CAPÍTULO 09

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MEIO à um sol forte, posta numa estrada extremamente vazia, só poeira e mato, encontra-se uma caixa de madeira grande. A caixa passa a mover-se. Parecia não haver um objeto de encomenda qualquer, e sim um pessoa que se debatia pra sair.

Logo a tampa da caixa é arrancada e cai. Um braço surge, seguido do corpo. Dani sai de dentro da caixa, cambaleante e confusa.

— Ai, que dor de cabeça. Onde é que eu tô? Meu Deus do céu, meu casamento!

Lembrou-se quando percebeu ainda estar vestida em seu lindo vestido de noiva. Se recordava apenas do funcionário da loja ter-lhe trazido um lanche e logo depois um grande apagão. Dani procura por algo no vasto nada em que se encontrava.

— Alguém aí! - ela grita.

Mal sabia a pobre Dani que se encontrava numa estrada qualquer... No Perú, exatamente em Machu Picchu.

💋💋💋

DIEGO tentava explicar para o seu novo marido Indiano que o casamento tinha sido um grande erro, mas claramente não estava obtendo êxito, levando em consideração que Dinesh não ouvia uma só palavra que ele dizia.

— Você precisa me escutar!

— Ah, Baguan Kelie! Nós estamos casados, no papel e tudo, veja só as alianças! Veja!

Dinesh mostrava seu dedo com a aliança enquanto tomava seu farto café da manhã na sacada do quarto.

— Moço, eu nem lembro de você! Aliás, esse casamento não tem valor legal nenhum. Eu me casei bêbado, isso é ilegal! - Diego diz.

— Tchalô, Tchalô, não fale assim! Você machuca meu Dil, meu Dil fica machucadinho com você falando dessa forma!

— Ah, era só o que me faltava!

Diego senta-se na cama, nervoso, roendo as unhas. Dinesh se levanta e vai até Diego, sorrindo.

— Nós vamos fazer um passeio pela Índia, que tal? Meu jatinho já está a nossa espera no Terraço, mas antes...

Dinesh arranca a toalha do corpo, ficando apenas nu frente a Diego, que por sua vez tampa os olhos ao ver, enfim, o avantajado acessório de perdição de Dinesh Radash.

— Vamos consumir o casamento, meu Djan!

Dinesh segue em direção a Diego, mas ele rola na cama e cai do outro lado, se levantando rapidamente, atordodado.

– Escuta, Radesh, Rinesh, sei lá! Senhor meu marido. É isso. Sabe o que é, é que eu tô morrendo de fome. E, é aquela coisa, né? Não rola nada com fome.

Diego força um sorriso simpático. Dinesh coça a cabeça confuso.

— Hum... Tiki he! Eu vou pedir para preparar para um Garam para você!

Dinesh veste um hobby dourado e sai em direção a porta, mas para quando a abre.

— Djam? - ele diz a Diego.

— Sim? - Diego diz, tentando transparecer naturalidade, mas soou como se estivesse sendo pego aprontando algo.

— Já volto.

Diego assente. Dinesh some. Diego rapidamente abre o guarda roupas de Dinesh e observa as roupas.

💋💋💋

Diego subiu até o terraço, disfarçando com as roupas de Dinesh, alerta para não ser pego. Avistou o jatinho parado e o piloto passando um pano por ele.

— Senhor Dinesh! O que deseja!

Diego tentou lembrar alguma gíria Indiana que Dinesh teria pronunciado. Teria que soar o mais natural possível.

— Tchalô, Tchalô, vamos para San Diego!

E tossiu para disfarçar. Apressou-se e logo adentrou no jatinho. Segundos depois o veículo já estava saindo do chão, pronto para voar rumo a San Diego. Já no alto, Diego olhou para baixo e avistou Dinesh Radash acenar desesperadamente para que o jatinho descesse, mas o motorista estava distraído demais.

— Baguan Kelie! Mais rápido!

Minutos depois o jatinho estava distante dali e Diego pôde respirar, aliviado. Chegando em seu destino, ele trataria de anular o bendito casamento.

💋💋💋

— Me perdoe, padre, pois pequei.

Disse Ellis, num confessionário de um igreja de San Diego.

— Está perdoado. Vá para casa e não peque mais, meu filho.

— Está bem, Padre.

Ellis faz o sinal da cruz e passa a andar para fora da igreja. Ao sair e pisar na calçada ele sorri.

— Pecados velhos perdoados. Hora de renovar o estoque.

Põe um óculos preto no rosto e sai andando, pensando em como seu plano tinha dado tão certo, e já se passara alguns dias desde que tinha colocado em prática. Comemorava o fato de que Ramón ultimamente não saia da cama por nada. Estava desolado demais depois que Dani supostamente o abandonou. Ellis via nesses momentos a oportunidade certa de consolá-lo.

Afinal, não existiam mais obstáculos entre ele e Ramón.

Bom, era o que ele pensava antes de entrar no apartamento de Ramón e o ver aos beijos com um rapaz desconhecido.

— Mas...

Claro que o choque foi inevitável. Como podia um garoto conseguir nesse pouco tempo o que Ellis demorou anos e nem se quer conseguiu.

E eles se beijavam com tanta paixão, com tanto fogo.

Ellis se segurou na porta para não agarrar aquele rapaz pelo pescoço e lhe mostrar seu lugar.

— Acho que vou ter que dar um jeito nisso também.

Falou baixinho para si mesmo.

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Fácil de Se Apaixonar (GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora