XXII

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Há tanta dor ao meu redor
há muito fazendo morada,
com espadas levantadas,
e cabeças decapitadas.

Manchando o piso, o teto
e as paredes, suas garras
me alcançando e prendendo-me
em sua rede.

A existência a isso presa,
impede que floresça
qualquer desejo e anseio;
prefere o sangue e o choro,
as feridas e o receio.

E quando a alegria ocupa espaço,
a culpa me toma sem aviso,
massacrando meu egoísmo,
arrancando fora meu sorriso.

"Não é justo", diz ela,
"que ria sobre meus gritos".
Então, suspiro... e estilhaço
o que ainda resta de mim.

O Desdobrar da Mente Escalando os Sentidos [COMPLETO]Onde histórias criam vida. Descubra agora