VII

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Fuja. Fuja. Fuja. Fuja.

Louis acorda desesperado mais uma vez, Harry pulando de susto ao seu lado e o abraçando, falando que tudo estava bem e tudo ficaria bem. O rapaz de olhos azuis se acalma ao sentir o abraço do mais novo. Era bom tê-lo ali.

- Obrigado por estar aqui. - Disse baixinho.

- Estamos fazendo confissões em baixo tom? - Harry perguntou.

- Não, mas podemos.

- Eu me apaixonei por você naquele saguão quando meus olhos encontraram os seus.

Tomlinson sentiu suas bochechas esquentarem, nunca havia uma confissão de paixão, até os vinte e poucos anos só havia beijado uma pessoa. Era uma boa sensação sentir que alguém realmente gosta de você e aprecia sua presença.

- Continua comigo mesmo depois que o caso acabar? Nós podemos dar um jeito na distância.

- Continuo. - Louis consentiu depois de dar um beijo leve nos lábios do garoto de olhos verdes.

Passaram alguns minutos apenas deitados olhando os olhos um do outro.

- Quem você acha que pode ser?

- O assassino? Não faço ideia, não tem ninguém da ilha que eu saiba de uma história de dificuldade de parto.

- Nós realmente precisaremos pegar a pessoa enquanto estiver de noite.

- Vamos precisar de uma isca, eu posso ser a isca, sei lidar com esse bicho mais do que qualquer um.

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O vigésimo dia de outubro já estava perto do fim e os ânimos já estavam melhores, o fim do mês se aproximava e não houvera nenhuma outra morte, para a felicidade de todos ali. Tudo estava planejado para que Harry fosse a isca e conseguisse levar a criatura para dentro do centro de turismo.

- Estão ouvindo? - Alguém perguntou de repente. - Parece o som de alguém lutando...

Todos se levantaram quando um som maior ecoou pelo hotel, um som úmido, como algo ensopado caindo. Um grito pode ser ouvido. Lucy.

- O que aconteceu? - Louis questionou andando para o lado de Lucy. - Céus... - Um corpo ensanguentado estava jogado na frente do hotel.

- Esse é um dos nossos! - Liam entrou em choque. - Ele não foi lá fora... Preparem-se! Posição! - Ordenou. - A criatura está aqui dentro.

Mais um grito e pode ser vista uma mão ao redor do corpo de um dos policiais. Zayn Malik. O policial não conseguiu fazer nada, foi puxado para fora do saguão pela porta de entrada e então a coisa pode ser vista como algo diferente de uma fumaça cinza.

- Jesus Cristo... - Todos se afastaram. - Nós iremos todos morrer.

O ser possuía cerca de 2 metros e meio de altura, era magro, sua pele era cinza como fuligem, havia rachaduras na pele de onde saía sangue, sangue fervente, seus olhos eram inteiramente brancos e seus dentes numerosos estavam mais alarmantes que nunca. Era a face do inferno. Seus dedos eram pontiagudos, unhas irregulares e sujas, havia sangue por todo o seu corpo, mas principalmente seus dedos.

- Nós estamos diante do diabo. - Um policial de olhos azuis disse e desmaiou logo em seguida. A criatura o pegou com a mão, nada pode ser feito para que pudesse impedi-lo.

- Niall! - Louis gritou. Niall era o menos antipático com ele do resto da equipe.

Dando tempo suficiente para que pudessem ver, mas não evitar, o demônio jogou o rapaz de olhos azuis para cima enquanto Malik esperneava em seu outro braço, entretanto sua mão livre atravessou diretamente o corpo do rapaz no ar que de imediato perde qualquer reação possível.

- Os fogos! - Frederick correu atrás dos fogos de artifício.

Enquanto isso, a criatura dilacerava o rosto do rapaz de olhos azuis usando seus dentes que pareciam ter saído diretamente de um tubarão pré-histórico, Zayn não sabia se aceitava a morte ou se lutava para que pudesse sair dali logo depois que o corpo de Niall foi jogado no chão.

- Atirem! - Liam ordenava.

- Zayn ainda está com ele! - Louis repreendeu.

- Atirem! Agora!

- Não! - Zayn gritou, mas não por muito tempo, a boca a criatura circulou por seu pescoço, a língua saboreando o sangue que escorria das perfurações feitas pelos dentes pontiagudos. - Atirem... - Disse num lapso de consciência antes de ter parte de seu corpo mutilado. Partido ao meio com tamanha força do demônio.

- Agora! - Frederick jogou os fogos em cima do demônio que se contorceu com as explosões, mas continuou de pé. - Não adiantou...

- Estamos mortos...

- Precisamos fazer o ritual. - Liam correu para o fundo do hotel. - Agora!

A criatura começou a se desfazer e virou fumaça, indo atrás dos policiais que corriam pelas ruas até o Centro de Turismo.

- Droga, droga! - O rapaz de olhos verdes gritou.

- Harry! - Louis correu para o seu lado. - Onde estava?

- Dormindo. - Rosnou. - Venham, aqui é um atalho! - Chegaram o mais rápido possível no centro de turismo.

- Onde ele está? -

Silêncio.

- Ali! - Liam disse e rapidamente recebeu um tapa do demônio que o arremessou cerca de dez metros de onde estava.

- Liam!

Sem resposta!

- Vamos entrar! - Harry disse puxando a todos. - Fechem tudo!

A criatura estava ali com eles, Harry quebrou uma garrafa de decoração e distribuiu alguns cacos de vidro.

- Cortem as mãos e deixem o sangue pingar no meio! Aqui! Lembram das palavras? Falem as frases. Fechem os olhos!

A criatura se remexia a cada palavra falada, a fumaça se tornava mais escura e mais densa. Tudo começava a pesar e o chão balançava e as paredes pareciam tender a desabar a qualquer momento.

Na terceira vez, tudo tremeu ainda mais forte e o silêncio se fez presente, abriram os olhos não estava mais lá. Se foi... Deu certo.

- Funcionou? - Louis perguntou receoso.

- Funcionou! - Harry respondeu feliz. - Não tinha como a criatura fugir daqui. - Abraçou o rapaz de olhos azuis.

- Nós realmente conseguimos acabar com isso. - Um dos policiais disse feliz.

- Liam! - Louis lembrou do amigo e correu para fora do centro. - Liam! - Procurou o amigo entre os arbustos e o encontrou encostado numa árvore, quase apagado. - Liam, você está bem?

- Sim... - Cuspiu um pouco de sangue. - Bati as costas na parede, mas sim. Deu certo?

- Deu! - Abraçou o melhor amigo.

O assassino de Phrann havia sido eliminado, todos precisavam voltar para o hotel, estavam cansados demais. Quando voltaram, todos foram para seus quartos, Louis sentou na cadeira na recepção com Harry ao seu lado.

- Perdemos três. - Suspirou forte.

- Mas acabou e sete de vocês vão voltar vivos, melhor voltar em sete do que nenhum voltar.

- Liam, quando nós iremos voltar?

- Novembro. Frederick preferiu que nós fiquemos aqui até que outubro acabe para termos certeza de que tudo acabou.

- Então nós temos paz. - Olhou nos olhos do rapaz de olhos verdes. - Vou entrar, preciso dormir.

- Eu também.

PACTO (LARRY)Onde histórias criam vida. Descubra agora