CAPÍTULO UM - KATRINA WOODS

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18 anos antes.

Feche os olhos.

Cidade de Bourton

—Deus existe. A bíblia não é contra a ciência e sim os cientistas são contra Deus. - Falou Marli depois que, a professora explicou sobre a evolução e comprovações de Darwin, iniciando - se um pequeno debate na sala.

Marli Chester é a típica menina perfeita com a vida perfeita. Como ela poderia abrir aquela boca para dizer que Deus existe? É claro, isso é típico de pessoas que nunca irão saber o que é lutar para vencer na vida.

Os seus pais eram o casal perfeito da pequena cidade de Bourton, sua mãe era uma dona de casa “exemplar” — uma mulherzinha irritante legalmente loira que recebia a filha com sorriso de Barbie à quem faz bolos de chocolates toda quinta - feira juntas. O pai reverendo Chester, Charles Chester - dava sermões em todos os moradores de Bourton nos domingos, ou melhor, quase todos, já que minha família nunca ia aos cultos, graças á Deus.



Marli Chester Aos 16 anos  conheceu Alex Becker, o garoto prodígio da escola patética e que frequentava à mesma igreja, hoje com 17 anos pensa em fazer medicina, mas todos sabemos que irá casar - se daqui á um ano, aos vinte irá ter filhos também irritantes, então seu maridinho prodígio pegará a igreja de seu pai e se tornará o novo reverendo Chester. Ela não fará faculdade, pois seu sonho de menina cristã —virgem é ser escrava de seu marido.

—Isso é ridículo. Se Deus existe por que pessoas passam fome? — Perguntei com raiva na voz.

A turma inteira nesse momento encararam á mim com à boca em formato de um "O" e com isso eu revirei os olhos, irritada.

É claro, Katrina Woods à "louca" da escola não falava nem com os professores. Raramente dizia algo, mas para quer dizer? Quando tudo na sua vida é uma merda, apenas com 17 anos?

Marli Chester olhou pensativa e a desafiei com o olhar.


Deus não tem culpa das pessoas passarem fome, quando são os homens que geram sua comida! As pessoas passam fome pela própria maldade da raça — humana, não é culpa dele. — Marli falou, a professora olhou surpresa por sua resposta.

Patética!

— Está bem, isso quer dizer que deus sabendo que tudo ia acontecer, permitiu que a maldade do homem existesse? Esse é seu deus? — Marli engoliu em seco com minha fala, e de repente abriu um enorme sorriso colgate.

— Isso chama - se livro arbítrio, Deus deu. O homem quem decide o que fazer com ele, ele é tão perfeito que nos deu a escolha. E fazemos com ela o que bem entender. —Travo meu maxilar com raiva e Rio amarga.

— Há algum sentido mínimo que seja em "Eu te crio e te dou livro arbítrio, mas se você me desobedecer exercendo esse livro arbítrio você vai ser punido."? Que "livro arbítrio" é esse? Tá muito mais pra "imposto arbítrio". — Falei, Marli destruiu seu sorriso colgate dando um sorriso triste.

Meus olhos tinham fogo, e eu não perderia aquele debate.

— Meninas vamos respeitar a opinião de cada uma. Acalmem - se. - Ralhou a professora Bruce de ciência.

—Trina, a Lei da gravidade, certo? A Lei da Gravidade também foi imposta e todos estão sujeitos a ela quer queiram quer não. Temos que entender de uma vez por todas que as Leis estabelecidas por Deus são para serem cumpridas. Se você resolver desobedecer a Lei da gravidade pulando do 30º andar de um prédio não vai adiantar reclamar, irá morrer de qualquer jeito. — Respondeu balançando os ombros. Chupo o gosto de vômito nos meus lábios.

— Com certeza Darwin e seus companheiros estão revirando - se em seus túmulos. Sejamos perspicaz, a lei da gravidade é algo óbvio, comprovado, isso chama - se ciência. Deus é uma teoria ridícula, um passa pano da razão. - Disse.

— Certo, mas a escolha de querer ou não vem de você. Por anos são feitas mais comidas do que o necessário para o mundo. Isso é dados estatísticos, então porque, já que o homem culpa à Deus pela fome no mundo não culpa o próprio homem? Acontece, que o ser humano quer só procurar alguém pra culpar e não reconhecer que o mundo está assim, é por causa dele. Deus não poderia dar algo e depois tirar, ele deu à todos o direito de escolher agora o que eles fazem já não é culpa dele. - Rebateu.

•18 anos depois•

—Deus. O tempo passa e não acredito em sua existência. Deus não existe e caso ele exista eu o mando para o inferno, condenação eterna! Sou a juíza e ele é o réu não é assim? - Os alunos de mestrado em física invadiram a sala com risadas.

— Todos que não fizerem a vontade de suposto Deus - "Jesus, o salvador da pátria" irão para o inferno! Isso é porque ele mesmo deu o livre arbítrio. Michel mayor, ganhador do prêmio Nobel, disse o seguinte: "Não há lugar para Deus no universo", e concordo. Pois quem ganhou prêmio Nobel, não foi Deus. - Brinquei outra vez, a turma retornou a rir.

—Tudo bem, parei. Até porque se falar assim novamente irei para o inferno. - Brinquei uma última vez apontando, para uma bola riscada no quadro mostrando o lado inferior do planeta com o dedo. A turma não segurou e novamente gemeram de tanto rir.

— Podem ir, na próxima aula quero um relatório sobre a possibilidade de Deus no universo. Surpreendam - me! - Avisei.

Em poucos segundos a turma esvaziou a grande sala, ficando somente eu com os livros. Pego minha coisas dividindo tudo entre á bolsa e a pasta. Rapidamente saio da sala seguindo o caminho pelos longos corredores da universidade, a medida em que passo alunos e professores falar comigo, algo quase improvável.

Eu tinha tornado - me a professora mais cara da universidade, e eu escolhia a dedos os alunos que fariam mestrado comigo,  não tinha tempo para pessoas insignificantes ou alunos burros. Era à melhor e queria os melhores, essa foi minha única exigência depois do salário salgado.

— Vá com Deus professora Woods! - Gritou um aluno em ironia. Abri um sorriso com a piada.

Gostei!

— Te encontro na Terça - Feira ás uma hora, não atrase. - Gritei. Fiz questão de não olhar pra trás, mas ouvi o grito em que o aluno deu ao ouvir - me dizer tal coisa.

Passo pelos portões entrando na garagem destravo meu porshe 911. Chego mais perto abro á porta colocando à bolsa e pasta no banco de motorista. Lembro - me de pegar um cigarro, o pegando no interior da bolsa.

Olho pra trás, quando vejo que um Fiat freemont branco e vidros com insulfilm estacionando ao lado do meu carro.

Ascendo um cigarro encostando no carro para relaxar abaixo os meus óculos Gucci de sol enquanto olho o céu.

— Katrina? - Paraliso, quando ouço a voz que tanto temia e não era de um ser divino. Levanto os óculos devagar no momento em que ergo a cabeça para encarar Ryan.

— Olá, Ryan!
                           •••

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