MONÓLOGO

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Quando os anos forem mais evidentes que a maquiagem...
Quando os remédios trouxerem o bem que seus beijos trazem...
Quando eu não for jovem e tão bela como diz o seu amor...
Quando eu não for jovem na janela nem na alma, mas na dor...
Quando o tempo cansar meu corpo e amadurecer meu coração...
Quando minhas mãos tremularem, e não for de emoção...
Quando os homens não me olharem, ou me verem ao natural...
Quando a minha memória já não me for tão leal...
Quando a juventude não for virtude, mas apenas lembrança...
Quando a graça me for só um enfeite numa cadeira que balança...
Quando eu não for tão vivida e alegre como diz o seu amor...
Quando meu nu não for amável, apenas delicado e sem sabor...
Você me amará mesmo não jovem?
Você me amará mesmo não bela?
Você ao menos pode me ouvir...?
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Demônio ParticularOnde histórias criam vida. Descubra agora