10 meses haviam se passado. Lauren conseguiu um emprego de meio período para Camila, assim como ela havia pedido. A latina agora era balconista em uma padaria das 6:30 às 11:30, onde auxiliava nas retiradas dos pedidos. As duas estavam conseguindo conciliar bem os seus horários e Verônica também ajudava nos intervalos de suas próprias obrigações.
Sinuhe tinha acabado de voltar do seu pilates quando a campainha tocou e ela mesma se dispôs a atender. Franziu o cenho quando se deparou com o casal até então desconhecido por ela.
-Pois não? - Sinu disse, os incentivando a dizer porque estavam em sua porta.
-Olá, senhora. Tudo bem? - a mulher perguntou, em um sotaque diferente. - Karla Cabello se encontra?
-Quem gostaria? - Sinuhe perguntou, na defensiva, achando tudo muito estranho. Esperava que, a uma altura dessas, não fosse nenhuma assistente social tirar satisfações por Camila não morar ali. Mas assistentes sociais não andam em pares.
-Bom, somos o Cezar e Adele Marsh. - o homem, também com sotaque, se apresentou. - Sei que parece estranho nós estarmos aqui pedindo para falar com quem eu presumo ser sua filha, mas é importante.
-Não parece estranho, é completamente estranho. - Sinu afirmou e depois suspirou. - Vou poupar o tempo de vocês, ela não se encontra. Passar bem. - ia fechando a porta e a Sra. Marsh se agitou.
-Nosso filho morreu! - Sra. Marsh disse pondo as duas mãos sobre a porta. Sinuhe parou o movimento de fechar a porta e a olhou completamente confusa. - Nosso filho morreu e nos deixou seus últimos desejos, estamos aqui somente para realizá-los. - contou e a outra mãe a analisou de forma minuciosa.
-Eu sinto muito pela sua perda, mas não consigo entender o que a minha filha tem haver com isso. - Sinu disse de forma mais paciente. - Posso garantir a vocês que Camila não é capaz de matar ninguém.
-Não estamos aqui acusando a sua filha de assassinato, senhora. Apenas queremos realizar o último desejo do nosso filho. - Sr. Marsh disse e depois suspirou. - Nós somos da Romênia, não moramos na América, viemos apenas para realizar as entregas de algumas cartas. E é por isso que estamos aqui na sua porta hoje: Karla Cabello de Miami, Flórida. Pesquisamos e há apenas a sua filha com esse nome.
-Isso. Estamos hospedados nesse hotel. - Sra. Marsh complementou, entregando um papel com um endereço para Sinuhe. - Quarto 309, em nome de Cezar Marsh. Pode entrar em contato quando sua filha puder nos receber?
-Se é apenas a entrega de uma carta, porque não deixam comigo para que eu entregue a ela? - Sinuhe perguntou desconfiada.
-Prometemos a nosso filho fazer a entrega pessoalmente. - Sr. Marsh disse simples e não esperou por mais para pegar na mão de sua esposa e sair dali.
Sinuhe esperou até o horário de sair para buscar Sofia na escola para ligar para Camila.
-Hey, mama. Que milagre é esse? - Camila disse do outro lado da linha.
-Kaki, você fez mais alguma merda que eu deva saber? - Sinuhe foi logo dizendo e recebeu silêncio em resposta. - Camila?
-Do que está falando, mãe? Deus me livre, já começa a ligação assim... - Camila respondeu e sua mãe respirou fundo.
-Desculpe, querida. Eu recebi uma visita de um casal hoje em casa a sua procura. - Sinu contou. - Eles disseram ser os pais de um menino falecido que tem uma carta destinada a você.
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Resiliência CAMREN
FanfictionA vida é feita de escolhas. Mas muitas vezes a vida é feita de momentos inesperados e mudanças drásticas. Tudo o que precisa ser feito nesses momentos, é escolher ser resiliente.