08- Limites

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-Renesmee

Era uma sexta-feira e haveria uma reunião de amigos na casa de Will. Claro que não fora fácil convencer meu pai de ficar longe de lá, mas Bella o trouxe de volta à realidade.

—Cuidado, filha— pediu ela quando me deixou em frente à casa dele. Assenti consciente de todas as implicações do pedido. —Busco você as dez.

Ele abriu a porta antes que eu tocasse a campainha.

—Nossa! — exclamou perscrutando-me.

Sorri enquanto ele pegava minha mão, me guiando para dentro. Na sala, já estavam Matt, Peter (acenei), Ive (sorri de forma educada) e outras duas garotas e um rapaz, que conhecia de vista, da escola.

—Estes são Natan, Jess, e Kris— disse Will, apontando-os enquanto falava. Sorri notando um esgar de uma das garotas, mas ignorei.

Uma música dançante tocava baixo o suficiente para que se conversasse. Peter parecia flertar com a tal Jess, que por sua vez parecia muito interessada, nos modos como ria e se inclinava para ele.

—Quer algo para beber? — Will perguntou afastando de meu rosto uma mecha de cabelo. Hesitei olhando as garrafas de bebidas alcoólicas nas mãos de dois dos garotos, então balancei a cabeça, negando.

Natan se inclinou para Ive, que com uma careta o empurrou, e foi sentar-se na extremidade desocupada de outro sofá, vi com minha visão periférica, mas não foi a única que percebeu a movimentação.

—Já falei para deixá-la em paz, Natan— disse Will se afastando um pouco de mim, na direção do rapaz. Ive deu um sorriso contido para o amigo, que então me abraçou pela cintura e disse:

—Vamos treinar para o baile— ele me girou uma vez, prendeu pela cintura e me beijou em seguida.

Os garotos brincavam, dançavam e bebiam. Não Willian, que parecia evitar bebida quando estávamos juntos. Uma coisa que me intrigava ali era porque Ive não ia embora, apesar de fazer um ou outro comentário, não dançava ou conversava, tampouco bebia como os outros... Will me beijou mais uma vez dispersando os pensamentos. Os braços macios estreitando-se a minha volta enquanto ele se perdurava no beijo. Houve alguns risinhos a mais dos garotos altos, já.

—Que tal um lugar mais confortável? — indagou Peter com um olhar sugestivo para Matt.

De repente, os dois avançaram sobre nós, imobilizando Will (os três rindo). Alguém me segurou por trás, o era extremamente desconfortável, e levou parte considerável de meu autocontrole para não arremessar Natan contra a parede. Frustrada, deixei que me arrastasse escada acima, por onde os garotos levavam Willian, uma humana não se livraria tão fácil das mãos de um cara grande e forte.

—Quer me soltar, por favor? — falei irritada, enquanto todos paravam em frente a uma porta, que imaginei ser um dos quartos da casa, onde fomos jogados e trancados.

Um rosnado arranhou minha garganta querendo irromper enquanto ouvia os risos e passos descerem pela escada até a sala.

—Ei, eu sou o dono da casa— disse Will alto o bastante para que eles ouvissem, mas ele não parecia muito ansioso para sair dali. —Idiotas— ele riu e me abraçou.

Tentou me beijar, mas desviei, indo até a janela, registrando parcialmente os pôsteres de filmes, esportes e troféus de natação e futebol americano espalhados. Olhei para baixo, não era alto (para mim), porém nenhuma humana faria o que pensei em fazer, sendo assim, estava presa. Senti suas mãos em meus ombros.

—Não se preocupe, eles vão abrir— seu hálito fez cócegas em meu pescoço quando ele falou.

—Claro-claro, é que não gosto de me sentir presa— era horrível não poder usar minhas habilidades, sentia-me vulnerável e frustrada, apesar de saber que ninguém ali era uma ameaça real.

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