RAMÓN, desde que havia acordado, não parava de sentir uma forte dor de cabeça, mas também não parava de olhar parava de olhar para Diego, enquanto explicava como todo o acidente havia acontecido.
–– Então quer dizer que você não se lembra de nada? – disse Ellis, estarrecido.
–– Não. – respondeu Ramón.
–– Não se lembrava para onde estava indo, ou de onde estava voltando? Ou nenhum outro detalhe crucial que te fez perder a cabeça a ponto de se distrair no trânsito? Nada, nada?
Ellis procurava entender por que todas as respostas para as suas perguntas estavam sendo respondidas apenas com uma negatiava de cabeça. No fundo, ele esperava que Ramón expulsasse Diego do Hospital e nunca mais quisesse vê-lo novamente, mas o que aconteceu foi justamente o contrário, Ramón não só espiava Diego constantemente, como também se mostrava indiferente ao fato dele ter visto a cena armada mais cedo, o provável motivo do seu acidente.
Diego conversava com o médico um pouco distante de Ramón e ele lhe explicara que foi preciso dar alguns poucos pontos em sua cabeça, mas que foi milagre o acidente não ser ainda mais grave. Ele, aliviado, pode respirar e silencioso foi até a cama onde Ramón estava.
–– Você foi imprudente, troglodita. Podia ter morrido.
Ramón sorriu e pegou a mão de Diego, acariciando-a.
–– Desculpe.
Diego estranhou e julgou ter visto e ouvido errado. Ramón jamais lhe demonstrou afeto em público e com certeza nunca acariciaria sua mão, sem contar no pedido de desculpas inesperado. Essas palavras jamais tinham saído de sua boca antes.
–– Você está bem? – Diego perguntou.
–– Agora sim. Você faz tudo ficar bem melhor. – voltou a sorrir.
–– Olha, eu sei que você passou por uma experiência de quase morte, mas... você realmente está bem?
Enquanto isso, Ellis observava a cena, chamuscando de ciúmes, andando de um lado para o outros, roendo as unhas.
–– Eu preciso te contar uma coisa.
Ramón disse e pediu para que Diego aproximasse o rosto. Diego se inclinou para frente e logo sentiu os lábios de Ramón tocarem os seus, suavemente e inesperadamente. Um beijo doce, como jamais havia provado de Ramón. Todos os beijos que trocaram eram puramente excitantes, calorentos. Esse lhe soou tranquilo, despretencioso e extremamente tênue.
–– Eu te amo. – como foram essas palavras que Ramón lhe disse.
–– Você enlouqueceu? – disse Diego.
–– Por que enlouqueceria? – falou Ramón.
–– Você me beijou... na frente de todo mundo. O que você quer com issso?
–– O que queria que eu fizesse. – disse Ramón. – Normalmente é assim que namorados se tratam, eles se beijam e, sobre as pessoas, eu não me importo. A gente se ama, a gente está junto, que mal tem nisso?
–– Namorados? – disse Diego, claramente confuso. – Que tipo de jogo é esse, seu pré- histórico? Escuta aqui, se estiver armando alguma coisa...
–– Tem razão, tem razão, desculpa. Namorados não é o termo apropriado para o nosso relacionamento. Por um momento esqueci que estavámos noivos.
Ramón deu uma risadinha e Diego estava de boca aberta.
–– Noivos? – disse Ellis.
–– Ramón, para com isso, eu não tenho culpa que a Dani te abandonou! Agora querer tirar sarro de mim. Eu vim aqui numa boa, não mereço o seu sarcasmo, não. – falou Diego, perdendo a paciência.
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Fácil de Se Apaixonar (GAY)
RomanceDepois de se conhecerem e brigarem numa festa, Ramón e Diego terão que conviver juntos durante algum tempo. Ramón, um cara bruto e atrapalhdo, e Diego, simpático e determinado. Os dois terão suas indiferenças, mas no meio do caminho descobrirão suas...