Capítulo 13

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Jack

É hoje. Hoje irei finalmente me encontrar com Breu. Céus, eu estou muito nervoso. E se não der certo? Ele pode me pregar uma peça e tudo que fizemos irá de água abaixo. Vamos Jack, seja confiante. Faça pela Elsa... Merda! A Elsa! Se não der certo irei perdê-la!

Minhas mãos tremem sem parar e estou voando de um lado pro outro. Pingu já está tonto por ficar me observando. O que eu apenas consigo fazer agora é confiar no plano de Coelhão. Fada se aproxima de mim e segura meu ombro após meus pés tocaram o piso, que estava estranhamente gelado.

- Jack, não se preocupe. Vai tudo ficar bem. Você vai voltar para a sua rainha, querido.

- Eu não sei, Fada...

- Sabe sim! Acredite, você vai poder ficar ao lado dela novamente, e talvez tornar realidade alguns de seus rascunhos que escreve em seu caderno hum?

Ela me cutuca com um olhar malicioso. Eu sabia muito bem do que ela estava falando, no que me deixava corado.

- P-pare com isso!

- Mas, falando sério, seja confiante. A Elsa é uma mulher confiante, porque você não seria?

- ...Tem razão, Fada. Obrigado mesmo. Por tudo.

Digo e a abraço, ambos flutuando. Seu corpo quentinho contra meu corpo frio me deixava mais confortável. Me afasto e mostro um sorriso largo.

- Até mais, Fada. Até fadinha!

Aceno para Fada e fadinha, que acabara de aparecer. Ambas acenam e eu jogo um globo de neve no chão, passando pelo portão até o quintal do castelo de Elsa. Ali, atrás daquele muro pedregoso, consigo ter uma boa visão da minha rainha.

Ela estava tendo uma conversa com Anna, parecia estar impaciente. Passava suas mãos em seu cabelo loiro e suspirava, tendo um ar um tanto sexy. Consigo imaginar aquela cena em outro momento. Coro. Pisco algumas vezes ao perceber meus pensamentos eróticos.

Argh, Jack, concentração.

Olhando Elsa novamente, percebo que a mesma se sentava na beira da cama e tampava o rosto. Anna falava alguma coisa, mas eu não conseguia entender. Ela se aproximava e então se sentava ao lado da sua irmã, a abraçando calorosamente. Deixo um sorriso escapar. O amor entre as duas é exemplar. Me recordo do dia em que Anna virara gelo e Elsa, com seu amor, quebrava a maldição que ela mesma tinha lançado. Chega a ser poético.

Solto um suspiro e fecho os olhos me agachando até chegar ao chão. Rodeado por vários pensamentos, formo um tablete de gelo e começo a escrever no mesmo, um poema.

Depois de quinze minutos, após Anna sair do quarto de Elsa, o tablete de gelo com o poema escrito em tinta branca reluzente voa até a janela semi-aberta do cômodo. Entrando, a espio atrás do muro.

Elsa

Me pergunto se tudo tinha que ser difícil. Que todos os problemas do mundo, eu era a solução.

Eu não achava a solução nem dos meus problemas.

Nosso estado financeiro era árduo. Eu precisava o quanto antes me casar com Jake.

Nos casaríamos primeira semana do próximo mês. A próxima semana.

Um tablete de gelo passa pela fresta da janela e para em minhas mãos. Eu sabia muito bem quem era o autor daquele tablete. Jack estava por perto, o que fazia meu coração bater contra o peito fortemente, como se quisesse sair.

Jack me lembrava Breu. Breu me lembrava medo. Medo me lembrava à possibilidade de perder Jack.

Em letras tortas era escrito "O amor não se deve apenas queimar, mas aquecer". Em questão de segundos as letras mudam.

Corações de Gelo - JelsaOnde histórias criam vida. Descubra agora