Trois.

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°Dicionário Francês:
Mes amis = meus amigos

🍁

Quando acordei, Kim Taehyung já estava preparando o próprio café, então fui na padaria mais próxima comprar algumas coisas. E quando voltei ele terminou de tomar café comigo.

Nós dois estávamos nos dando bem até, já fazia uma semana que eu estava aqui e mesmo pensando naquilo que ele me disse quando me viu com Nayeon, ele não tocou mais no assunto então também não falei nada.

— Como anda a procura de emprego?

— Eu fiz uma amiga, eu tô esperando me ligarem do hospital em que a esposa dela trabalha. — Respondi, tomando um gole de café.

— Vai dá tudo certo Jeong-ssi. — Ele diz olhando para o relógio.
— Nossa a manhã passa tão rápido né? Daqui a pouco Nayeon chega.

Então, já que ele tocou no nome dela. Não quis perder a oportunidade. — Você dá aulas a quanto tempo para ela?

— A mais ou menos dois anos, eu acho. Duas vezes por semana. — Taehyung limpa a boca com as costas das mãos. — Ela é tão talentosa.

— Vocês são bem próximos né? — Pergunto, querendo saber mais.

— Sim, além de eu ser professor dela, somos melhores amigos.

Me remexi na cadeira, querendo perguntar mais. — E você sabe se... Ela tá namorando?

Ele aperta os olhos e em seguida me cutuca. — Danadinha. Mal chegou e já quer viver uma história de amor em Paris?

— Aí... — Acabo rindo, me afastando de seu toque. — Só foi uma pergunta.

— Não, ela tá solteira. Mas escuta... — Ele diz, com um tom sério. — A Nayeon carrega fardos que talvez nenhuma outra pessoa vai aguentar, então é melhor você desistir.

— Mas eu... — Tento dizer, um pouco sem graça. — Eu não disse que tentaria alguma coisa, só foi uma pergunta...

Ele aperta os olhos, e me dá um sorrisinho. — Nem você acredita nisso.

E antes que pudessemos continuar aquela conversa, a campanhia tocou, e ele se levantou para abrir a porta fazendo com que eu abrisse um sorriso por ver Nayeon logo de manhã.

Bonjour mes amis* — Ela diz assim que entra, retribuindo meu sorriso e depois olhando para Taehyung.

— Eu tenho uma notícia pra você. —  Ela diz se sentando no sofá da sala, e como a casa era pequena, da mesa na cozinha eu podia vê-la perfeitamente.

— Seja lá o que for estou preparado. —  Taehyung respira fundo de forma dramática, ela solta uma pequena risada, e eu achei aquilo tão gostoso de ouvir.

— Eu me inscrevi no concurso musical, começa daqui a três meses, no verão.

—  Você o que!? Você perdeu o juízo né!? Aí meu Deus... —  Ele fecha os olhos respirando fundo.

—  Não surta Tae Tae eu vou conseguir você vai ver eu vou ganhar. —  Ela diz. E ele abre o olhos, parecendo um pouco mais calmo.

—  Você sabe que a gente vai precisar ensaiar mais né? Você já conversou com sua mãe e com...

—  Já! —  Ela interrompe. —  Claro que sim! Mas não tenho tempo para conversar, eu estou terminando de compor uma música que vou apresentar lá pela primeira vez então mãos à obra!

Ele suspira. —  Espera, eu vou lá dentro me recompor dessa notícia inesperada, eu não me preparei o suficiente.

Nayeon balança a cabeça rindo, me levantei para ir até a sala.
—  Ele é tão dramático, acho que está na profissão errada, deveria ser ator.

—  Então você está compondo uma música, huh? —  Pergunto, e ela vai até o piano no canto da sala.

— Sim... Na verdade eu não sei se está boa, mas tá quase finalizada. Quer ouvir?

— Uhum. — Balanço a cabeça confirmando, me aproximo dela até que também sento no banco de frente para o piano.

Estamos tão próximas que nossos ombros se encostam, e ela tinha um cheiro tão bom. Acho que seu perfume era de flores, e isso me lembrava primavera.

Os cabelos dela estavam presos em um rabo de cavalo baixo, o que deixava charmoso porque alguns fios saiam do lugar, por serem curtos.

Nayeon afasta o moletom que cobria as mãos, e percebo curativos ali.

— O que aconteceu com sua mão?

— Ah. — Ela responde sem graça.
— Naquele dia em que você atropelou minha bicicleta, eu acabei machucando minha mão... Mas já tá cicatrizado não se preocupe, só foi um arranhãozinho...

— Tudo bem então. — Respondi, juntando as mãos entre as pernas, esperando ansiosa que ela começasse.

[🎵] Nayeon ajeitou a postura, respirou fundo, e começou a tocar firmemente, uma melodia animada, e atrevida totalmente da que ela já tinha visto ela tocar.

Nayeon estava tão concentrada nas teclas, olhando seus dedos se moverem rapidamente, e eu também estava completamente concentrada, que apenas escutei Taehyung dizer: — Wow Naye-nii que incrível.

Ela apenas deu um sorriso de lado quando a melodia se tornou mais delicada, e era tão incrível. Essa música parecia tão Nayeon.

Eu continuei totalmente encantada por aquele momento, pra mim eu já tinha ganhado meu dia só em escutar ela tocar.

Quando acabou, eu e Taehyung começamos a bater palma animados, e ela esconde o rosto nas mãos. — Não precisa gente.

— Claro que sim! Olha se você permitir eu estarei na primeira fila aplaudindo você! — Acabei dizendo.

Ela afasta o rosto das mãos e me encara, eu notei que suas bochechas estavam coradas e ela sorri. — Eu adoraria que você estivesse lá.

Taehyung pigarreia. — Se era minha opinião que você queria sobre a música, pra mim ela está perfeita. Muito mais que finalizada.

— Sério? Ah que ótimo agora eu já tenho mais uma música para o meu repertório. — Nayeon agita as mãos, ela estava tão animada.

— Quando você tiver escolhido as músicas, me mostre certo? — Ele diz, e ela confirma que sim com a cabeça.

Me levantei de onde eu estava, eles iriam ensaiar e não queria atrapalhar em nada, então decidi
Arrumar meu quarto ao som de mais uma música tocada por Nayeon, dessa vez uma bem conhecida de um filme romântico chamado Ghost.

Até que meu celular começou a tocar em cima da mesinha.

Bonjour?

Bonjour, tu es Yoo Jeongyeon?

Ah... Si! pourquoi?

Nos deram teu número, somos do hospital de Paris

Quase dou um pulo de animação, aquela garota. Tzuyu realmente tinha passado meu contato.

Retiro o celular do ouvido e coloco no viva voz, para poder anotar o endereço é depois procurar no Google maps.

Depois de me despedir e agradecer na ligação, tento me conter, eu precisava ir amanhã de manhã às 8 horas em ponto.

Eu tinha vindo para Paris, sem quase nenhum propósito. Na verdade apenas queria deixar tudo aquilo que não cabia mais dentro de mim, na Coreia.

Mesmo tendo um emprego, uma casa, um marido, e morava perto da minha mãe e tinha alguns colegas. Eu sempre tive a sensação de que aquilo não estava certo.

Talvez se eu dissesse a alguém que a minha sensação de certeza era o que eu estava vivendo agora, alguém poderia estranhar.

Mas pelo menos eu, estava muito empolgada com minhas novas decisões.

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Até amanhã pessoal

Fσυr Sєαsσทs • 2yeonOnde histórias criam vida. Descubra agora