CAPÍTULO 15

3.6K 256 221
                                    

A CAMA TINHA SE TORNADO BEM MENOS espaçosa agora que Ramón a compartilhava com alguém. Seus pés se acariciavam por baixo dos lençóis enquanto se beijavam. Diego bagunçava os cabelos de Ramón com as mãos. Era fácil, pois o mesmo tinha cabelos negros e macios. Mesmo quando se odiavam, Diego sempre teve vontade de agarrar nele com as próprias mãos e puxar com força, mas toda essa raiva tinha que resultar em algo. Puxões de cabelo somente entre quatro paredes, e pelas manhãs o carinho matinal. Quase havia se esquecido de que tinha pendências com Ellis a resolver, mas pensou que Dana estava trabalhando nisso, resolvendo assim apenas aproveitar o momento.

— Eu sei que você precisa ir, mas não dá pra ficar só mais um pouquinho? – perguntou Ramón.

— Mas eu fiquei desde ontem, Ramón. Eu tenho uma vida, sabia? – respondeu Diego, apertando o nariz de Ramón.

— Você bem que podia ficar pra sempre e aí não seria só a sua vida... seria a nossa vida.

Por um momento Diego se sentiu deliberadamente abalado com o que Ramón lhe falara. Como poderia ficar mais apaixonado pelo mesmo homem todos os dias? Se perguntou ao olhar o rosto angelical e rústico de Ramón se sempre tinha sido isso, paixão, de primeira ardente ácido como uma Plutonita e posteriormente quente como o próprio fogo.

— Seu galã de novela mexicana de meia tigela. Você não pode sair dizendo essas coisas para as pessoas. – disse Diego.

— E por que não? – Ramón agarrou na cintura de Diego e o puxou para mais perto de si. — Acho que eu tô te amando.

Diego sentiu o calor de seus corpos e uma vontade enorme de abraçar Ramón e não soltar nunca mais, mas em vez disso ele se sentou na cama e respirou fundo.

— O que foi? Disse alguma coisa de errado? — falou Ramón, fazendo o mesmo e se sentando na cama.

— Não é que... eu tenho medo.

— De quê?

— De isso não ser real. Sabe? Eu posso muito bem acordar amanhã e descobrir que você recuperou sua memória, aí você não vai se lembrar de nada do que me disse e se eu contasse, você negaria até a morte. – suspirou Diego.

— Eu nunca negaria você. – afirmou Ramón.

Diego respira fundo e beija o ombro de Ramón, saindo da cama e cantando suas coisas pelo chão do quaro.

— De qualquer forma, prefiro que você não afirme nada enquanto essa história da sua cabecinha não ser resolvida. Não quero que essa paixão de verão se torne algo maior que faça mais estrago. Então, por favor...

Diego junta as mãos numa súplica.

— Não me diga que me ama até você recuperar a memória. Você entende, não entende?

Ramón revira os olhos e abre um meio sorriso.

— Tudo bem. Eu entendo.

Diego sorri, andando até Ramón e lhe dando um beijo no rosto.

— Até logo.

— Até.

— E toma café direito antes de sair para o trabalho. Você nunca come nada com a pressa de sempre.

— Tudo bem.

— Ah, eu já liguei pro Pet Shop e eles vão levar Darth Vader daqui há uma hora. Pode dormir mais um pouco, eu ponho a ração dele.

Diego pisca e sai do quarto. Ramón se perde em seus pensamentos. Esfrega o rosto com as mãos e urra, caindo na cama.

— Isso está tão bom. Cuidar, ser cuidado. Ai, que droga. O que está acontecendo comigo? Diego, Diego...

Fácil de Se Apaixonar (GAY)Onde histórias criam vida. Descubra agora