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Enquanto eu virava estátua no bar de seu Carlos meu celular tocava sem parar.

Sim, ele estava ligando, puto.

Se passou algumas horas desde o nosso beijo, a rua já estava agitada, muitos bandidos pra cima e pra baixo, carros de som e crianças por todo lado. 

Hoje já se era domingo, dia que a Penha ficava "tranquila" para algumas pessoas, e chata para outras.

Dia de domingo era o dia do "luto", foi o dia que o antigo dono daqui foi morto, um dos melhores que já comandou aqui.

FP era o melhor.

Era o tipo de pessoa que se dava muito bem com todo mundo, ficava sem pra dar ao próximo.

Na minha mente se passa o dia da sua morte, eu vi, vi tudo de perto.

Tinha em torno de 9 a 10 anos na época, sai de casa pela manhã para brincar na pracinha que tinha perto e pouco tempo que estava lá começou o tiroteio, os fogos foram soltados e eu, uma criança ingênua consegui correr para o beco dali perto e me escondi.

Uns 10 homens pegaram ele por trás, na corvadia.

Foram muitos tiros, no primeiro ele gritou, gritou tão alto que de longe se dava para escutar, seu grito de dor ecoou no meu ouvido.

Ele era o cara, e eu morro de saudade.

Desliguei  o telefone e chamei seu Carlos pra pagar a conta.

Tomei o último gole da minha heineken e me levantei saindo dali.

O sol fervendo fazia meu coro cabeludo arder, meus pés mesmo calçados ardiam ao tocar no chão.

Naila: - Bom dia Lara. - cumprimentei uma colega que descia a ladeira, ela sorriu e eu adentrei minha casa.

Coloquei meu celular para carregar e fiz uma macarronada pro almoço, ouvi a porta bater e vesti uma blusa indo atender.

Naila: - Diz logo oque você quer Nando. - perguntei sem paciência.

Em um segundo ele me agarrou e selou nossos lábios me fazendo não conseguir resistir.

A porta foi fechada pela sua perna e aos beijos fomos até o meu quarto, que já era conhecido por ele como o resto da minha casa toda. 

Sua mão massageava meu seio e as minhas desceram até o seu zíper o fazendo abrir. 

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Problemático.Onde histórias criam vida. Descubra agora