IX

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- Último dia de outubro! - Sorriu feliz. - Nós realmente conseguimos eliminar a criatura!

Os passeios noturnos de Harry e Louis estavam acontecendo diariamente para que confirmassem que realmente o ritual havia dado certo. Os dois estavam bastante próximos, tiveram tempo de descobrir interesses em comum e perceber que queriam levar o envolvimento adiante, deixando ambas as partes felizes.

Louis achava engraçado ele encontrar alguém justo no lugar que ele menos queria ir, mas apreciava isso ter acontecido, a missão se tornou mais fácil tendo Styles ao seu lado, sabia que provavelmente surtaria por causa de Frederick, mesmo que estivesse com Liam.

- Frederick, eu preciso conversar com você depois do almoço. - Disse enquanto almoçavam.

- O que você quer, Tomlinson? Vai atrapalhar a minha digestão com suas besteiras.

- Vai ser importante.

- Tudo bem... Você tem créditos comigo por ter sido bem sucedido aqui.

O rapaz de olhos azuis precisava oficializar a sua saída do emprego, mesmo que ainda precisasse fazer isso quando estivessem em Londres, sentia que precisava confessar isso a Frederick antes para que não houvessem perdas de tempo quando já estivessem no continente. Se sentiria melhor fazendo dessa forma, precisava se livrar de Frederick, o chefe sempre havia sido uma forma de bode expiatório para os pais dele e agora seus pais eram uma parte de sua vida que ele preferia deixar para trás.

- Vai dar tudo certo, Lou. - Beijou a testa do rapaz mais baixo.

- Eu sei, vou conseguir. - Sorriu confiante.

- Estarei aqui para o que você precisar.

O almoço tinha se passado e estava na hora de Louis se encontrar com o chefe, futuramente ex chefe, sabia que iria conseguir se livrar do emprego e estava mais feliz do que nunca por conta de tudo que estava dando certo. Marcaram de se encontrar em uma praça que ficava na frente do hotel dando vista para o mar, para que pudessem ter um pouco mais de privacidade.

- O que você quer, Tomlinson?

- Frederick... Eu quero anunciar algo para você...

- Que você é um gay de merda? Eu sei, infelizmente.

- Cale a boca. Eu iria fazer isso em dezembro, mas depois desse mês eu sinto a necessidade de fazer agora em novembro, mudei de ideia e realmente sinto que preciso fazer isso.

- Pare de enrolar e diga logo, não estou interessado em sua vida pessoal.

- Eu irei sair do emprego...

- O quê?!

- Não tenho mais motivos para continuar na policia, Frederick. Você me mandou naquela droga de missão na sexta rodovia para que tivesse motivo para me enviar para essa droga de missão na esperança de que eu morresse, Walker!

- Quem você acha que você é? Eu tive que aturar coisa sua por tanto tempo e você acha que você faz o que quer? Quantas vezes eu não tive vontade de te expulsar daquele lugar por ser tão inútil, mas tinha que aturar por causa de seus pais de merda. - Cuspiu no chão. - Você vai continuar trabalhando naquela merda, uma hora você vai se corrigir, seu viado inútil. - Puxou o garoto pelo braço.

- Frederick, você está me machucando. - Disse entre os dentes.

- Você não decide nada em sua vida de merda, viado imundo. - Empurrou Louis na outra direção. - Quem decide as coisas aqui sou eu. - Segurou o rapaz pelo maxilar. - Eu vou te enfiar em um convento de conversão... Eu deveria ter dado um jeito em você quando seus pais te expulsaram de casa.

- Me solta, Frederick! - O rapaz esperneou.

- Ou eu vou dar um jeito em você aqui e fingir que não sei o que aconteceu... - Riu. - Nós fazemos isso o tempo inteiro. - Puxou a arma, já estava preparada. - O que você prefere que eu faça?

- Seu filho de uma puta! - Foi derrubado por um homem alto sem camisa.

- Harry! - Louis correu para ficar ao lado do mais novo.

- Você... Outro viado igual a ele. Será que todos vocês são pragas assim?! Se multiplicam?! - Apontou a arma para o rapaz mais alto. - Eu não posso deixar testemunhas, mas posso dizer que foi um suicídio por amor que você me confessou. - Sorriu e atirou.

Foi muito rápido para que alguém reagisse, os tiros de Frederick eram sempre certeiros, havia acertado na cabeça do rapaz de olhos verdes que se contorceu e baixou a cabeça, murmurando palavras de dor.

- Harry! - Tomlinson gritou desesperado. - Seu maldito!

Não que Tomlinson pudesse ter tido tempo para reagir e se vingar de Frederick, sequer pode correr, a visão que tivera o assombraria para o resto de sua vida, se é que esse resto seria maior que alguns minutos.

Harry estava de pé, como se não tivesse levado o tiro, mas o sangue pingava e o buraco da bala estava bem visível. Não tinha sido um tiro de raspão. Um fio de sangue escorria de sua boca e quando abriu os olhos, Louis conseguiu ter a visão que o atormentava há mais de um mês, os malditos olhos brancos.

- Você... - Disse tremendo de medo tentando se afastar, mas não conseguindo.

- Saia daqui! - Gritou com uma voz distorcida. - Agora!

- Eu... Eu... - Louis não conseguia se mexer, ele estava apavorado.

- Vá! - Gritou firme e sua força fez com que o rapaz mais baixo fosse atirado longe apenas com a sua voz. - Vai aprender a não ameaçar as pessoas. - Virou-se para Frederick que se afastava rastejando no chão.

- Por favor, não...

- Volte aqui. - Sorriu. O rapaz alto puxou o delegado com a mão fazendo com que olhasse em seus olhos, pensando em como o mataria. - Como quer que eu faça? - Desceu os dedos pela garganta do homem.

- Demônio maldito! - Gritou, mas a mão da criatura tomou lugar em sua boca.

- Assim... De dentro para fora... Talvez.

Louis via tudo de longe, tentando se equilibrar em suas fracas pernas trêmulas pelo medo, parecia estar vivendo dentro de seu pior pesadelo, rezava para que fosse um, mas sabia que tudo estava sendo real demais. Estremeceu ao ver a face de Frederick ser arrancada para fora e tudo ao seu redor havia se tornado fumaça cinza. Os curiosos que se amontoaram para ver a cena, viram apenas a fumaça e correram para dentro de suas casas, rezando para que fossem deixados de lado.

- Eu sinto em mandar uma alma tão inútil... - Pisou na cabeça já deformada do delegado. - Mas eu precisei. - Chutou o corpo para longe fazendo com que ele caísse nas pedras a beira mar.

Virou para Louis que viu o rapaz alto o olhando com o mar de paisagem, Tomlinson sentiu o desespero tomar conta de si, havia sido tão tolo, nunca percebeu que o assassino de Phrann estava ali em sua frente, talvez não fosse sua culpa, ninguém também havia percebido, mas ele estava envolvido em um relacionamento com o próprio assassino.

- Merda, merda, merda...

Fez um esforço para que conseguisse se levantar da grama e, mesmo fraco, conseguiu correr.

PACTO (LARRY)Onde histórias criam vida. Descubra agora