O Desdobrar da Mente Escalando os Sentidos [COMPLETO]

XXI

Gostaria que meus olhos fossem máquinas fotográficas,
capturassem a beleza que hoje vi
e transportasse para as paredes do meu quarto.

Imagens e mais imagens, pregadas com cuidado,
cada foto de um piscar de olho programado;
haveria a lua e as estrelas,
riscos, luz e traços.

Materializariam a alma da noite,
que tanto comigo fala,
conta com leveza suas histórias,
para longe me transporta.

Ah, se meus olhos fotografassem!
Tudo isso não se manteria na memória,
escondido do dia-a-dia e das responsabilidades,
que tudo enche e tudo mata.

Se fossem como quero, valeria a pena, na verdade?
Não nos preocuparmos em apreciar a realidade, por saber que estaria presa em uma imagem?