VI

991 135 91
                                    

A notícia da morte de mais um morador da ilha entristeceu a população e os policiais, todos se perguntavam até quando aquilo iria perdurar, mas agora havia algo que ninguém soube antes ou sobreviveu para contar: O assassino de Phrann é um demônio.

Dias se passaram, nenhum morador havia encontrado o temido e os policiais se encontravam aliviados como nunca. Frederick acreditava fielmente que essa poderia ser a primeira missão de outubro em anos em que os policiais voltariam vivos.

- Há um ritual para que essa alma seja devolvida para o inferno. - Liam abriu o livro.

- Eu não sabia que Satanás aceitava devoluções. - Um dos policiais brincou.

- Não aceita. O demônio vai matar o hospedeiro e levar a alma humana com ele.

- Se a alma humana não foi dada em troca o que foi dado? - Louis questionou.

- O massacre de outubro. As outras almas são dadas. Nós temos um problema, o ritual envolve prender o demônio, o que é impossível já que sabemos que o assassino de Phrann se transforma em fumaça.

-Eu tenho uma ideia. - Harry se pôs a frente. - Se precisamos prender alguém que é fumaça, precisamos prender ele em um lugar onde não circule o ar. O centro de turismo da ilha fica totalmente isolado quando suas janelas são fechadas, é impossível estar lá dentro quando neva, por exemplo.

- Precisaremos de toda força possível, precisaremos usar o sangue de cada um, não muito, um corte na mão é suficiente. Deixaremos pingar no chão e diremos todas as frases que precisam ser ditas, iremos repetir as frases três vezes, Satanás irá levar o demônio e o humano diretamente para o inferno.

- Você tem certeza que isso dará certo, Payne?

- Não, delegado, mas é nossa única alternativa a não ser que você queira ficar cara a cara com aquele belo conjunto de dentes bem escovados mais uma vez.

- Eu não preciso dessa experiência mais uma vez.

Louis e Harry estavam passando o dia juntos enquanto o alvo não dava sinais de existência, tudo estava muito mais calmo do que os outros anos. Talvez a população dessa vez realmente tivesse aprendido que não deveria ir para o lado de fora durante a noite.

Frederick não gostava daquela aproximação, isso era mais do que óbvio. Louis estava na polícia para se corrigir e agora estava tendo um caso com o dono do hotel em que eles estavam abrigados para resolver o caso. Era o cúmulo.

- Você acha que nós iremos nos ver depois que o caso terminar? - Questionou.

- Claro que eu acho, quer dizer... - Se sentiu idiota. - Não que nós vamos ter algo sério ou nada do tipo, não agora, nós nos conhecemos há duas apenas.

- Eu acho que nós não iremos mais nos ver.

- Por que?

- Eu acho que você irá voltar para Londres e não vai voltar mais para essa ilha maluca.

- Ora, aqui é um lugar ótimo... Vai ficar muito melhor quando as pessoas puderem sair a noite.

- É... vai.

Se abraçaram enquanto Frederick olhava de longe.

PACTO (LARRY)Onde histórias criam vida. Descubra agora