God, let this be a nightmare...

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Quando acordamos no dia seguinte, meu primeiro sentido que despertou foi o olfato, pelo cheiro de queimado que vinha da cozinha, pulei da cama e me dirigi até às escadas, fazendo um barulho absurdo conforme meus pés batiam insistentemente nos degraus.

Quando cheguei no cômodo, havia uma fumaça cinzenta e escura que tomava conta da casa, meu primeiro instinto foi abrir as janelas, aquela fumaça poderia facilmente fazer o oxigênio se extinguir e consequentemente sufocar alguém.
Depois, corri novamente até a cozinha para ver com mais clareza o que estava acontecendo, foi quando notei Sam no meio de toda aquela fumaça tossindo e abanando uma panela com um paninho fino.

- Que merda é essa Samuel?! - eu disse desligando o fogão e pegando a panela que estava em chamas, logo em seguida a jogando na pia e abrindo a torneira, despejando o que eu suponho que um dia já foram  feijões.
- eu tentei fazer o almoço mas acabei dormindo no sofá, acordei com você correndo e abrindo a casa. - ele se explicou, enquanto eu o tirava de dentro da casa, ele já havia inalado aquela fumaça tóxica por provavelmente tempo demais.
- aí Sam... O que eu faço com você... - eu disse balançando a cabeça em negação.- fique aí fora por um tempo, vou buscar Castiel para que ele saia da casa também.-
- a fumaça chegou até o seu quarto?
- não, porém o cheiro ainda é desagradável.

Cheguei até a porta de meu quarto e notei Castiel ainda estava dormindo, não sei como, porém ele estava.
O chacoalhei suavemente até que ele abrisse os olhos e sorri, com ele sorrindo de volta, logo após mudei propositalmente a expressão de meu rosto, de uma expressão serena, para uma expressão de desespero

- PELO AMOR DE DEUS CASTIEL ACORDA ACORDA A CASA TA PEGANDO FOGO AAAAAA- eu disse gritando. Com esse susto, ele começou a gritar e levantou, correndo em direção as escadas logo depois.

- QUE MERDA DEAN! - ele disse já para fora da casa, enquanto me olhava extremamente bravo, e eu me segurava na porta da casa para não cair de tanto rir.

- você devia ter visto sua cara - eu disse entre risos.

- eu te odeio - ele disse emburrado, mas rindo logo depois.

- você me ama.- eu disse

- não tenho mais certeza - ele respondeu.

- que gritaria é es-
- AAAAAAAAAAAA - Eu gritei surpreendido por Gabriel ter saído de dentro da casa repentinamente enquanto eu estava de costas, me pegando desprevenido, consequentemente quase caí no chão, mas bati as costas na porta e fiquei em uma posição vulnerável enquanto estava ofegante e com os olhos arregalados.

- Você devia ter visto sua cara - Castiel disse rindo como nunca o vi rir antes.
- haha...ha... - eu disse.

                            
                               ∆∆∆

Passamos o dia todo juntos, e quando deu meia noite, nós queríamos comer algo a mais, então nós quatro nos dirigimos até o supermercado 24 horas mais próximo de casa, quando estacionamos baby, notamos que o estacionamento estava escuro... Apenas com a iluminação da lua e alguma luz amarelada que vinha de apenas dois postes.

Havia um carro de modelo antigo parado em uma parte mais afastada do estacionamento... Achamos estranho, pois não era comum acharmos mais nem um carro por aqui quando decidiamos pegar algum lanche para comer durante a madrugada, mas não ligamos e entramos no estabelecimento.

Logo quando saímos e estávamos a caminho do carro, notamos um homem vestindo preto saindo do carro de modelo antigo que estava estacionado desde a hora em que chegamos. Meus pelos logo se arrepiaram, os sentidos de perigo que temos naturalmente apitaram... Eu não queria ficar na presença daquele homem por mais um minuto.

Olhei para Sam, que me encarou de volta, com uma feição preocupada e também atenta. Quando chegamos no carro, abri a porta do motorista, e quando ia me sentar no banco, ouvi a voz grave que vinha homem gritar

- você não vai entrar nesse carro Dean!- disse o homem.

- Sam... - eu disse em tom de preocupação por reconhecer a voz.
- Dean... - meu irmão respondeu, no mesmo tom, era como se pudéssemos ler o pensamento um do outro naquele momento. O medo na voz de Sam, o nervosismo na minha...

- O que você quer de nós seu maníaco!? - eu gritei, já furioso com a visita indesejada desse bastardo.
- que maneira rude de se cumprimentar o próprio pai Deanno... - John disse, enquanto removia a touca preta que usava e levantava sua cabeça para que a luz finalmente pudesse iluminar aquele rosto que me causava repulsa e ódio. - quanto tempo Sammy...- ele disse, tentando aproximar sua mão até o rosto de Sam

- Se você me tocar eu quebro todos os seus dedos e faço você os engolir.- disse Sam, tão furioso quanto eu. John riu, uma risada seca, que surgiu do fundo de sua garganta provavelmente toda estragada pelo uso contínuo da nicotina e do álcool.

- até parece que foi essa a educação que dei a vocês. - ele disse após parar com sua risada nojenta, e a expressão do seu rosto mudar de diversão a indignação e deboche. - não vão me apresentar seus amigos?

Assim que essas palavras foram ditas, Castiel agarrou em meu braço e aproximou seu corpo do meu, segurei sua mão em gesto de conforto,e pude notar que Sam colocou Gabe atrás de seu corpo.

- eu não acredito. - John disse em tom de descrença e surpresa. - além de inúteis e insolentes, são dois viados... Eu não criei meus filhos homens assim. Não criei. - ele disse enquanto andava novamente em direção ao carro em que ele estava.

O que nos deu tempo para que Sam colocasse gabe no carro e para que eu pegasse minha pistola guardada em baixo do banco traseiro.

- você vai nos deixar em paz de uma vez por todas seu velho imundo. Ou eu te mato agora mesmo. - eu disse, meu sangue estava fervendo, enquanto apontava o cano da arma em sua direção, já com o dedo indicador no gatilho e o dedão na trava de segurança. Sam deu a volta no carro, também empunhando a pistola que carregava guardada no cinto de sua calça jeans, a apontando para John.

- meus meninos... Pequenos, ingênuos filhos... Vocês acham que estão em vantagem... - ele disse, retirando duas pistolas de seu casaco, apontando uma em cada um de nós. Uma na direção de meu peito, e outra na direção da barriga de Sam. - veremos quem é o atirador mais rápido, o professor, ou os aprendizes.

Meus dedos estavam suando, e tremendo enquanto eu segurava o gatilho.

Eu iria matar John Winchester.

E então, eu ouvi o som ensurdecedor de apenas um tiro sendo desferido contra alguém, o barulho tão alto e estridente, fez com que eu me sentisse desnorteado, sem saber o que estava acontecendo, senti o sangue quente se espirrando contra meu próprio rosto.

Puxei o gatilho de minha arma, como instinto primário de um predador, matar ou morrer, naquele momento, eu não era Dean, eu era qualquer coisa, menos Dean.
Uma besta, tomada pelo instinto de sobrevivência, pela fúria, e pelo medo.

Aquele barulho estridente...

Com o que conseguia discernir, a bala que saiu de minha arma acertou sua barriga, fazendo com que John caísse.

Tudo aconteceu rápido... Incerto de meu próprio destino, afim de descobrir qual o mesmo seria a partir de agora, encontrei-me numa situação que jamais desejei à ninguém.
Ouvi a voz de Castiel dizendo:

- Dean...?.


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Sunlight // MoondustOnde histórias criam vida. Descubra agora