Carol
Da sala de jantar, escuto quando o filho pula no colo dele, gritando papai. Espio pela porta e vejo quando uma mulher entra e dá um beijo em Nico. Sinto uma pontada de ciúmes que faz meu peito doer, quando ele não a afasta. No momento em que se separam, ele a chama de Malu, a ficha cai e percebo que meu tempo acabou por aqui, tudo o que eu preciso agora, é encontrar uma maneira de sair de dentro da casa sem ser vista. Saio da porta, antes que me vejam, e espero um tempo, quando escuto os passos deles indo em direção ao corredor, aproveito para sair de fininho. Corro até meu carro e dou a partida, com ações automáticas, ligo para Érica e pergunto se posso ir até a casa deles, sentindo o tom de desespero na minha voz, mais do que depressa, ela confirma.
Chego lá rápido demais, o caminho passa como um borrão e quando me dou por conta já estou na entrada da casa tocando a campainha, mas nem sei como vim até aqui. Érica abre a porta, me abraça e depois me leva direto pra cozinha. Percebo que ela deixou Fede encarregado das crianças para conversarmos a sós.
"O que aconteceu? O Nico fez alguma coisa contra ti?" - Érica pergunta aflita e me dou conta que devo estar com uma cara assustadora.
"Não, na verdade ele me pediu em namoro." - Conto e ela arregala os olhos surpresa.
"Espera, ele te pediu em namoro e tu saiu de lá correndo por isso?" - Vejo a confusão em seus olhos.
"Não, eu não tive tempo de responder, já que a ex dele chegou lá com o filho deles." - As palavras saltam da minha boca e Érica para com a jarra da cafeteira na mão, chocada.
"Como assim?" - Franze a testa.
"Se não bastasse isso, ela deu um beijo nele, que correspondeu muito bem as expectativas dela." - Falo em uma mescla de ironia e decepção.
"Que idiota!" - Fede esbraveja, entrando na cozinha e me abraçando.
"Eu não acredito que ele fez isso." - Érica me passa uma xícara de café, indignada.
"A culpa é minha." - Concluo.
"Claro que não!" - Os dois dizem em uníssono.
"É sim, eu sabia que essa história ia acabar mal e me deixei envolver. Eu tinha certeza que tudo isso, era bom demais pra ser verdade." - Afirmo, as lágrimas correndo pelo meu rosto, não por tristeza, mas por raiva de ter cedido aos encantos dele.
"Carol, tu te deu uma chance de ser feliz, tu não pode ficar se culpando por isso." - Érica justifica meus atos.
"Ele te mandou embora?" - Fede sonda desconfiado.
"Não, ele nem me viu sair na verdade. Nico me chamou pra jantar e quando eu cheguei a mesa tava posta e tinham velas na sala de jantar." - Conto, relembrando a cena.
"Eu vou falar com ele." - Fede rosna e meu celular começa a tocar.
"É ele." - Aviso e os dois me encaram. - "Eu não quero atender, não tô preparada pra isso." - Fede pega o celular do balcão e atende.
"Nico? Ela tá aqui em casa e não quer falar contigo. Já sei. Não. Quando ELA quiser, vocês conversam. Tchau." - Ele desliga e eu e Érica trocamos um olhar divertido com a reação dele.
"Ele queria vir aqui, mas esse não é um bom momento. É melhor tu dormir aqui hoje, assim vocês tem um tempo para esfriar a cabeça e quando tu achar que é a hora, vocês conversam." - Fede decide e nem me dou o trabalho de discutir, porque, sinceramente, eu concordo com ele.
"Obrigada por sempre me acolherem." - Agradeço aos dois.
"Sempre, tu faz parte da família." - Érica me abraça.
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El Jugador
Romance"Por mais que tentássemos nos manter afastados, a vida sempre dava um jeito de nos unir. A essa altura eu já estou cansada demais para ficar negando e reprimindo o que sinto. Então, apesar de saber que vou acabar machucada, resolvo me entregar a ess...