Olá ao novo, adeus ao velho.

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A decepção do não mal dado.

Cada vez que eu te via, eu me derretia.

Eu cedia aos seus abraços apertados e carregados de intimidade.

Eu ria das suas piadas de moleque criado na rua, eu virava uma menina.

Ainda hoje...

Cada vez que eu te vejo, eu sei que pareço contente demais aos olhos de quem passa, quase uma euforia de uma jovem embriagada.

Esse é meu problema.

Eu fico boba de tanta alegria, eu troco os passos.

Mas quando você vai embora, o meu rosto risonho se reveste em decepção.

Sozinha, me decepciono comigo mesma por ainda achar tanta graça na gente.

Eu me decepciono com você e esse seu jeito estranho de me dizer, calado, que é melhor a gente não se ver mais.

Você e seu jeito único de me dizer não, mas não largar da minha mão, nao me deixar ir.

Jeito de amar em silêncio, mas não deixar ser amado.

A gente se beijava.

A gente se desejava.

Mas você me diz não, cada e todas as vezes.

Cada vez que falava que sentia minha falta, mas não vinha matar a minha saudade.

Você me nega de um jeito implícito, sempre que me olha com os olhos brilhando, mas depois os desvia, escondendo o seu coração.

No fim, você cozinha em banho-maria o nosso desejo, o qual deveria estar fervilhando dentro de um quarto, feito uma panela de pressão.

Seu “não”, na verdade, nunca foi dito.

Ele desconhece qualquer forma de verbalização.

Ele está subentendido no seu vai e volta, acorrentado em suas mensagens nunca enviadas, embutido na sua indecisão.

Seu “não” é um “sim” pela metade: é quando a mãe não deixa ir, mas manda a criança perguntar pro pai.

Um casal que não se decide.

E é muito fácil saber quem sou eu nessa brincadeira.

Eu sou a criança de olhos carentes, que insiste nessa metade que ainda posso ter um dia.

Eu era só uma criança em sua mão, e voce cansou de brincar comigo, quando eu começei a gostar da brincadeira.

Mas eu cresci e aprendi a escalar essa muralha de sentimentos, me encontrei em mim mesma e disse adeus pra velhos hábitos ruins.

Diario de uma bipolar  ~ Atualmente.Onde histórias criam vida. Descubra agora