Tourada à Nazarena

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TOURADA À NAZARENA 

CAPÍTULO XXVII


DOMINGO (MANHÃ)

-(Paulo) A olhar? Outra vez esta conversa?? A olhar, o caralho!! Eu não olho nada. Eu também quero!
-(Joana) Se fosse o meu marido que viesse connosco, era ele que ficava a ver-nos. Mas como disseste que ele ficava em casa, ficas tu de castigo no lugar dele.
Olha, bates ao cavaquinho, porque senão, será com dois estranhos e negros, daqueles bem escuros e mangueirudos. Até acho que é um cheque fraquinho para o que nos fizeram.
-(Paula) Há uma coisa que está-me a custar a compreender... Se o Tonho estava connosco e agora não está, como é que falaste com ele ao telemóvel?
E como é que eu telefonei-te, se isso ainda nem aconteceu e tu estás aqui agora ao pé de nós?
-(Paulo) Maria, eu percebo tanto disso como tu! Olha, pergunta à tua amiga. Ela é que é a experiente na série. - cerrando os olhos à menina Joana - Eu dou-te os escuros e mangueirudos, ô ...
-(Joana) Amiga, eu não sei explicar-te isso. Eu só vi até à terceira temporada. Eu não sei o que se passa depois.
Olha, não é o jipe do teu tio que aí vem?
-(Paula) É o jipe dele! Parece que vem com a Fatinha ao lado.
-(Paulo) Ô MARICAS SPORTINGUISTA!! - Gritando alto e acenando no ar com a minha mão, para ele nos ver no passeio.

Parou tudo!
Mal eu gritei, as pessoas, os carros e até acho que as ondas do mar,
ficaram paradas.
Parecia que estav
a tudo hipnotizado a olhar para mim, comigo com o braço no ar, como se um táxi estivesse a chamar.

-(Paulo) Porque é que parou tudo? - Olhando ao meu redor.
-(Paula) Estás a falar do quê, mor?
-(Paulo) Está tudo parado a olhar para mim. Não estás a ver?
-(Joana) Da maneira que berraste, até eu me admirava que não ficassem a olhar para ti.
-(Paulo) Não precisam de parar, eheh. O maricas sportinguista é aquele no jipe, não são vocês.
Porra, nunca pensei que houvesse tantos sportinguistas maricas. Sei que existe alguns, mas tantos aqui na Nazaré?

O meu tio encosta o jipe à berma do passeio, ao pé do banco CA.
Eu e a Joana ficámos na janela do pendura a falar com a minha tia. A Maria foi até ao lado do condutor.

-(Fatinha) Ah Paulo, tu 'tás melhor?
-(João) Ah paleco, tu ainda não morreste?
-(Fatinha) Ah João, não brinques com essas coisas. - Batendo-lhe entre as pernas.
-(João) Ah ô e precisas de estar a bater no abono de família? Estava a brincar! Ah puto, precisas de ir algum lado que o tio leva-te?
-(Paulo) Não é preciso, eu estou melhor. Obrigado por tudo o que fizeram-me ontem à noite. Elas contaram-me!
-(Paula) Bom dia, meninos!
-(João) Ai mordias, mordias. - Respondendo à minha esposa, começando os dois a rirem-se.
-(Fatinha) Ah Paulo, a tia estava muito preocupada contigo. Estavas muito febril... Olha lá, mas tu és parvo?
-(Paulo) Eu? Então porquê?
-(Fatinha) Porquê? Então eu tive que tirar-te uma merda de plástico do peru. Que merda é aquela? Foi por causa daquilo que ficaste doente, só pode.
-(Joana) Aquilo é do meu marido, Fatinha!
-(Paula) Onde é que vão, John?
-(João) Vou por ela no restaurante do Marco, vai entrar ao trabalho agora. E vocês?
-(Fatinha) E o teu marido tem aquilo para quê? Ele usa aquilo?
-(Joana) É uma história comprida e complicada...
-(Paula) Vamos até à praça. A Joana nunca lá foi e eu vou mostrar-lhe uma à moda antiga. Queres vir connosco?
-(João) Pode ser! Eu já telefono ao paleco para saberem aonde estão.
-(Paulo) Ô tia, mas se não fosse essa porcaria, o que nós temos hoje, não existia. Abençoado brinquedo que a Joaninha comprou para o seu marido. Nós falamos sobre isso ontem...
-(Fatinha) Mas tu já viste como é que ficaste à conta disso?
-(Paula) Não! Fica com o meu número. Vamos ter uma surpresa que vais adorar.
-(João) Eu adoro surpresas. E os outros? Onde é que estão? Não vieram com vocês?
-(Paulo) Já passou e não quero saber mais disso. E o Amílcar que continue com a dele à distância, que eu até agradeço.
-(Joana) A tua tia tem razão, borracho. Eu estou muito arrependida de ter-te obrigado a usares uma coisa que não foi feita para ti. Nem todos os homens são iguais e eu não sabia que ia acabar a fazer-te tão mal.
-(Fatinha) Ah Paulo, o que interessa é que estejas melhor. Olha lá, a tia não tem direito a um beijinho?
-(Paula) A Marta e o Amílcar ficaram a dormir e o Tonho ficou de castigo em casa.
-(João) Mas esse gajo já se portou mal outra vez?
-(Paulo) Claro que sim, tia. Para ti é tudo! - Dando-lhe dois beijos na face.
-(Joana) Tudo, não é bem assim. - Puxando-me a t-shirt para trás.
-(Paula) Pela a conversa do teu sobrinho, parece que ele abusou da... huh... da... Bem, ele disse que desta vez quem vinha era ele connosco, pois já o estava a ver a dobrar.
-(João) "A dobrar"?!
-(Fatinha) Que beijo foi esse? Para mim é tudo e só dás-me isso? Eu quero é um a sério!

Swinger's Diary - The End Of The Beginning!Onde histórias criam vida. Descubra agora