XIII

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Outubro do ano seguinte

- Bom dia, Lou. - Sorriu para o mais velho.

- Bom dia! - Sorriu breve. - O que nós temos para hoje?

- Assalto. Já mandei uma equipe.

- Só? - Franziu a testa. - Faz tempo que não temos um dia tão vago.

- Pois é... - Olhou para a tela de seu computador. - Os jornais estavam comentando sobre o aniversário de um ano desde que o assassino de Phann foi morto.

- O assassino de Phrann... Foi bom nós mantermos em segredo. Fico mais aliviado que as pessoas acreditem que aquilo realmente foi feito por um humano que foi morto.

- Como se sente?

- Levemente deprimido. - Deu um sorriso triste. - Apesar de tudo, ainda não superei meus sentimentos por Harry. Eu sei que não deveria sentir nada, mas é tudo tão estranho. Eu gostava tanto dele, foi paixão a primeira vista.

- Eu acredito em você e sinto muito por isso. - Abraçou o amigo pelos ombros. - Eu sou muito orgulhoso de você, certo? Sei que esse não era o caminho que queria seguir, mas entendo que te faz melhor seguir. - Algumas pessoas em frente ao departamento querem falar com você.

Louis limpou brevemente o seu distintivo e andou até a porta do departamento, onde repórteres com câmeras, flashes e microfones o esperavam para que pudesse mais uma vez dar uma entrevista falando sobre o assunto que ele preferencialmente queria esquecer, mas sabia que não o permitiram.

- Delegado Tomlinson, como se sente sabendo que está chegando o aniversário de um ano do último massacre de outubro na ilha de Phrann?

- Delegado Tomlinson, nós sabemos que tivemos outras oito missões fracassadas para que detivéssemos o assassino de Phrann, mas a sua deu extremamente certo. Qual foi o seu segredo para conseguir ser a pessoa que venceu do pior assassino em série da história do país?

- Tenham calma, eu irei responder tudo. - Sorriu breve. - Eu não me sinto bem, não é um evento que eu goste de lembrar, perdemos 4 dos nossos, inclusive o último delegado. Eu não sei dizer ao certo a fórmula que nos levou a conseguir finalmente acabar com o legado de massacre, mas houve muito trabalho em equipe.

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Louis chegou em sua casa cansado, retirou suas roupas e tomou um banho quente e demorado, não se sentia cansado daquela forma em semanas, toda a pressão em cima de um assunto que não lhe fazia bem o deixava exausto.

Sentou-se em sua mesa, sozinho. Sua casa era enorme, quase uma mansão.

Louis havia mudado de forma drástica após os acontecimentos em Phrann, desistiu de abandonar o emprego de policial e foi promovido a delegado devido ao pedido de afastamento de Connor e morte de Frederick. Tomlinson se tornou um delegado como nunca visto, era completamente o oposto do que estavam acostumado a ver.

O rapaz de olhos azuis possuía pulso firme e era inegavelmente forte e inteligente, ágil para missões, esperto para negociar com bandidos. Palavras do último dia do último outubro rondavam por sua mente. Guardou as palavras de quando sabia que morreria, mas que preferia morrer lutando.

"O livro dos rituais falava sobre como o caos poderia se instalar devido a luxúria intensa, eu não entendi muito no começo, mas a alma é muito mutável, inconstante, ela varia, se multiplica, se espalha. Se espalha através da luxúria em seu estado mais puro, com alguém que você ama."

"- Lou, você transou com Harry?

- Não, Liam, claro que não. Eu nem tive tempo para isso."

As palavras rondavam pela cabeça de Louis...

As mãos do rapaz de olhos verdes passeavam pelo corpo do menor, apertando suas coxas fartas, era delicioso saber que aquilo era seu, ou pelo menos ele queria acreditar que fosse. A respiração de ambos batia contra o pescoço uns dos outros, parecia o momento perfeito.

- Eu realmente espero que...

- Nós continuemos depois que a missão acabar? - Louis perguntou curioso.

- Posso ter esperança de que continuaremos.

- Nós iremos. - Sorriu.

Deitaram, olhando um nos olhos dos outro, Louis deitado por cima, rebolando levemente contra o colo do mais novo.

- É esquisito o tanto que eu gosto de você. - O de olhos azuis afirmou.

- Eu também gosto demais de você, você sabe disso. - Beijou suavemente os lábios do mais velho.

As mãos foram em direção a cintura de Louis, segurando ali e girando o menor para que ele pudesse ficar por cima, beijando-o várias vezes, mostrando carinho e afeto. Felicidade. Talvez esse fosse o sentimento que Louis lhe trouxesse acima de tudo. Poder ser quem ele realmente era, sem mentiras, sem esconder como fez a vida inteira por causa de seus pais.

Então aquela era a real sensação de amar alguém...

- Oi, Lou! - Disse no telefone. - Eu sei que sua semana foi cheia, mas quer sair hoje? Os meninos querem ir no boliche.

- Eu agradeço por ter me chamado, Liam, mas eu irei passar dessa vez. Realmente preciso descansar.

- Tudo bem, então. Vou passar aí amanhã.

- Eu irei adorar.

Tomlinson terminou de escovar os dentes e lavou o rosto, enxugando-o com sua toalha branca. Se olhou no espelho.

Os olhos brancos.

Os dentes numerosos.

Sorriu.

Eu nunca morro.

PACTO (LARRY)Onde histórias criam vida. Descubra agora