou.

- Posso chamar um uber, a gente já te alugou a noite inteira.. -  Falei.

- Não não, vamos... - Ela falou.

Estávamos no caminho, a Ludmilla dormia atrás pois estava sobre efeito de remédio, eu olhava pela a janela. Tanta coisa tinha acontecido essa noite e eu ainda estava tentando digerir.

- É uma pergunta idiota de se fazer.. mas, tá tudo bem? - Dianna perguntou.

- Não... - Respondi sincera. - A sensação é que nunca vamos conseguir ter paz. - Era isso que eu pensava nesse momento. Tinha hora que eu queria me trancar em um quarto com Ludmilla e ficar lá. Ali tínhamos a nossa paz.

- Isso vai passar... - Ela falou. - É tudo muito recente. Ninguém ainda acostumou com isso. - Me olhou rápido.

- Isso é verdade... É que às vezes parece que estamos juntas a anos. - Sorri. Dianna sorriu. - Eu posso te fazer uma pergunta? - Questionei.

- Sim, claro. - Ela respondeu.

- Por que você me ajudou hoje a noite? - Questionei. - Por que você continua me ajudando? Até ontem você me odiava. - Ela pensou e demorou alguns segundos para responder. Eu realmente estava curiosa.

- Bom... Existem vários motivos. - Ela pontuou. - Aquilo ela era eu sendo imatura, egoísta e eu estava com o meu orgulho quebrado. - Ela falou. - Eu nunca gostei de perder, e quando você veio a Ludmilla só tinha olhos para você. - Ela falava e me olhava.

- Mas nós só éramos amigas... - Eu falei.

- Já existia algo entre vocês, vocês só não notavam. Todos viam de fora, a Ludmilla te tratava de uma forma diferente. Diferente de todas as pessoas. - Ela falou e pensou mais um pouco antes de voltar a falar. - Brunna eu não quero continuar com essa rivalidade. Mulheres têm que apoiar umas às outras, eu sei que você vai demorar um pouco a acreditar e não sei se um dia você vai pelo ou menos aceitar a ideia de eu não ser uma pessoa ruim. Mas eu não quero mais continuar nessa de não ser feliz e só atrapalhar a vida dos outros. Eu quero mudar. E esse processo vai longo, mas eu não vejo a hora de acontecer... - Ela falou. Ela parecia sincera.

- Só quero que você saiba que nunca foi minha ideia de machucar você ou qualquer outra pessoa. Eu apenas me entreguei e descobri que a Ludmilla era e é o amor da minha vida. Eu não posso correr disso. - Falei.

- Todos sabem disso. Vocês se amam. E eu espero que chegue a minha vez de encontrar uma pessoa legal, que me faça feliz e que eu também possa fazer feliz. - Ela falou.

- Você vai. Tenho certeza. - Sorri. Como eu falei, não éramos amigas. Mas com certeza não precisávamos ser inimigas.

Chegamos no portão da casa da Ludmilla. Acordei a Lud que estava mais do que sonolenta, eu estava guiando ela.

- Obrigada por tudo nessa noite. - Falei sincera. - Mesmo. - Ela assentiu.

- De nada. Cuida dela. Por que você sabe, se depender dela, ela vai estourar esses pontos todos até amanhã de manhã. - Ela riu e eu ri de volta.

- Boa noite Dianna. - falei.

- Boa noite Bru. - Ela respondeu. - Manda noticia.

Entramos e a Silvana estava na sala preocupada, junto com o Marcos e o Miguel. A Ludmilla pareceu despertar um pouco.

- Minha filha... - Tia Sil falou assim que a porta abriu. - o que aconteceu? Meu Deus. - Falou quando viu o curativo no braço da Ludmilla.

- Oi mãe.. - Ela falou sonolenta.

- Conseguiram pegar ele?  - Perguntei ao Marcos. Que negou com a cabeça.

- O Marcos me contou por cima o que aconteceu... - Silvana me olhou... - Ludmilla você é louca de encarar esse louco assim?

- Mãe, hoje não... Por favor, amanhã a gente conversa... - Silvana suspirou e me olhou. Eu assenti com a cabeça.

- Juro que explico tudo amanhã... - Falei pra ela. Subimos e fomos para o quarto.

Dei um banho na Ludmilla, eu me sentia tão cansada, tão exausta e me sentia também culpada pelo o que aconteceu. Ela estava machucada por minha causa. Já tava mais do que na hora de eu encarar o Marcos frente a frente. Eu não ia deixar ele acabar com a minha vida. Ou melhor, com a minha vida e a com a da Ludmilla. Suspirei. Abracei ela e me entregue ao sono junto com a mulher da minha vida.

**********************************A

Quem se surpreendeu com a Dianna? É isso amores, rivalidade feminina aqui não!!! 😍❤️

Gente ninguém quer ajudar a autora de vocês e fazer uma capa pra essa fanfic não??? Pq eu não tenho a mínima noção de como mexer com essas coisas, se alguém se prontificar me manda mensagem? Amo vocês ❤️

I'll never love againOnde histórias criam vida. Descubra agora