IV

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Na manhã do dia seguinte, todos já haviam embarcado no barco que os levaria para a temerosa ilha para que pudessem realizar sua missão suicida. Não era como se alguém quisesse ir, mas ninguém tinha opção, as ordens vinham acima do próprio delegado Walker, ele tinha que as obedecer.

- Não pensem que eu estou feliz com isso. - Walker resmungou.

- Claro que não está, senhor Walker, sabe que todos nós iremos morrer. - Um policial de descendência árabe retrucou. Louis achava que seu nome era Zayn, mas não sabia ao certo, nunca haviam se falado.

Apesar de insatisfeitos e o clima não estar dos melhores, a viagem foi rápida, a ilha era bonita e se fossem muito otimistas, realmente muito otimistas, poderiam aproveitar algumas horas do mês inteiro. Foram recepcionados por algumas pessoas e a mulher que representava o poder administrativo da cidade juntamente com o dono do hotel, o único que havia na ilha.

Phrann não era muito conhecida pelo turismo, muito menos por seu tamanho.

- Bem vindos a Phrann. Sentimos muito por tê-los aqui nessa época do ano. - Sorriu triste.

- Nós também. - Resmungou Frederick. - Nós ficaremos no hotel costeiro, vocês vão ficar separados em duplas, Louis você ficará com Liam... É óbvio, são os únicos que trabalham com vocês mesmos, as outras duplas vocês decidem. Já sabem o que acontece aqui... Se saírem durante a noite, serão mortos. Não querem dar um passeio suicida, querem?

- Não, senhor! - Responderam em uníssono.

- Faremos buscar incansáveis da sete da manhã até as quatro da tarde. Entendido?

- Sim, senhor!

- Bem vindos ao meu hotel. - O rapaz alto sorriu.

- Senhor Styles, nós agradecemos por receber nossa equipe todos os anos. Infelizmente sem sucesso como sempre, mas acredito que esse ano nós obteremos resultados.

- Eu espero de verdade que tenham, delegado Frederick, a coisa que eu mais desejo é paz nessa ilha.

- Eu também, eu também!

- Liam... O senhor Styles é um pouco novo para ser o dono do hotel, não é? - Falou alto demais.

- Harry. Meu nome é Harry. - Sorriu. - Eu tenho vinte e cinco, mas sim, sou muito novo. - Suspirou. - Meus pais morreram no penúltimo massacre. Eu estava no hotel e eles saíram durante a madrugada do primeiro dia de outubro, logo depois das onze e cinquenta e nove do trigésimo dia de setembro. - Olhou nos olhos do rapaz de olhos azuis. - Esqueceram que era outubro... - Baixou a cabeça. - Foi horrível...

- Eu imagino. Sinto muito.

- Aqui, peguem a chave de vocês. Espero conseguir acomodá-los da melhor maneira possível.

Antes de saírem do saguão para que pudessem ir para seus respectivos quartos, Louis sentiu uma mão segurar a sua e estremeceu com o susto pondo a mão em sua arma.

- Sou eu! - Riu breve. - Está de dia, não precisa ter medo agora, mas precisa ter medo de noite, não quero que se machuque.

- Oi, Harry... - Sentiu suas bochechas esquentarem.

- Sua primeira vez na ilha?

- Sim. - Confirmou tímido.

- Quer dar uma volta comigo durante a tarde? Pode ser depois do almoço. Posso te mostrar algumas partes legais da ilha.

- Claro! Eu adoraria.

- Combinado então! Te vejo no almoço. - Piscou sorridente.

- Até! - Correspondeu o sorriso.

Louis e Liam caminharam em silêncio até chegarem no quarto de número 203, era um quarto bem grande, imitava ambiente tropical, mesmo que a temperatura máxima que pudesse acontecer naquela região fosse doze. As camas eram confortáveis e havia aquecedor, o que comprovava as baixas temperaturas, ainda mais quando o inverno estava se aproximando.

- Alguém chegou na ilha e em 10 minutos já arranjou um encontro. - Riu.

- Para, Payne, não é um encontro, ele só queria me mostrar a ilha. É bom para me distrair. - Suspirou.

- Eu sinto muito pelo que aconteceu, você sabe disso. Nós vamos sair dessa ilha vivos.

- Eu sei, nós vamos.

Louis não conseguiu dormir entre a noite de ontem e a manhã de hoje, acordava desesperado com a visão dos dentes em sua mente, era frustrante saber que provavelmente aquilo o iria caçar, nenhuma vítima de seu ataque jamais sobreviveu.

- Olha essa merda. - Louis olhou pela janela.

- É bonito demais. Não dá para acreditar que isso aqui seja o palco de um massacre anual.

- Eu tenho medo.

- Eu sei, Lou. - Abraçou o mais velho. - Vai ficar tudo bem, certo?

- Era mais fácil de lidar com isso quando eu não sabia o que era ou quando todos achavam que era humano. Agora eu sei que não é humano.

- Nós vamos ficar bem e conseguir sair dessa ilha.

- Como se vence o sobrenatural?

- Conhecendo sobre ele. Durante a tarde eu irei até a biblioteca local e procurarei sobre lendas da ilha, coisas do tipo, nós já sabemos que não se trata de um humano.

- Você tem razão. - Louis se sentou na cama e olhou para Liam meio apreensivo. - É só nós não sairmos durante a noite, não é?

- É.

PACTO (LARRY)Onde histórias criam vida. Descubra agora