Sempre que penso que já te esqueci, minha maldita consciência chega e me mostra lembranças suas. Me amarra às cadeiras e liga um vídeo que traz de volta tudo o que eu queria apagar...
E fico pensando... Será que é só comigo? Acho que sim, você não parece ligar mais pra nós. Eu também tento transparecer a neutralidade, e sempre consigo.
Você me vê alegre junto a meus amigos, como se, quando nós nos cruzássemos, eu não sentisse uma vontade absurda de correr de encontro a seus braços e permanecer lá por um tempo indefinido.
Fico pensando se isso só acontece comigo.
Se você já se despediu de tudo aquilo que havia dito e resolveu que pode me esquecer tranquilamente.
Porque eu nunca te deixo saber, mas ainda choro por saudades suas.
Ainda chego em casa cansada, encosto a cabeça no travesseiro e deixo ela ser inundada por dúvidas quanto aos seus sentimentos em relação a mim e às nossas chances futuras.
As lágrimas descem de forma suave por minhas feições tristes, elas parecem ser as únicas coisas que avançam sem obstáculos nessa vida.
E, às vezes, tudo o que eu queria era voltar a falar com você...
mas ainda me controlo.Meus dedos parecem ser obcecados por escrever mensagens a ti e não as enviar...
eles ainda obedecem à minha consciência, e temo veementemente o dia em que eles não mais o façam.
E, de vez em quando, parece que a única coisa que vai me fazer bem é o seu sorriso.
Noutras vezes, é o seu "bom dia" desferido contra meu rosto cansado que esconde mais esperança do que posso descrever.
Noutros tempos, o que trazia cor àquelas janelas pálidas e sem vida era a tua presença ali, abraçada a mim, enquanto eu desejava que aquele momento jamais se findasse.
E hoje, apenas volto às nossas mensagens para contar quantos dias fazem que não nos falamos, como faria um viciado do AA em recuperação, contando quantos dias está "limpo".
E a alegria que isso me traz é proporcional à tristeza... fico feliz, pois acho que um retorno de nosso contato me faria mal (isso apenas me traria mais e mais das falsas esperanças que eu jurei um dia matar) mas, ao mesmo tempo, fico triste, pois sempre lembro do quão certo nós poderíamos ter dado...
do quão bom tudo aquilo poderia ter sido, se continuasse...
do quão bem nos completávamos...e aquela força invisível volta a dar um nó em minha garganta...
e as lágrimas voltam a querer correr maratonas ao longo de minha face.
VOCÊ ESTÁ LENDO
Diario de uma bipolar ~ Atualmente.
No FicciónBem vindos ao universo que rege minha vida, Escrevo (textos) a muitos anos, e resolvi começar a escrever isso a alguns anos, mas de forma alguma eu consegui colocar isso no "papel"... Essa é mais uma tentativa de expressar o que nós bipolares senti...