Pessoas

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Como não se questionar sobre os relacionamentos construídos entre nós desde os primórdios. A idealização de uma sociedade justa sem castidades sociais sempre esteve presente no pensamentos das pessoas, assim como a ganância em busca de poder. Lotação de dinheiro não significa nada, ainda mais quando analisamos a ínfima necessidade de que precisamos. A busca nunca foi por dinheiro, sempre por poder e domínio: domínio sobre pessoas e como elas agem. Ai está uma das piores hipocrisias que o capitalismo já vendeu não somente para os acadêmicos, mas principalmente os de poder aquisitivo fraco. Vivemos a beira de um discurso igualitário, e todo esse argumento tece a aparência inconsciente de meritocracia e merecimento que nos é observável no discurso de muitos hoje em dia. Somos reféns de resquícios históricos, obrigados a seguir o padrão compulsório de trabalho e aprisionados na coercitividade psicológica de que tudo o que fizemos, ganhamos ou perdemos se deve ao simples fato do esforço exercido, sem levar em consideração a preparação, o contexto e as oportunidades. É importante que tenhamos ciência de que nem tudo aquilo que nos é oferecido leva em consideração analises profundas sem influências pessoais.
No Brasil recentemente vivenciamos um período de enorme análise social. As eleições de 2018 nos servem como exemplo da capacidade humana de se posicionar de maneira injusta, impositória e não-verídica. Dois governos políticos se enfrentaram em busca do poder presidencial, mas a busca pelo poder e pelo domínio não foi disputada por tais. As pessoas, principalmente as cegas por um discurso político, mostraram quem realmente são e representaram corretamente seu político. Um animal político guiado por argumentos maus fundamentados, baseados em rasas interpretações. Não interpretamos, nós somente assimilamos. Discursamos sobre dados e analises que se baseiam na verdade, mas não fomos capazes de dialogar de forma intelectual e definitiva. E os intelectuais? Agarraram-se nos apoios de interesses sociais e políticos, não levando em consideração sua responsabilidade mediante a sociedade.
Contudo, trago e me valho de tentar inserir o mínimo do respeito de que ainda não despojamos de forma verídica, se é que um dia seremos capazes. A procura de uma sociedade mais justa, com uma distribuição menos elitizada e a visão compartilhada de bens é algo que ainda sinto necessário de todas as vias políticas. E quando digo isso, não me regiro à certas ideologias que já correm em meio aos nossos seios de forma distorcida e movida a interesses, a sociedade justa, moral e igualitária tende a não se intercectar com uma ideologia em questão, guiada por parcialidades. No meu ínfimo ponto de vista, creio que a sociedade igualitária é aquela aberta e flexível o bastante para se mover de acordo com as necessidades requeridas, sem estar ligada a junções ideologicas, individualismo e a ganância que permeia em meio ao nosso sangue desde o início.

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