'DIMPLE'

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Depois de certo tempo, Tae me obriga à deitar em sua cama e tentar dormir. Enrosquei meu braço entorno de suas costas nuas e o sinto meu coração acelerar. Droga. Tenho o mesmo defeito do Jimin. Necessidade. Droga! Viro o rosto parcialmente pálido de Tae pra mim que vira seu corpo ficando em meu entorno. Selo nossos lábios antes do que devia e sinto a mão de Tae roçando à bainha de minha camiseta. Já tenho medo e vontade. Ele me olha profundamente e respira fundo. Nos separa com calma e fita o teto. Isso me faz se sentir constrangida. Ele me olha e diz, tentando parecer calmo.

_Melhor não fazermos nada sem que estejamos prontos.
_S-Sim.

Olho cabisbaixa pra ele.

_Não fique assim. Só... Não é o momento.
_Eu não ligo pra isso.
_Mas eu sim. Mel. Se acalme.
_Então... -Respiro fundo e aumento meu tom de voz. -Não devemos ficar juntos.

Forço seus lábios nos meus. Pra sentí-los uma última vez. Corro até à porta, abro-a e falo, antes de ir em disparada pra fora da mansão:

_Não fale mais comigo, meu herói.

Ouço ele dizer algo, mas não entendo, porquê corro diretamente pra porta da mansão. Saio da bela casa e a chuva se inicia. Os pingos de água quase me consomem enquanto corro com os lábios trêmulos. Chego finalmente em minha casa, tossindo bastante pelo frio, e bato na porta muitas, e muitas vezes. Minha mãe atende com sua cara de preocupação matinal. Me puxando pra dentro, completamente enxarcada.

_O quê houve com você? Não atendeu nem as minhas ligações.
_Não estava com o celular. -Disse-lhe enquanto me levava com pressa pra um banheiro, e me enxugava com uma toalha.
_Aonde estava? -Ela me olhou incrédula e meus lábios não paravam de tremer.
_Num... -Engulo em seco.- Velório.
_Velório? -Ela indaga como se tivesse cometido um crime.- De quem?
_Do p-pai do Jimin.
_Ah. E... Como à família está?
_Ele está arrasado.
_Imagino. -Nunca vi ela me olhar tão friamente quanto agora.- Tome um banho e desça. Farei algo pra você beliscar.
_Omma? -Ela que se virava pra sair, parou.
_Sim?
_Posso conversar sério com você depois?
_Claro.

Entrei no banheiro, me livrei das roupas completamente molhadas, liguei o chuveiro quentinho e me deliciei depois de sofrer um choque térmico por dentro.
Vesti roupas mais quentes e fitei meu anel. Abri minha gaveta em busca de um prendedor de cabelo, e achei as cartas. De JungKook e Jimin. Li elas umas duas ou três vezes, e senti uma lágrima escorrer, à limpo, coloco as cartas na minha mesa. Fito novamente meu maior inimigo no meu dedo e pensei: Meu maior castigo é amar, não ser casta. Perdida nos meus pensamentos, quase que não ouvi minha mãe me chamando.
Desci as escadas e minha mãe me esperava sorridente na cozinha. Com uma xícara que pelo cheiro delicioso, é chocolate quente e um sanduíche. Forcei-me a sorrir e me aproximei dela. Ela me olhou, entregou o lanche e disse:

_Obrigada, Omma.
_Não é nada. E então? -Ela faz uma pequena pausa.- O que era tão importante?
_Não quero que interprete de outra forma. Da forma errada.
_O que está falando, Millenna? -Seu olhar já parecia irritado e amedrontador. Meu coração dispara. Da última que me olhou assim, fui forçada à usar o anel e fiquei trancada no meu quarto uma semana, chorando. Sem ninguém.
_Eu... O anel. O anel. Estou falando do anel.
_O que quer? Não me diga que você descumpriu sua castidade! Isso não vou perdoar! -Ela dá um tapa na mesa e bufa.
_Calma, mãe! Não fiz isso! -Me levanto.
_Então... O que é?
_Não quero que interprete mal. Mas... Quero entregar meu anel.
_Oi?! -Minha mãe me olhou com cara de desdém e depois tirou seu olhar de mim e respirou fundo. -Porquê quer isso?
_Acha que é fácil chegar todos os dias na escola e ser levada como chacota por todos? Acha que é fácil ser desmerecida por causa de anel? Acha que fácil não poder nem se aproximar de quem gosta por causa de uma barreira? Estamos em pleno século XXI, mãe! Ninguém mais liga pra isso! Nenhum garoto vai pedir a mão de sua filha com à bênção do pai ou mãe, pelo contrário, eles são os últimos à saber! Mãe... Eu já sofro por ser nerd, imagina por ser casta. Nenhuma garota que conheci na minha vida recusou isso à garoto que fosse. Eu não estou pedindo isso, pra me tornar uma delas. Só quero que... Pelo menos dessa vez... Confie em mim. -Minhas lágrimas desceram e minha mãe limpou algumas. Depois respirou fundo. Não menti. Só omiti o principal.
_Porquê nunca me contou?
_Nunca quis que me interpretasse mal. -Ela pensa por um breve momento.
_Preciso de um tempo pra pensar. -Pela primeira vez, vejo minha mãe começar à chorar.
_Certo. Te deixarei pensar.

QUENTE COMO O INFERNO •PJM & JJK•Onde histórias criam vida. Descubra agora