Naila.
Subi na moto e Bernardo acelerou, eu sei que era apenas uma febre mas minha bebê nunca tinha passado por isso.
Maria: - Calma minha filha, eu já dei o remédio e ela está mais calma. - falou me entregando Heloá que prestava atenção em tudo.
Seus olhinhos vermelhos me mostravam sua dor, eu sentia tudo junto e preferia que tudo fosse apenas em mim.
Naila: - Fica calma meu amor, mamãe tá aqui, fica calma. - abracei ela que se aconchegou no meu ombro, Bernardo tentava animar ela que acabará chorando mais. - Obrigada dona Maria, eu sei que a senhora não tem culpa nenhuma.
Peguei as coisas e sai dali, febre, cólica e outras coisas é normal em crianças, mas eu nunca esperei que ela sentisse longe de mim.
Adentrei nossa casa e coloquei Heloá no sofá com alguns brinquedos, a mesma chorou e eu peguei ela d'volta.
Dengosa de mamãe.
Bernardo: - Quer ir pro hospital? - neguei.
Ele se aconchegou ali pertinho da gente e ligou o ar da sala, coloquei uma série qualquer e ficamos ali.
Respondi as mensagens das meninas que se preocuparam ao me ver sair desesperada e falei que estava tudo sob controle.
Pouco tempo depois fogos foram soltados, uma barulheira de tiro que se dava pra ouvir a mil quilômetros de distância dali e eu não estava acreditando que aquilo era um sinal.
Aquilo foi a proteção, como sempre a minha filha foi a nossa proteção.
Bernardo nem hesitou sair de casa, ele sabe bem que eu não deixaria de maneira alguma.
Sei que bandido não pode fugir dos abates mas hoje não dá.
Meu coração apertou e Heloá se mexeu no meu colo, fiz carinho nela que se aquietou.
Bernardo: - Tenho que ir preta, tenho que ir. - falou desesperado, seu radinho não parava de tocar e em alguns momentos ouvíamos gritos.
Naila: - Tô te pedindo pra ficar Bernardo, só hoje. Por favor. - pedi e ele se levantou pegando a pistola e o fuzil atravessando nas costas.
Eu só tinha a pedir proteção pra ele e pra todos que estavam na guerra, apenas.
E ele saiu, deixando meu coração apertado e triste, agora me fala como eu vou criar uma criança sozinha caso aconteça alguma coisa com ele? Ele não pode me deixar, não pode.
Perder quem eu amo mais uma vez era demais pra mim, isso era muita má sorte pra uma pessoa só.
Dei leite a Heloá e olhei pra TV assistindo um filme qualquer que passava, com o coração já menos angustiado, sinto um aperto forte e fogos são soltados anunciando que o tráfico continuava na frente.
Vesti uma roupinha leve na minha bebê e sai de casa vendo os moradores com sorrisos de orelha na rua, bandidos faziam zoada com suas motos grandes, e carros de som estavam na rua.
Vi Henrique mais afastado dali e fui até lá vendo sua cara de angústia.
Naila: - Aconteceu alguma coisa? - perguntei pro mesmo que levantou a cabeça me encarando. - Fala Henrique, cadê Bernardo? - perguntei já desesperada, meu corpo tremia e aquele aperto voltou fazendo Heloá chorar no meu colo.
-
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Problemático.
FanfictionProcurei tanto o amor, que quando desisti Ele me encontrou. + 13 | Bê, meu único e maior problema. Naila, o único e o maior problema que eu quero.