CÈLINE

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"Cèline é com um Álvaro forte e profundo que iluminava as candeias." Meu pai repetia essa frase a todas as pessoas que passavam por ele. O nome que herdei da minha avó. Mulher mais inteligente que já conheci.
Sempre sonhei com um dia que serei assim. Não necessariamente como rainha. Mas quero ser forte como ela um dia.

Acredito um pouco no que meu pai diz sobre mim. Minha luz não vinha da minha beleza embora muitos achassem que fosse. Transcendia mais do meu interior.

De todas as gêmeas, a irmã a qual eu mais confiava era a Genóvia. Gosto de pessoas inteligentes ao meu redor. E Genóvia era inteligente e responsável. As vezes um pouco louca.

Eu era a prudente aqui.

Estava ainda no quarto quando percebo alguém se aproximar.

Me viro e vejo meu pai.

— Papai. —lhe envolvo num abraço.

—Cèline. — ele retribui com um gesto carinhoso — Por que não está lá embaixo com suas irmãs?

— Só estou tomando coragem, só isso.

Ele assentiu.

— Você  sabe que amo todas as suas irmãs como se fossem uma só. Mas tenho um carinho e admiração especial por você, Cèline. É a filha a qual eu sei que independente de tudo é boa e prudente e justa. Então que se foque em encontrar um rapaz assim, como você. Porque sei que dessa forma, meu coração ficará satisfeito.

Meus olhos se enchem de lágrimas, e é eu respiro fundo para que elas não dispenquem.

— Obrigada, papai. É muito bom ouvir isso.

— Recebeu o nome da minha mãe porque desde que nasceu eu vi uma luz especial em você. Agora vá, vá até lá embaixo e receba todos com um sorriso no rosto.

Me despedi dele com um abraço e me foquei em tudo o que lhe me dissera.

Não acho que é necessário me casar para completar sequer nenhum dos meus anseios mas se isso tornar meus pais contentes então lutarei por isso.

Desço as escadas. Todos os rapazes agora estavam unificados com o nosso reino. Pelo o que eu entendi, agora todos eles tem passe livre para visitarem o Palácio e nos visitarem quando precisassem.

Mas nenhum daqueles rostos me interessavam de jeito nenhum.

Henri se aproximou de mim com um olhar debochado. De alguma forma ele acha que me atrai?

— Não se aproxime. — impus.

— Certo, — ele ergueu as mãos como se rendendo e dando risada — Não me aproximo de você, Cèline.

— Agradeço.

Ele toca seus dedos no meu.

— Onde está Filipi e sua mãe? — questiono.

— Não faço ideia.

Revirei os olhos.

— O casamento né... Você já tem muitos pretendentes?

Eu sorri.

— Não vou me casar com você, Henri. Nem em sonhos.

— Eu prefiro morrer a me casar com você, Cèline.

Fitei ele por alguns minutos.

Eu o conduzi com os olhos e em um piscar de olhos já estávamos trancados dentro do quarto enquanto ele removia a roupa do meu corpo e me beijava.

Acontece que eu e o Henri nunca paramos de nos falar. Entre um encontro ou outro sempre demos um jeito de nos encontrar.

Mas eu NUNCA me casaria com o Henri. Porque ele representa tudo o que eu mais detesto. É debochado, convencido e engomado. Nunca me casaria com alguém a qual eu não confio nem um pouco.

"Casa comigo."
De repente esse sussurro surge no meio de todos os beijos e amassos. E eu paro. Me assusto.

— O que você disse? — questiono.

— Eu? Não disse nada. — seus olhos estavam assustados também.

Eu me afasto dele e coloco novamente meu vestido.

— Agora que vou me casar com alguém eu preciso ser prudente também na minha vida sexual e não acho que seja certo me encontrar com você dessa forma.

— Qual, é.

— Tchau, Henri. — afirmo virando as costas.

— Cèline! — ele grita sob minhas costas.

Mas eu já estava decidida.

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⏰ Última atualização: Sep 22, 2019 ⏰

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