7 - Meio-a-Meio

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O bicolor aregalou o olhos, não acreditava no que viu, fogo. Era fogo que queimava em seu punho direito, Shoto recuou para trás, olhando para sua própria mão como se não a reconhecesesse.

- SHOTO! EU SABIA! - Endeavor sorriu.

Naquele momento, ao ver a reação de seu pai, Shoto imaginou que ele poderia ter sentido orgulho, que talvez seu pai estivesse apenas o ajudando a liberar seu poder completamente.

Mas no fundo de seu coração, ele sabia que aquilo não era verdade.

- E-eu...

- Sabia que você era perfeito. Incrível! Consegui, criei a individualide perfeita! Vou te superar All Might. Você Shoto, é a minha carta na manga, é minha melhor arma.

- melhor a-arma...? - Repetia as palavras de seu pai, processando as frases na sua cabeça.

Shoto ergueu sua mão esquerda, ativando também seu lado de gelo. Sentia frio, sentia calor, era estranho, como se algo não estivesse certo, como se seus lados, lutassem para se sobresai dentro de si. Encarava suas mãos, geladas e quentes, ainda com seu olhos arregalados, prescisava de tempo, para que finalmente pudesse entender oque acabará de acontecer consigo mesmo. Fechou os olhos, fazendo chamas e gelo de seu corpo se disiparem.

- Perfeito? Apenas para você - resmungou baixo o suficiente para Endeavor não ouvir.

- Já chega! Amanhã continuaremos seu treino. - Endeavor caminhou até o portão de ferro da pequena sala, que Shoto apelidou nada carinhosamente por "Dor".

Pela primeira vez, Endeavor abriu a porta na frente de Shoto permitindo que o mesmo passase, então se deu conta, que mal sabia onde aquele quarto se localizava. Seu pai sempre lhe dava remédios para que adormecesse, e magicamente, quando Shoto acordava já estava naquele lugar. Ele caminhou lentamente até a porta, que dava caminho para uma escada pequena de 10 degraus, subiram.

Ao fim da escada, Endeavor abriu um pequeno alçapão, passaram por aquela apertada porta, e se viram nada mais nada mesmo que no próprio escritório de Endeavor.

- Estamos na sua agência, pai - Shoto passou seus olhar por toda a sala.

- Sim, mas você não vai ficar aqui, o carro já te espera. Vai voltar para casa.

Shoto não disse mais nada.

________,

Três dias tinham se passado desde que Shoto havia despertado o outro lado de seu poder. Ele encarava a professora que falava algo em que não prestava atenção.

O sinal tocou, e todas as crianças saíram apressadas da sala, tropeçando desesperadamemte uma nas outras, em direção ao colo de seus pais.

Shoto organizava suas coisas calmamente na mochila, enquanto se despedia vagamente de alguns colegas que lhe davam um "tchau" ou acenavam.

A professora deixou que todos saíssem, e finalmente foi em direção a Shoto, com sua pasta em mãos.

- Está tudo bem, querido? esteve um pouco distante hoje - ela perguntou docemente.

- S-Sim, porque não estaria - ele forçou um sorriso e jogou sua mochila nas costas, caminhando em direção a porta.

- Shoto! Oque é isso!?

Ele parou.

- Oque aconteceu? Sua perna! - Indagou ela aterrorizada.

Shoto estava mancando, um grande hematoma roxo cobria metade de sua perna. A professora parou para examinar a criança com mais cuidado, ela percebeu que não só sua perna, Shoto tinha ferimentos e cortes por todo o corpo, ums cicatrizados, outros tão recentes que ainda sangravam.

- Shoto! Andou brigando? - Ela perguntou.

- Não professora, eu apenas caí - ele se virou, mostrando um sorriso mais forçado que o anterior.

- Okay, foi uma pergunta boba, sei que você não é disso - Ela afagou os cabelos do garoto.

Shoto queria que sua professora percebesse que aquilo não era consequência de uma queda, queria que o ajudasse mais que tudo. Porém não estava disposto a revelar nada sobre seu treinamento, que mais transparencia uma tortura, sabe-se os céus, oque o pai faria se soubesse que Shoto andou contando a alguém sobre isso.

Mesmo se contasse, ele sabia que a professora não acreditaria, não era culpa dela, quem em sã conciência duvidaria da integridade da família Todoroki?
A família perfeita, com um legado perfeito.

- Mas...

Shoto saiu da sala, antes que sua professora o enchesse de mais questionamentos.

___________,

O

garoto chegou a porta de sua casa, tirou o sapatos e abriu a porta lentamente.

- M-mamãe, está em casa? Ninguém o respondeu, Shoto entrou, o garoto colocou sua mochila no sofá. Analisando a casa perfeitamente arrumada.

Ouviu sussuros vindo da cozinha, imaginou logo que fosse sua mãe, e correu em direção ao local para abraça-la, Shoto sentia saudades de passar um tempo com ela, sentir seus dedos acariciarem seus cabelos. Era no conforto dos braços de sua mãe, que o garoto encontrava a paz, o fazendo esquecer por um momento o inferno que ele vivia dia após dia, noite após noite. Shoto não se via como teria aguentado tudo aquilo até agora sem sua mãe por perto.

Ele sorriu e entre abriu a porta, queria dar um pequeno susto nela, mas mudou de ideia e reação, ao escutar o soluços de sua mãe, ela chorava enquanto conversava com alguém ao telefone.

- Mãe...e-eu achei que ele não tinha aquele pedaço dele, e-eu não consigo olhar para meu próprio filho e não enxergar Endeavor em seus olhos, o seu lado direito, me assusta, e-eu...Sinto nojo dele...eu tentei, tentei mesmo, mas não consigo mais. Olhar para Shoto me machuca, como Endeavor me machucou, mãe, eu não consigo mais - Desabafava, soluçando e apertando cada vez mais o telefone em sua mão.

Shoto abriu a porta de uma vez, fazendo sua mãe se assustar finalmente percebendo sua presença, ele não queria acreditar no que havia escutado.

-S-Shoto...

Recebeu de sua mãe o olhar mais vazio e amendrontado que já virá, os olhos dela encharcados de lágrimas, desgosto e nojo, fizeram o estômago de Shoto embrulhar. Aquele olhar doeu muito mais que os de seu pai, porque era perceptível a dor através dele, e Shoto sabia que ele era o culpado.



🔥❄Queimar """ (Completa)Onde histórias criam vida. Descubra agora