O Barco

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Narrado por Eliane Giardini

Após estacionar o carro na garagem, depois de dirigir por algumas horas, pois acabei enfrentando um engarrafamento no percurso do Projac até aqui em casa, finalmente cheguei. Estou entrando em casa para relaxar, deixei a bolsa sobre o sofá da sala e segui com a rosa entre as mãos até a cozinha. Escolhi um pequeno jarro de vidro, coloquei um pouco de água natural, em seguida ajeitei a rosa do jarro. Optei deixar sobre a mesa, para que a rosa embeleza-se ainda mais o ambiente, sorrio a todo instante admirando o botão que ganhei hoje mais cedo. Uma delicadeza que não parecia fazer o feitio dele, mas que me surpreendeu. Apesar de ser apenas uma rosa, seu conteúdo, intenção e sentimentos que a envolvem é muito maior do que eu posso imaginar. Só sei sentir, sei que neste momento estou transbordando felicidade e uma paz interior muito grande. Os antigos costumavam dizer que receber flores é um sinal de ser bem vista e especial pela pessoa que está lhe ofertando.

Com esse sentimento me envolvendo, voltei para sala, peguei minha bolsa e segui na direção do meu quarto. Durante a pequena caminhada, abri a bolsa e instantaneamente procurando apenas com a mão o pequeno bilhete que recebi junto com a rosa, que deixei para ler em casa, mesmo lutando contra a minha curiosidade. Assim que adentrei ao meu quarto, encontrei o bilhete. Deixei a bolsa sobre a poltrona, me aproximei da cama e sentei-me para ler as palavras que ele dedicou a mim.

"Que a sua beleza, continue sendo demonstrada para os olhos humanos, assim como essa rosa nos mostra seu encantamento, de dentro para fora! "

Soltei um longo suspiro, completamente encantada com suas simples e belas palavras, que me tocaram profundamente. Reli o bilhete mais duas vezes para fixar bem a frase, logo depois fui até o meu closet, peguei uma pequena caixa de madeira que está vazia, depositei o bilhete ali e decidi guardar em meu criado mudo, ao lado da minha cama.

Preciso de um banho extremamente relaxante, pois o dia hoje foi repleto de trabalhos e de muita emoção. Em poucos segundos já me encontrava no banheiro, retirando minhas peças de roupas, depois liguei o chuveiro e iniciei o banho morno. Quando acabei, fiz minha higiene pessoal, vesti uma camisola simples e longa para dormir.

Como não estou com vontade de jantar, desarrumei a cama, deitei-me confortável, olhei o livro no criado mudo, porém não senti vontade de lê-lo hoje. Afinal minha mente está voltada para uma única pessoa, ou melhor posso dizer está voltada para um momento, e para ser específica voltada para um beijo. E é com esse pensamento que quero adormecer está noite.

Narrado por Werner Schünemann

Entrei em casa assoviando uma música que tocou na rádio, durante o percurso para casa. A alegria é visível em meu rosto, não tenho como esconder, passei pela sala e subi as escadas ainda cantarolando.

- Boa noite – minha esposa falou assim que entrei em nosso quarto.

– Por que, tanta alegria eu posso saber? – a olhei com os olhos cerrados.

- Só porque estou murmurando uma música? - sorri tentando descontrair.

– Não posso? – indaguei arqueando uma sobrancelha.

- Desculpe, não está mais aqui quem perguntou – ela ergueu ambas as mãos em forma de rendição.

- Desculpe, não quis ser grosseiro. – ela assentiu, sentei ao seu lado na cama. - Fez as compras? – Tânia assentiu concordando.

Contigo en la distanciaOnde histórias criam vida. Descubra agora