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Un.

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                                                [ 14 de Abril 2020, Primavera]

A vida. Ela passa como um sopro.

Tão rápido que a gente nem se dar conta. Principalmente, quando estamos em um momento bom em nossas vidas.

Os momentos bons, nos fazem esquecer das dificuldades, das horas, e de tudo ao redor, eles liberam a endorfina. Um dos hormônios da felicidade.

E como dizem, o que é bom dura pouco, isso porque nós queremos aproveitar o máximo.

Agora os momentos ruins, sempre dão impressão de passarem devagar, porque claramente são coisas que não nos fazem bem, e essas coisas sempre queremos longe de nós. Mas as vezes, não conseguimos evitar.

Como uma tia chata, que quer vim na sua casa, mas você não quer ela ali e ela vem mesmo assim por conta da sua mãe, e dá a impressão que depois que ela vai embora, já se passou uma eternidade.

Mas na realidade os momentos bons e ruins, passam do mesmo jeito.

E foi assim com o meu casamento. Ele aconteceu rápido, eu era nova e imatura, queria sair de casa, tinha 19 anos. E no processo do fim, foi extremamente arrastado, cansativo e maçante como se de cinco anos de casados, tivéssemos pulado para quarenta, porém acabou.

Nosso relacionamento simplesmente não deu certo, acho que não só eu. Mas ele também. Nós dois paramos de gostar um do outro e demoramos para aceitar isso pelo fato de estarmos acomodados, por isso que foi tão maçante.

Agora estou com 24 anos, trabalhando como enfermeira e decidi fazer uma loucura. Me mudar para Paris.

E porque Paris? Eu sempre me perguntei isso, mas a resposta é porque sempre achei a cidade linda e encantadora. Tanto que no ensino médio comecei a estudar francês, e até comprar livros da língua para poder aprender.

Algo sempre me puxou para a França, e dessa vez eu permitir se puxada.

Obviamente meus colegas de trabalho, que eu gosto muito falaram que era loucura, juntar toda a minha vida em Seoul em uma mala e me mudar. Mas eu sempre fui impulsiva então foi isso mesmo que fiz.

E aqui estou eu na França, estamos na primavera e a cidade está absurdamente linda. Eu tinha procurado na internet quartos para alugar, e para minha sorte consegui um não tão caro de alguém coreano.

Então agora eu estou com duas malas onde só trouxe minhas roupas, com meu celular andando pelas ruas de Paris procurando o endereço do dono da casa Kim Taehyung.

Abri um sorriso alegre quando acho uma casa pintada de marrom desbotado, com um primeiro andar e varanda com grades brancas, e logo vi o número "331" que foi o que ele me passou.

Então liguei para ele, avisando que estava aqui na frente e ele veio me receber.

— Bonjour futura inquilina.

— Bonjour, é um prazer conhecer você! — Respondi, apertando a mão dele.

— Deixa eu te ajudar com essas malas. — Ele diz, pegando uma delas e me ajudando a colocar para dentro.

Quando ele fechou a porta, olhei com atenção a casa e vi o quão tudo era combinando, os móveis de madeira, de um gosto mais antiquado, entretanto refinado. Bonito.

— Vamos as regras, nada de som alto depois das dez, o meu dia começa as 8 da manhã, é quando eu recebo alguns alunos aqui. Eu sou professor de piano. — Ele aponta para o instrumento no canto da sala. — Inclusive uma das minhas alunas está prestes a chegar — Ele olha para o relógio de pulso.