Vancouver

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Carol

Dois dias depois da cerimônia, chegou o grande dia de embarcar pro Canadá. Nico foi comigo ao aeroporto e, apesar de todas as conversas que tivemos, meu coração pulsou acelerado, pensando em todas as coisas que poderiam acontecer. A despedida foi difícil e passei todo o tempo do voo pensando sobre nós dois, mas no fundo eu sabia que as coisas dariam certo e que nós faríamos isso funcionar.

O trabalho aqui é ótimo, sou responsável por cobrir os jogos do time de Hóquei local, e, como de costume, já fiquei amiga dos jogadores e colegas de trabalho. Conheci Julie, a menina que trabalha para a revista de esportes e cuida do pessoal que vem de fora, logo no primeiro dia e nos acertamos super bem, ela então me levou a diversos pontos turísticos da cidade.

Cada lugar que eu visito é uma nova sessão de fotos, que rendem alguns posts novos pro meu Instagram. Mas as fotos que mais me chamam atenção e que eu mais gosto do meu feed ainda são as do casamento, principalmente as que estamos eu e Nico abraçados, mostrando o casal lindo que formamos.

Nos vinte dias em que estou aqui, conversamos todos os dias. Mas Nico tem estado diferente nos últimos dias, com um tom misterioso, o que me deixa intrigada e nervosa, já que ele não fala comigo há dois dias. Tento afastar qualquer tipo de pensamento negativo, mas eles sempre encontram o caminho de volta.

Termino de escrever meu artigo da semana no Starbucks da esquina de casa. Estou fazendo a revisão e terminando meu café quando recebo uma mensagem de Nico.

**Onde tu tá linda?**

**No Starbucks na esquina de casa, por?**

**Quando for pra casa me avisa, precisamos conversar**

Ótimo, ele resolveu terminar comigo. Como eu fui idiota de achar que a gente poderia manter o namoro a distância, Nico não é esse tipo de pessoa.

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Nico

Desde que Carol viajou, sinto que falta um pedaço do meu coração, que claro, ela levou. Conversamos todos os dias, mas não é suficiente pra mim. No início, ter Ben e a presença dos meus pais ajudou um pouco, no entanto, depois que eles foram embora, me senti completamente sozinho. A única coisa que tem amenizado um pouco a falta dela é Arya, que é o xerox da dona, com atitudes muito parecidas as de Carol.

Os meninos me tiram de casa sempre que podem, mas quem tem sido fundamental são Fede e Érica, além de meu irmão e Amábile. Mas hoje é dia de jogar cartas na casa de Fede e até que estou um pouco animado. Então termino de me arrumar, pego Arya e a acomodo no carro, para ir pra casa deles.

"Pronto pra perder?" - Fede pergunta, assim que abre a porta.

"É bom que tu esteja preparado pra isso." - Nos cumprimentamos e vou até a cozinha colocar a cerveja que trouxe na geladeira.

"Que bom que tu veio!" - Érica diz, me abraçando e de canto de olho percebo a presença de outra pessoa.

"Eu não perderia a chance de ganhar do Fede." - Brinco.

"AAh Nico, essa é a Rosalía, prima de Fede."

Érica nos apresenta e a cumprimento. Não deixo de notar o quanto ela é bonita e elegante, mas não chega nem perto da minha Carol.

"Vamos?" - Érica faz sinal pra irmos até a mesa da sala.

"Claro." - Concordo.

"Cerveja?" - Oferece Fede.

"Não, tenho que dirigir depois." - Afirmo.

"Dorme aqui." - Oferece Érica.

"Imagina, não quero incomodar." - Dispenso.

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