Capítulo 5

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_ O que vocês estão fazendo na minha casa?- Perguntei com a voz tremula.

_ Procurando seu namoradinho.- Falou levantando do sofá e caminhando até mim, virei de costas para sair correndo, mas ele foi mais rápido que eu e puxou meus cabelos me fazendo cair sentada no chão.

_ Eu não tenho namorado.- Falei tentando não chorar.

_ Não tenta me enganar bonequinha, eu sei que aquele merda vem se escondendo aqui. Agora..- Se ajoelhou na minha frente e pegou meus cabelos fazendo encara-lo. _ Vai abrindo essa boquinha.- Apertou meu maxilar.

_ Eu não onde ele esta seu ogro! Vocês não estavam nos vigiando? Deveria saber onde ele esta.- Falei alto, me causando um tapa na cara.

_ Aí Marciano, achei o vagabundo escondido atrás da casa.- Um cara moreno todo tatuado entrou na minha casa segurando o Gabriel.

_ Ótimo.- Se levantou, achei que eu teria que torturar a bonequinha novamente.

_ Tu não encosta nela, seu filha da mãe.- Gabriel tentou ir para cima dele, mas foi segurado, pelo brutamonte.

Marciano pegou sua arma apontando bem na cara dele. 

_ Teu prazo se esgotou a muito tempo e tu me deu muito trabalho, por causa disso a bonequinha vai pagar também.- Apontou a arma para mim, fechei meus olhos e já fui pedindo perdão por todos os meus pecados.

_ Se tu machucar ela, eu te procuro até no inferno.- Ouvi a voz do Gabriel mais grave do que o normal.

_ Ah mais tu é muito macho mesmo em.- Escutei um barulho de alguém caindo no chão e abri meus olhos, me deparando com o Gabriel jogado no chão com a boca sangrando, ele me olhava e então meus olhos derramaram as lagrimas que eu segurava já fazia um tempo.

E então todo o nosso passado passou pela minha cabeça, nosso primeiro beijo, o primeiro eu te amo, as traições, os espancamentos, meus choros de dor e tristeza, nossas brigas, pessoas indo na minha casa cobrar sua dividas, quando descobri que ele seria pai, mas não era eu a mãe, quando ele teve uma overdose e quando ele foi internado a força, foram anos de sofrimentos. E olhando ele aqui jogado no chão sendo espancado na minha frente, eu vejo que nada mudou, que não adiantou nada todo meu esforço, toda minha esperança que ele um dia mudasse. Foi tudo em vão.

_ Amarra ele.- Ouvi a voz de Marciano. O segurança o pegou de qualquer jeito e o jogou sentado na minha cadeira branca, seu sangue escorria, ele pegou uma corda dentro de uma mochila e o amarrou. _ Amarra a bonequinha também.

_ Não me toca.- Falei chorando e me encolhendo no canto da parede.

_ Não da trabalho o moreninha.- O cara me pegou com brutalidade e me jogou sentada na cadeira de qualquer jeito.

_ Não... não machuca ela.- A voz de Gabriel soou fraca, sangue saia pela sua boca.

_ Oh, mas não é lindo esse casal.- Marciano riu e tirou uma faca do cós da sua calça. _ Por onde devo começar.- Analisou todo meu corpo. Passou a faca entre meus seios e cortou minha blusa, fazendo ficar com meu sutiã a mostra.

_ Eu vou te matar.- Rosnou Gabriel tentando se soltar, mas isso só fez Marciano rir mais alto e fincar a faca na sua coxa, Gabriel gritou de dor e eu o acompanhei.

_ Para! Por favor larga ele.- Chorei. _ Eu ligo para meu paia agora e ele transfere o dinheiro para sua conta, mas por favor não mata a gente.- Eu implorei chorando.

_ Não é mais uma questão de dinheiro garota, é uma questão de respeito, tu acha mesmo que eu vou deixar ele viver depois desse trabalho todo que ele me deu? Huum ele se meteu com pessoas que não deveria e agora ele vai pagar por isso. E você vai pagar junto.

Eu balancei a cabeça negando desesperada.

Ele pegou sua arma colocou algo na ponta dela, creio que seja um silenciador.

_ Quem eu mato primeiro?- Gargalhou.

_ Vão descobrir que é você e você vai mofar na cadeia.- Falei e ele riu mais ainda.

_ Já ouviu falar em latrocínio? Roubo seguido de morte? Então bonequinha. Miranda, da uma bagunçada na casa ai, pega oque tu quiser.- E o pau mandado obedeceu. Destruiu toda minha casa, revirou minha bouça e pegou meu celular e dinheiro que estava na minha carteira. _ Já decidiram quem vai ir primeiro?

Olhei para Gabriel que soltou um gemido, saia sangue por sua boca e nariz.

_ Eu...eu te..amo.- Ele falou bem fraco.- Me...me perdoa Lorena._ Seus olhos foram se fechando aos poucos.
Então ele se foi e eu chorei, gritei, me debati. Meu coração se apertou, ele se foi...

_ Me mata logo.- Pedi.

_ É uma pena ter que matar um rostinho tão bonitinho. _ Então ele apontou a arma para meu rosto, desceu para minha barriga e eu só senti um impacto e logo depois um queimor, minha vista escureceu e não vi mais nada.

Eu sempre imaginei o céu, com a grama verdinha, com flores, muitas flores o céu azul e o sol radiante, imaginei que la eu veria meus avós, que sentiria uma paz infinita. Era isso que eu imagina, que eu não sentira dor, medo ou tristeza, e eu tenho certeza, que seria sim.
Mas eu não congui chegar la, eu via apenas uma luz branca, muito branca, que chegava doer minhas vistas e o queimor na minha barriga aumentava ainda mais.

_ LORENA!

Me chamaram alto e eu abri meus olhos assustada, deparei-me com dois par de olhos azuis que me olhavam preocupadamente.


Continua....


Cometem muitoooo, quem era esse par de olhos azuis??

Meu Ponto de EquilíbrioOnde histórias criam vida. Descubra agora