Tenho costume...

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Eu sempre quis tanto que desse certo com alguém que, quando você apareceu, despretensioso e simpático, me fazendo rir o tempo todo...
com o passar de horas, sim horas, eu comecei a te olhar de verdade.

Em dois dias, eu já queria você,
Em sete dias achei que poderia ser "a pessoa certa".
Alguém que tivesse a própria vida, que fosse feliz sozinho, e que escolhesse estar comigo quando fosse legal compartilhar um tempo.
Não queria um namoro ou um rotulo, queria poder ficar com você, apenas, poder conversar com você sobre varias coisas ou nada.
Poder fazer por você tudo de bom que eu sei que podia ter feito. E você ainda seria livre.
Eu só precisava de carinho e respeito, e claro o bom sexo que fizemos.

Só esqueci de que não existe alguém certo ou errado: existem só duas pessoas que decidem estar juntas, enquanto há vontade.

Mas foi injusto colocar tantas expectativas e esperanças em você...
(Mas entenda meu lado, eu estava sozinha a 2 anos, sem encontrar alguém que o carinho me tocasse a alma, e você veio devagar, respeitando o tempo das coisas, me dando um carinho daqueles que você só quer fechar os olhos e sentir.)
*Estou me explicando aqui, apesar de saber que você nunca vai ler e talvez por isso me sinta tão livre para escrever*

... Ainda mais quando eu mal te conhecia, mas, desde o começo, você me parecia diferente dos outros com quem me relacionei. e era, mesmo.
mas isso não evitou o nosso afastamento.

Eu fui injusta por mais uma série de motivos: porque eu esperei que você preenchesse vazios que só alguém que me amasse podia preencher
e você é tão cheio de buracos, que eu me vi retirando pedaços de mim para preencher os seus...
Porque eu quis que você entendesse minhas carências em momentos em que você mal tinha tempo de pensar nas suas.
Porque eu me perdi pensando tanto no que a gente poderia ser, antes mesmo de me perguntar o que você achava da ideia porque eu já sabia na verdade.
a vida sempre me ensinou isso.
E ai eu tive medo, de ser insuficiente, de você dizer que eu nem valia tentativa alguma.

E mesmo assim eu fui insistindo, acho que na verdade ainda estou.
Ainda to tentando te conhecer mais pouco a pouco,
As vezes ainda te colocando em prioridade na minha rotina, mas você é como uma cubo magico, quando eu quase coloco uma cor em ordem, você muda, e o resto perde o sentido e eu me sinto frustrada, sempre fui ótima com logica.
Mas a logica, não funciona com você, sentimentos expostos também não.
E ai eu abri mão, de tudo que sinto, de tudo que poderia fazer por nós...

...Mesmo assim fui te colocando nos meus dias fingindo que não era nada tão demais assim, passar o café pra você, ou lavar suas camisas na mão por que sei do seu ciumes por elas, porque eu realmente nunca me importei de mimar e cuidar de quem gosto, e desde o inicio percebi que gostava bem mais dos meus dias quando te via rir, ou então quando me chamava de "nega" mesmo eu sabendo que chama assim algumas outras.

E nem te contei das minhas inseguranças e fraquezas, e nem cheguei a mencionar o fato de que tudo que você representava era muito frágil, por que é novo pra mim, eu não consegui te alertar sobre eu ser como a pólvora.
Eu nunca fui muito boa em me relacionar, eu dizia, ou tentava dizer, com "Por isso eu só me fodo", "Sou boba demais pra pessoas que gosto"...

MEDO
MEDO

MEDO

minha mente gritava para que você escutasse as palavras por trás das frases, mas você não é bom com logica.
Você não entendia muito bem, achava que eu estava fazendo charme ou algo do tipo.
Talvez até agora você nem tenha entendido.

O fato é que o tempo desgastou a nossa relação meio rápido demais, e você percebeu que eu queria muito, com intensidade demais.
E você não tinha mais para me oferecer, eu sequei a fonte, te dei tudo que você quis, você pegou o que conseguiu carregar nas duas mãos, encheu os bolsos e foi embora de estomago cheio e ego inflado.
Você não fazia planos de me encaixar na sua rotina corrida, como eu te encaixava na minha;
Talvez não gostasse tanto da minha companhia quanto eu gosto da sua, Sim, assim no presente, por que eu ainda gosto quando você aparece na casa que mora, quando eu consigo te dar um beijo no rosto e desejar um "bom dia", sabendo que o meu só voltará a ser bom se sua presença for sentida.

à contragosto, eu aceitei o afastamento e, em seguida, a perda.
Seu novo relacionamento, seus novos hábitos.
Ainda estou te conhecendo, e conheço um pouco mais agora.

Eu sabia desde a primeira conversa, desde o primeiro "Eu gosto de você", que eu te veria cada vez mais nublado, menos nítido, mais distante, menos frequente.
até não te ver nunca mais.
acho que isso é o que mais me dói nas relações, aliás.
saber do fim.
e eu sempre sei, desde que o processo começa.

Agora, 11:09 da manha de uma Segunda, sua ausência me dói menos, mas não significa que eu consiga dormir a noite, quando você não dorme em casa.
me acostumo rápido com perdas, eu nunca tive nada por muito tempo,
eu vivo elas há tanto tempo, que eu já senti a dor antes mesmo de você de fato se afastar, pelo simples fato de nem sequer ter tocado sua alma, pois não tive tempo, não tive chance, não te dei o meu melhor mas dei o que pude com o que me permitiu ofertar.
Sei que devo ir mais devagar, por que eu geralmente vejo uma rachadura nas muralhas que me protegem e eu saio para ver o que causou o dano, fico exposta e ninguém tem piedade.
Sei que devo antes de tudo proteger a mim mesma.
Colocar os pingos nos is desde o princípio das relações.
Esclarecer os desejos e as limitações.
Definitivamente, não fazer planos sem saber das vontades de quem está comigo.

talvez assim, um dia, eu possa dizer que tenho aprendido a me relacionar amorosamente de um jeito um pouco mais tranquilo, mais disposto, mais calmo.
com vontade: mas sem desespero. *Não que de fato queira viver um romance assim, tão calmo*

É que eu nunca soube ser menos, menos intensa, menos verdadeira, menos transparente, e isso assusta.
Eu uma mulher de 24 anos ainda me perco, não por não saber onde ir, mas por querer ir a lugares onde não é seguro pra mim, pra minha alma anarquista, e abalada, que não sabe ser mais suave.
mas esse é um processo que precisa vir de mim.
e não dos outros.

Dedicada a conhecido aqui como a rachadura na minha muralha.




NOtas:
Oi, esse é o primeiro capitulo de Diário de uma bipolar.
*Aparentemente eu tenho a mania de falar sozinha, então SEJAM BEM VINDOS
a minha mente perturbada.*

Diario de uma bipolar  ~ Atualmente.Onde histórias criam vida. Descubra agora