Prima Mara

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PRIMA MARA

CAPÍTULO V



SÁBADO (TARDE)

-(Paula) Amiga, é verdade. O teu marido não teve culpa do que...
-(Joana) Ô Paula, tu não o protejas, se faz favor. Eu sei que tu gostas de o proteger, mas desta vez...
-(Paula) ... se passou e não foi na na cara... Ô Joana, eu não estou a proteger ninguém!
-(Amílcar) O que é que tu foste arranjar agora? Porque é que contaste-lhe logo hoje o que fizeste?
-(Marta) Opa, ela está sempre atazanar-me a cabeça e eu não aguentei. Para ver se percebe de uma vez por todos que, quem manda em vocês homens, sou eu.
-(Joana) E tu sabias, Paula?! Tu sabias e não disseste-me nada?
-(Paula) Fogo, Joana, eu já sabia que ias provocar uma confusão enorme pelo o sucedido. É que nem se compreende. Tu aceitaste eles no grupo e somos os seis agora. Qual é o problema deles fazerem esse tipo de coisas?
-(Paulo) Huh... podemos ir embora...?
-(Joana) Aquela gaja, pá, não é como nós. Eles ficam sem reacção quando estão ao pé dela. Olha o meu primo que nem parece o mesmo. Agora é ela que manda nele, estás a ver?!
-(Paula) Olha, e é bem feita, que é para ele aprender e perceber o que fez à sua esposa durante tantos anos.
-(Paulo) É que as pessoas estão a olhar para nós! - Tendo um aglomerado de transeuntes a observar-nos, completamente estáticos.
-(Tonho) Sim, é melhor, é.
-(Joana) Senhor Tonho, isto não fica por aqui, estás a ouvir? - a informar o seu estimado marido ao mesmo tempo que mexia na chavinha que se encontrava sustentada por um fio ao seu pescoço - Estão a olhar o quê, turistas de meia-tigela? Não têm nada melhor para verem?

A Vila da Nazaré tem uma particularidade que eu gosto muito e considero uma das atracções turísticas: As ruas!
São estreitinhas e apertadinhas, sendo uma delas a minha preferida. Só passa uma pessoa de cada vez. Tem menos de um metro de largura e se não me falha as contas, uns cinquenta centímetros.
Um gajo para o avantajado não passa ali. Tem que dar a volta à longitude da rua.
As casas da zona inferior da praia são praticamente coladas umas às outras, como se fossem germinadas e crescessem juntas. Sem os espaços normais entre elas, a distância de janelas de cada lado, mede-se aí uns dois a três metro de largura.
Quase que dá para ver e ouvir-se tudo o que os nossos vizinhos falam ou façam (e dá mesmo...).

-(Joana) Falta muito?
-(Paulo) Ai, queres ver?! Agora é a minha vez de estares a foder a tola? Já não chega a dor de cabeça que eu tenho que tem estado aumentar exponencialmente?
Eu estou a mostrar-vos um dos ex-libris da Nazaré e tu vens com essa pergunta foleira?
-(Joana) Eu quero ir para a praia desanuviar a cabeça e estou a começar a ficar farta de andar aos s's entre estas ruas.
-(Paula) Joana, é a rua a seguir. Tem calma, está bem?!

Ao chegarmos à casinha, dei uma chave ao Tonho e a outra ficou comigo.
Entrámos e apresentei o estaminé ao pessoal.
Casa de um andar com um sótão. Praticamente são todos do mesmo tamanho na praia da Nazaré. Casas pequenas e estreitas.
Na entrada: temos um corredor pequeno com umas escadas em degraus de mármore, que eu não engraço nada com elas, pois são muito escorregadias e é o único meio para subir para o primeiro andar.

No lado esquerdo: uma cozinha pequena, com uma casa de banho minúscula. Uma sala agregada a esse mesmo espaço com duas janelas espaçosas, um sofá, uma mesa quadrada em madeira, daquelas que se dobra em três partes e um armário de louça.
No primeiro andar: um quarto espaçoso e uma escada em espiral que dá o seguimento para o sótão.
Neste compartimento, uma cama de casal, um guarda-roupa com um móvel pequeno na sua lateral, com uma televisão da velha guarda por cima.
Uma porta que dá para a varanda e uma única janela onde a cama se encontra. De frente, está mais uma casa de banho.
Nesse espaço: uma banheira, o lavatório e mais uma janela que dava acesso visual para a varanda.

Swinger's Diary - The End Of The Beginning!Onde histórias criam vida. Descubra agora