El Jugador

Fim de noite

Carol

Ele corresponde ao beijo, e aproveito o momento por alguns minutos, até que me dou conta de que estou quebrando regras que eu mesma estabeleci. Então me afasto dele, mesmo querendo ficar.

"Desculpa, não deveria ter feito isso." - Digo no instante em que me afasto.

"Não quero dizer nada, mas eu avisei que tu não conseguiria resistir aos meus encantos." - Ele me provoca e solto uma gargalhada.

"Vai sonhando, foi só um impulso. Só fiz isso porque acabei de receber um e-mail que me deixou nas nuvens." - Pego o telefone e passo para ele, que lê atentamente.

"UAU! Ele quer que tu trabalhe para o clube? Que incrível! Tu vai aceitar né?" - Pergunta animado.

"Não sei, primeiro tenho que fazer a entrevista que ele pediu." - Respondo cética.

"Se ele te chamou só pela tua apresentação do evento, é porque o emprego já é teu. O que significa que vamos trabalhar mais de perto." - Fala como se fossemos passar muito tempo juntos.

"Na verdade eu trabalharia com o time todo e com o público, não exclusivamente contigo." - Corto o entusiasmo dele.

"Quando vai ser a entrevista?" - Nico ignora meu corte e pergunta curioso.

"Amanhã às 10 horas." - Afirmo.

"Tu vai se sair bem, tenho certeza." - Garante ele.

"Espero, mas a outra boa notícia é que ele aceitou a parceria para o evento. E o melhor, ele ainda vai doar alguns produtos exclusivos autografados para fazermos um leilão." - Revelo.

"Fede e Érica vão ficar loucos com a notícia." - Ele fala.

Somos interrompidos pelo garçom que traz dois pratos com hambúrgueres, batatas fritas e dois copos de refrigerante. Deixei Nico fazer o pedido, e parece que fiz a coisa certa, porque a comida tá com uma cara ótima. Dou uma mordida e o gosto é muito melhor do que parece.

"Parece que tu acertou no pedido." - Admito.

"Mi vida, se tem algo do qual eu entendo é de comida boa." - Ele fala, se vangloriando.

"Sempre convencido né?" - Provoco.

"Eu? Imagina, não sei do que tu tá falando." - Se faz de desentendido.

"Imagina se soubesse, sempre agindo como é o melhor em tudo." - Reviro os olhos.

"Me desculpa, mas o que eu posso fazer se eu sou muito bom em quase tudo o que faço." - Nós dois rimos.

"Quase tudo?" - Levanto a sobrancelha desconfiada.

"Seria em tudo, mas minha missão de te conquistar não tem dado muito certo." - Ele fala com uma voz sedutora.

"Eu vi como tu estava empenhado em seduzir a garçonete." - Retruco.

"Que engraçadinha, mal sabe tu que foi tudo estrategicamente pensado para te deixar com ciúmes." - Ele diz, acariciando minha mão, e eu paro e penso por um momento no que ele diz.

"Nãaaaao, tu não teria como ter planejado tudo isso." - Concluo.

"Tá, não planejei mesmo. O que eu tinha em mente naquele dia, era terminar a noite na minha cama, com teu corpo nu encaixado com o meu." - Ele diz com a cara mais descarada do mundo.

"Tu não tem limites mesmo né?" - Pergunto tentando parecer irritada, mas imaginando nós dois na cama dele.

"Do teu lado fica difícil ter limites, porém, juro que vou me comportar." - Promete ele.