Capítulo 15

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- Eu tô falando sério, Dinah. Elas vão fazer um quarto para o meu bebê. – Camila dizia pela décima vez, na linha, com sua amiga. Ela havia enviado uma mensagem de texto informando as meninas que se equivocou ao pensar que iria ser expulsa. – Não acredito que me ligou só pra confirmar o que eu já havia informado pra vocês. – reclamou. Fez uma pausa ouvindo o que a amiga dizia na outra linha. – Me desculpe se você estava fazendo planos atoa, sei que é difícil para você raciocinar. – brincou. – Ignora o meu humor, amiga. Eu tô feliz que não vou precisar procurar outro lugar para morar. – confessou. – Ainda assim agradeço por ter tentado pensar em uma solução. Eu te amo por isso. Escuta, vou ter que desligar. Estudos para por em dia. – esperou Dinah se despedir e finalizou a chamada.

Camila voltou a sentar no chão do quarto rodeada por seus livros e cadernos e voltou a fazer os deveres passados naquele dia.


Na sala, Lauren e Verônica planejavam como fariam para retirar tudo o que havia no sótão e criar um quarto para Camila e o bebê. Após criarem um breve planejamento, Verônica se retirou para estudar e Lauren foi no seu trabalho adiantar algumas coisas e aproveitar para buscar algumas caixas que acreditava que iria precisar para a limpeza do cômodo.





O final de semana chegou e com ele a movimentação na residência das meninas. Quando souberam que iriam esvaziar o sótão, Normani e Dinah logo se prontificaram para ajudar, auxilio o qual foi logo recusado por Lauren e Vero. "Muito pessoal", alegou Verônica como justificativa. As mais novas então passaram o sábado maratonando séries enquanto as duas mais velhas separavam os itens existentes no sótão em "doar", "vender" e "lixo".

- Meu Deus, se eu ver mais uma revista sobre a NASA ou aeronáutica eu vou surtar. – Vero reclamou com uma revista em mãos. Lauren riu.

- Você sabe que meu sonho é trabalhar com essas coisas. – se defendeu pegando a revista das mãos da amiga e jogando na caixa "lixo". – Acho que essa caixa vai ter que se desdobrar em "recicláveis" e "não recicláveis". – observou.

- Cara, isso aqui tem que ir para "vendas". Certeza que ainda existe um quarentão preso na puberdade por aí que daria uma fortuna por uma dessas. – zombou com exibindo um revista pornô mais do que antiga. Lauren corou.

- O Chris e eu roubamos da coleção do nosso tio. Acho que ele tinha tantas que nem deu falta. – Lauren contou. – Mas não pense sacanagem, ok? Foi apenas curiosidade. – se defendeu.

- Eu vou acreditar já que não tem nenhuma mancha nessa revista que indique masturbação do Chris. – comentou folheando a revista e Lauren fez uma cara de nojo pelo comentário. – Caramba, essas mulheres não conheciam a tão famosa depilação. – brincou e Lauren riu tomando a revista de suas mãos.

- Vamos colocar como lixo. – Lauren pontuou antes de jogar a revista na caixa com esse título. – O que acham de trazermos a escrivaninha para essa área vazia e tirarmos algumas fotos? – sugeriu pegando todas as revistas e livros que ainda sobraram na área citada e os colocando na caixa "lixo". Verônica assentiu e as duas puxaram o móvel pesado.

- O que acha de 140 dólares? – Vero perguntou enquanto já cadastrava a peça em um site de vendas e trocas. Lauren deu de ombros.

- Meu Deus, quantas tralhas ainda temos que analisar. Acho que duas caixas de "lixo" não vão dar conta. – Lauren analisou coçando a cabeça, pensativa.

- Nem me fale. E olhe que nem chegamos aos famosos e constrangedores álbuns de fotos. – Vero se apoiou na escrivaninha. – O que vamos fazer com eles? Não podemos devolver para nossas mães e correr o risco delas saírem mostrando para qualquer visita.

- Aff. Foi a melhor ideia que você teve na vida, confisca-los aqui. Eu honestamente não superaria outro mico como o da minha mãe expondo as minhas fotos de bebê no meio da minha formatura do high school. – as duas riram. – Vamos deixar os álbuns por último. Nosso objetivo hoje é tirar foto dos móveis e coloca-los a venda. – Lauren propôs e Verônica assentiu – O que vai fazer com sua parte do dinheiro? – perguntou enquanto livrava uma poltrona de algumas coisas.

- Colocar na poupança, lógico. E você? – questionou se erguendo da escrivaninha para ajudá-la.

- Vou investir aqui na reforma. Acho que esse sótão ficaria mais com cara de quarto se fosse melhor ventilado. – Lauren disse e a amiga a encarou por breve segundos.

Quando conversaram sobre utilizar o sótão como quarto de bebê combinaram de fazer algo simples, como aproveitar o resto de tinta que o pai de Vero usou para pintar garagem e colocar um papel de parede para parecer mais infantil. Nem no assento móveis tinham tocado.

- O que foi? – Lauren questionou quando notou a amiga a encarando.

- Nada. Você percebeu a questão da ventilação. – Vero deu de ombros e olhou para a poltrona. – O que acha de reforma-la e deixar aqui?

- Para que? – Lauren franziu o cenho.

- Uma coisa chamada amamentação. – pontuou a olhando zombeteira. – Os peitos de alguém vão ficar maiores... – cantarolou, divertida, para irritar a amiga.

- Não começa, Iglesias. Não começa. – Lauren a cortou, mas não pode conter a imagem de vir em sua mente. – Ok, é uma boa ideia. – disse voltando a questão da poltrona.



Na sala as meninas debatiam mais um capitulo da serie antes de Camila mudar de tópico repentinamente.

- Manas. Não acham que eu saindo do quarto da Lauren, vou estar regredindo quanto ao perdão dela? - questionou.

- Meu amor, não se regride algo que nunca avançou, né? – Dinah zombou. – Você está fazendo isso errado.

- Mila, honestamente acho que você devia tentar reconquista-la. – Normani comentou. E não, não chamamos de tentativa vocês dormirem no mesmo quarto e você esperar que ela te ataque. Lauren não é um bicho no cio, ela raciocina.

- Então eu devo ataca-la? – Camila questionou.

- Não. – responderam em uníssono.

- Recapitulando: ninguém aqui é animal. A pesar de você ser uma vaca prenha. – Dinah brincou e recebeu um gesto obsceno da latina como resposta. – A Mani quis dizer que você devia corteja-la.

- "Corteja-la"? Sério, Dinah? É assim que você defende o meu argumento? – Normani questionou risonha. – Camila. – chamou. – Conquiste-a, paquere-a.

- Ok... Como eu faço isso? – Camila perguntou envergonhada. – Nunca dei encima de ninguém antes. – confessou.

- Meu Deus, que passiva! – Dinah disse chocada. – Mana, melhore.

- Mila, acho que o primeiro passo é você mostrar para ela que tem interesse. – Normani opinou. – Ah, e nada de cantadas baratas.

- Sério? Pensei em usar aquela do padeiro. – Camila disse sarcástica. – O que eu digo então?

- Seja você mesma. – Dinah disse e depois pensou um pouco. – Só que menos passiva.



Resiliência CAMRENOnde histórias criam vida. Descubra agora