Já faz mais de um ano que não escrevo aqui como deve ser um texto de blog. Acho que eu precisava desse tempinho. Foi um ano no qual nada saiu como planejado, e a Ana blogueira de quatro anos atrás está bem no passado. Agora eu tenho um trabalho de gente grande e um sonho de infância que não parece mais próximo.
Eu nem sei se ainda existe alguém que volta aqui para ler o que escrevo. Com as crônicas e os contos, fui muito sincera com relação ao que eu sentia, mas fechei a janelinha do diálogo. Talvez no próximo ano eu tente iniciar uma nova conversa com novos leitores, mas sem promessas. Estou um pouco cansada de metas para o novo ciclo e coisas assim.
Mas, este foi um ano surpreendente. Olhando o saldo agora, acho que foi o ano no qual mais escrevi. O wattpad acabou virando meu objetivo principal, enquanto o A vida é poema sobrou como um projeto para o qual eu olhei uma ou duas vezes a cada mês. Mas, com a distância dos dias e das semanas, olhar o pouco que escrevi aqui me dá um certo orgulho. Eu sinto que tudo que escrevi esse ano tem importância. Se não para a sociedade, o mercado, ao menos para o meu coração que esteve exposto a cada palavra.
Eu acho que nunca vou ser reconhecida pelas minhas palavras. Eu sempre quis ser para alguém o que as autoras que eu leio são para mim: um consolo nas madrugadas de insônia. Eu quis fazer alguém rir sem querer dentro do ônibus em um calor escaldante de fim de dia. Eu quis fazer meus leitores chorarem, para depois se sentirem com um peso a menos ao saber que, mesmo histórias tristes, podem aquecer o coração. Agora na vida adulta, sei o quão distante essas vontades são. Sei que em um cenário realista, ninguém nunca vai se importar com o que eu escrevo.
Porém, neste ano, no qual senti o pânico e a ansiedade tão próximos, cada uma dessas palavras fizeram diferença para mim. E caramba! Foram minhas companheiras em várias madrugadas insones (incluindo essa). Por isso sou grata. Por isso agradeço a você, leitor que talvez tenha dividido esses doze meses comigo sem que eu tomasse conhecimento.
Resumindo: eu estou bem. As coisas não são fáceis, mas tenho uma vida privilegiada. E mesmo que os dias ruins sejam comuns, a paz de saber que eu tenho esse refúgio é um conforto. Com contos, crônicas ou textos estilos blogosfera 2009, eu ainda estou aqui. E, por enquanto, estar já basta
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A vida é poema
AcakOs melhores textos de seis anos do blog A vida é poema. Aviso de conteúdo: Ideação suicida, relacionamento abusivo, sugestão de violência.