Nico
Peço desculpas para Fede e Érica e vou embora. Tento falar com Juan, mas só cai na caixa postal, então chego a conclusão que ele deve estar searrumando pra ir para Calle 11. Dirijo até a orla do rio, desço e fico sentado encarando a escuridão e pensando no monte de besteiras que eu falei para Carol.
Como eu pude ser tão estúpido e dizer todas aquelas coisas horríveis para ela. É óbvio que as nossas vidas se cruzarem foi a melhor coisa que aconteceu e eu não me arrependo de nada do que a gente viveu. Tá, só de ter dado conversa para outras mulheres quando ela tava comigo, mas eu tinha que partir o coração dela em zilhões de pedaços, ela nunca mais vai querer falar comigo ou me ver. Perdi totalmente o clima de ir para a festa e em uma última tentativa, envio uma mensagem para Juan.
**Onde tu tá?**
**Com a Carol** - Meu coração acelera só em ler o nome dela.
**Vou encontrar vocês, preciso conversar com ela**
**Não****Eu preciso dizer que eu fui um idiota e que não quis dizer nada daquilo**
**Não! Ela precisa de um tempo, e tu deve isso a ela, depois de tudo o que tu falou. Eu avisei pra ti não fazer nenhuma merda com ela**
**Não era essa a intenção, as palavras só saíram da minha boca**
**Pode até ser, mas tu deveria ter te controlado**
**Tá bem, eu estraguei tudo mesmo, te encontro na festa então**
**Ok**
Não preciso nem perguntar pra ter certeza que Juan tá irritado comigo, sinto um misto de alívio e dor ao perceber que é ele quem tá consolando ela e não eu, não que eu tenha o direito de me sentir assim, já que fui eu quem causou tudo isso. Fico sentado na grama por mais um tempo, refletindo todas as merdas que eu fiz, até que decido que preciso de algo mais forte, então pego o carro e vou para a Calle 11.
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Carol
Praticamente corro até o carro de Juan, as lágrimas queimando o meu rosto, sem acreditar em todas as coisas que Nico me disse. Entro no banco do carona e Juan me olha preocupado, mas ele já me conhece e não pergunta nada, apenas dirige. Me permito chorar por alguns minutos, até que chegamos em um dos prédios mais altos da cidade, onde não tem ninguém morando e Juan estaciona, como fizemos nos últimos meses, subimos até a cobertura e nos sentamos.
Juan me puxa para um abraço e desabo em lágrimas, me dando conta de que a minha história com Nico chegou ao fim. Juan me acalma e, por fim, consigo contar tudo o que aconteceu e noto a raiva crescendo conforme vou falando.
"Eu não devia ter ligado pra ti, tu é irmão dele." - Falo.
"Isso não importa, tu sabe que eu to do teu lado. Se Nico tivesse certo eu defenderia ele, como eu já fiz várias vezes, mas ele não tinha o direito de te dizer tudo isso." - Juan diz indignado.
"Eu não deveria ter provocado a briga, muito menos na casa de Érica e Fede." - O arrependimento e a culpa transparecem na minha voz.
"Tu não tem culpa de nada, ele não deveria ter dado conversa para outra enquanto tava saindo contigo. Meu irmão é um imbecil." - A raiva aumenta.
"Era um direito dele, fui eu quem falou que não queria nada com ele." - Concluo.
"Não importa! Eu vi o quanto ele sofreu dia após dia depois que vocês pararam de se ver, e quando ele teve a chance de ficar contigo, ele conseguiu estragar tudo." - Revela, me deixando um pouco chocada.
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El Jugador
Romance"Por mais que tentássemos nos manter afastados, a vida sempre dava um jeito de nos unir. A essa altura eu já estou cansada demais para ficar negando e reprimindo o que sinto. Então, apesar de saber que vou acabar machucada, resolvo me entregar a ess...