𝙻𝚎𝚐𝚎𝚗𝚍𝚜 - 𝙽𝚘𝚊𝚗𝚢 {𝚌𝚘𝚗𝚌𝚕𝚞𝚒́𝚍𝚊}

006

Noah

O que eu faço agora? Sina vai querer me matar, ela vai acabar com a vida da Any também e eu ainda não consigo entender o que eu senti quando ela quase caiu.

Parece que pela primeira vez, aqueles olhos castanhos e aqueles lábios carnudos mexeram comigo.

As mensagens de Sina não param de chegar. Ela diz que esta quase chegando e que quer conversar sério comigo.

- Any, acho que é melhor você ir embora. Sina está quase aqui, é não quero que ela te mate.

- Eu entendo. Já to indo já!

Levo ela até a porta, mas ouço a voz de Sina no corredor. Ela já estava aqui, como assim?

- Ah, mas eu vou matar aquele garoto! - ouço a mesmo dizer, enquanto caminhava em passos pesados.

- Puta que pariu! - diz Any.

- Any, se esconde no meu armário! E não saia de lá por nada! Apenas... Não faça barulho, ok?

Ela concorda e corre em direção ao meu quarto. Ouço a porta do meu quarto fechar e me viro para a porta da sala, que esta preste a virar um inferno.

- NOAH, ABRE ESSA PORTA AGORA, CARALHO! - Ela grita do lado de fora do meu apartamento.

Abro a porta e vejo a raiva em seu olhar. Ela adentra em minha casa antes mesmo que eu diga algo.

- Pode me explicar agora que porra foi aquela com a Any! Você está me traindo, não é? - diz parando na minha frente, impaciente.

- Não rolou absolutamente nada! Para de ser paranóica. A gente só estava fazendo uma música e ela quase caiu. Eu segurei ela e SÓ! Entenda que você não é o centro do mundo!

Após dizer isso, me arrependo. Isso só faz com que a sua raiva crescesse mais.

- EU NÃO TENHO CULPA SE VOCÊ TEM UMA PAIXÃO ENORME PELA ANY GABRIELLY DESDE O DIA QUE VOCÊ CONHECEU ELA!

Fico em silêncio. Eu nunca gostei da Any nesse sentido. O que ela ta inventando agora?

- Você tá maluca, Sina? Eu nunca gostei dela, somos e sempre seremos só amigos!

- Por favor, Noah! Você acha que engana quem com essa cara de coitadinho? Eu vejo o seu sorriso quando você está com ela. É mais leve, mais natural. E o jeito que você olha pra ela... Me causa até ódio. Você é caidinho nela e só você não percebeu isso ainda.

Eu a observo, ainda chocado com aquilo. Eu não fazia nada daquilo. Nós éramos apenas amigos próximos. Mas eu realmente fico mais feliz quando estou com ela.

- Quer saber, Sina! Eu posso até tratar ela diferente, ser mais carinhoso com ela e tudo mais. Mas eu sou assim com a Any porque ela não me trata assim igual você me trata! Você acha que eu sou sua propriedade e que você pode mandar em mim.

Seu olhar ainda é de raiva, mas agora também é de surpresa. Eu nunca discuto com ela, sempre sou o errado, segundo ela, então nem perco meu tempo.

Mas dessa vez eu me opus. Dessa vez eu disse o que eu tenho que falar.

- Agora vai se fazer de desentenda? Você sempre diz que não posso sair com fulano ou ciclano porque iria "ficar feio para minha imagem". - digo entre aspas essa última parte. - Me proibe que comer várias coisas porque eu posso acabar engordando.

Eu estou falando tudo que vem me sufocando por meses.

- Eu não aguento mais esse relacionamento! Ele está me matando por dentro. E eu quero terminar com ele agora! Saia da minha casa, Sina! Agora!

- Você não pode fazer isso.

- Posso e vou fazer. Eu não quero mais ser seu namorado e não quero mais você dentro da minha casa. Por favor se retire agora.

Seguro seu braço para guia-la até a saída, mas ela se solta.

- Não encosta em mim! - Ela diz e se direciona até a porta. - Você vai se arrepender disso, Noah Jacob Urrea!

Ela bate a porta com força e me deixa ali, sozinho.

Me encosto na porta e escorrego bem devagar, igual nós filmes. Lágrimas saem de meus olhos e eu não tendo para-las.

Puxo minhas pernas para perto de meu peito e abaixo a cabeça, ficando em uma posição fetal.

Sinto braços me envolvendo e percebo que é Any. Ela escutou toda a discussão e agora sabe como era meu relacionamento com Sina de verdade.

Ela fica ali comigo por minutos, ou horas, eu não sei de verdade. Mas ficamos em silêncio todo esse tempo. Não falamos nada, apenas ficamos sentados no chão com ela me abraçando e eu deitando em seu colo.

Ela fazia carinho no meu cabelo com o intuito de me acalmar, e funcionou. Um pouco.

Ela me leva até a cama e faz com que eu me deite. Ela me cobre e eu durmo. Mas eu a ouço falar em meu ouvido.

- Eu estou aqui com você, Noah. A qualquer momento e em qualquer circunstância.

Ela dá um beijo em minha testa e sai do meu quarto, provavelmente indo para a sala.

Jesus, como eu amo a Any.