Problemático.

24

Naila.

Bernardo saiu correndo de dentro do salão e eu só conseguia pedir proteção pra ele.

Mesmo nessa vida errada que ele leva, mesmo não sendo uma vida totalmente honesta, ele merece proteção, merece tudo como todos os outros. 

É foda ser mulher de envolvido por causa dessas coisas, em tempos de guerra a gente se derrete toda.

Tráfico não é só baile e fumar um não, tráfico aperta a mente pô. 

Essa vida mata, trás moral mas só tem dois finais, e nenhum deles é feliz. 

Os tiros pararam e uma rajada foi soltada de uma vez só, isso significava que o tráfico estava na frente mais uma vez.

Fechei meus olhos com força e senti meu coração apertar, meu sorriso foi inevitável, minhas mãos estavam tremulas.

As meninas me abraçaram e eu me senti acolhida de verdade, as vezes penso que errei em ter vindo pra cá, que me aventurei.

Mas, oque seria de uma vida sem aventuras? 

Helena: - Beto voltou, hoje a jogação é de verdade! - gritou dando pulinhos, vê se eu aguento essa mona. 

Gaab: - Não sei se vou, mas o look já ta montado na mente. - arqueei a sobrancelha e encarei ele junto com as meninas.

Naila: - Fala sério boy, tu vai sim, essa mona é abafada demais! - falei fazendo ele rir sacana.

Amanda: - Acho que vou bem básica mesmo. - falou terminando o cabelo de uma moça.

Naila: - Básica pra mim é cesta amiga, e eu não to nada de cesta, muito menos de básica. - falei fazendo bicão de deboche.

Helena: - A senhora é horrível, não dá. - falou fazendo graça comigo. 

Terminei minha unha que ficou pela metade e passei prancha no meu cabelo, Bernardo veio me buscar e fomos pra casa. 

Bernardo: - Vai querer ir pro baile preta? - pulei na cama e peguei meu celular respondendo.

Naila: - Tu acha que não? - fiz uma carinha de safada e ele passou a mão no rosto vindo pra cima de mim.

É incrível como esse homem me leva as alturas com um só toque.

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