Capítulo Quatro

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O garoto, de cabelos castanhos, estava dormindo calmamente em cima de sua mochila, esta que estava apoiada sobre a mesa escolar. Acabou acordando, quando sentiu o bater de dedos que Hoseok estava lhe dando, logo na bochecha. Abriu os olhos lentamente, logo franzindo o cenho ao se deparar com a claridade, tomado pela vergonha de ser pego dormindo em público, rapidamente tentou limpar ao redor da boca, que se encontrava levemente suja com sua baba.

– Vamos, a hora de ir para a livraria chegou. – O seu amigo comentou com um sorriso no rosto, colocando sua própria mochila em suas costas. Taehyung revirou os olhos, se espreguiçando e levantou, repetindo os atos do menor.

E os dois saíram daquele lugar, que infelizmente, ficavam uma grande parte do seu dia.

O dia estava ensolarado, com o céu brilhando em um tom azul e o Sol atingia suas peles, queimando, contudo, não estava quente, a brisa que os acertavam era fresca, não dando brecha para que se sentissem com calor.

O caminho era tranquilo, a companhia um do outro era agradável, durante o tempo, conversaram sobre assuntos distintos, rindo ora ou outra de algum comentário engraçado.
Chegaram no local um tempo depois, Kim, como de praxe, foi para trás do balcão e Jung resolvera ficar ao seu lado, para lhe oferecer uma companhia amigável, e que de fato realmente era. Taehyung, agradecia mentalmente seu amigo, já que trabalhar por si só já era assustador e entediante, a presença do outro amenizava esses sentimentos.
¨

O céu já escurecia, criando um lindo arrebol em meio às nuvens, na rua, as pessoas caminhavam distraidamente, alheias do som dos carros na rua e dos gritos de crianças alheias por aí, provavelmente estavam voltando do trabalho.

O sino da livraria pôde ser ouvido por todo o ambiente fechado, indicando que alguém havia entrado ali. O garoto por trás do balcão suspirou, ao ver que teria que atender mais uma pessoa, levantou o olhar com pesar, encontrando a figura de um menino, que considerando a altura, era da sua idade. Um capuz de cor preta cobria metade do rosto do outro, porém ainda era visível que sua pele era pálida, como uma a neve ou as nuvens que cobriam o céu, o jovem trajava um short de treino, o levando a crer que o menino havia saído de uma academia há pouco tempo.

Mesmo não podendo ver muito bem a aparência do rapaz, Kim achou o garoto deveras bonito.

O petiz* foi até a seção de poesias e literaturas com teor romântico, o que fez Taehyung soltar um risinho, ao ver o quanto poderia julgar uma pessoa, já que não imaginava que o garoto lia, muito menos leituras que falavam sobre sentimentos. Não demorou muito para o rapaz escolhesse algo e fosse para o caixa, vulgo parte que o Kim estava encarregado.

O rapaz lhe entregou o livro e levantou o olhar para encarar o atendente. E se antes Taehyung o achava bonito, agora, tinha certeza. Tudo em seu rosto era milimetricamente perfeito, desde o nariz um pouco mais avantajado, até os lábios carnudos que continham uma pintinha debaixo do lábio inferior. Tentou parar de encarar o menino e lhe entregou o troco. O misterioso garoto bonito como um anjo, caminhou calmamente para a saída e o único vestígio que deixou para trás foi o som do sino agarrado à porta.

- Acho que agora o menino precisa tomar um copo d'água. – Hoseok brincou descaradamente, com sua voz carregada de ironia e divertimento.
Tae apenas riu, o dando um leve soquinho.

- Não é nada disso, bobo. Vai me dizer que você também não encarou o fato daquele menino ter vindo comprar um livro e justo na parte mais romântica da livraria? Não condiz nada com sua aparência. – Comentou desviando o olhar.

- E daí? Aparência não define personalidade, nem gostos. – O menino disse sério, incrédulo que havia ouvido coisa tão retrógrada.

- Desculpe... – Suspirou, não iria comentar que encarou o garoto apenas por o ter achado muito bonito.

Se despediu de alguns colegas no trabalho e ficou por último, tendo a responsabilidade de fechar a livraria. E assim o fez, se certificou que estava muito bem trancada. Se despediu de Hoseok com um abraço, a partir dali, os caminhos para suas respectivas casas eram distintos.

(...)

Taehyung chegou no seu lar, sentindo seus ombros carregados de tensão, ao entrar na sala, se deparou com seu irmão dormindo sobre o sofá, com diversos livros escolares no chão, sorriu com a cena e andou até a cozinha. Encontrou sua mãe fazendo o jantar, fazendo com que o cheiro de tempero se espalhasse no ar, abraçou a mais velha, lhe dando um beijinho no topo de sua cabeça.

- TaeTae, eu tava pensando em começar a ajudar na renda aqui de casa, começar a fazer uns doces, talvez. – Comentou, limpando a bancada com um mini rodo e secando suas mãos no pano que estava apoiado em seu ombro.
Taehyung ouviu, concordando com a cabeça e se sentando em uma das cadeiras, apoiando seus braços na mesa de jantar, encarando a mulher que aparentava uma expressão cansada.

- Acho uma excelente ideia, a senhora é uma ótima doceira. Eu posso até ajudar com encomendas muito grande. – Terminou de dizer e viu os olhos de sua mãe brilharem, acompanhado de um sorriso terno.

- Eu agradeço, Tae. – A mulher gratulou*.

- Sempre irei ajudar no que a senhora precisar, mãe. – Falou com um sorriso, saindo da cozinha.
Deu um beijinho no seu irmão deitado no estofado e foi para seu quarto.

Já era 20hrs quando Taehyung acordou com seu celular tocando, revirou os olhos, por ter seu sono interrompido. Olhou na tela quem estava ligando, e estranhou ver o nome do seu amigo.

- Hoseok? – O Kim perguntou com a voz rouca e arrastada.

- Estava dormindo? – Perguntou de forma retórica. – Desculpe, eu só liguei para avisar que iremos à uma festa. – Disse por fim, com alguns barulhos de taça se esbarrando ao fundo.

- Que festa? – Perguntou um tanto desanimado, já que havia acordado não havia muito tempo.
Se sentou na beirada da cama, tomando coragem para ouvir o que o outro iria lhe dizer.

- Meus pais vão em uma festa, e bom, pensei em te levar, vou estar sozinho. – Choramingou a última parte. – Será amanhã.

- Está bem, vou conversar com minha mãe. – A resposta foi simplista, já que seus olhos insistiam em pesar novamente.

- Os donos da festa tão precisando de doce, foram enrolados e deixaram para última hora. – Bufou. – Conhece alguém que esteja disposto à trabalhar pra esse tipo de pessoa "super" responsável? – A pergunta saiu como uma raio de esperança para Taehyung. – Há quem diz que irão pagar um bom preço.

- Conheço sim! – Respondeu animado. – Me passa o número do anfitrião da festa.
Após alguns segundos ouviu o "bip" do celular, com a notificação do whatsapp que vinha do garoto do outro lado da linha.

Ao terminar a chamada, abriu a mensagem, vendo o número da pessoa que estaria organizando a festa, lhe dizendo, educadamente, que estaria interessado em ser responsável pelos doces da festa.
Correu depressa até sua progenitora, para lhe dar a notícia. Explicou tim-tim por tim-tim e a mais velha sorriu animada, pediu para seu filho mais novo ir até o mercado mais próximo e comprar os ingredientes necessários, seria uma longa noite.

Ryan e Taehyung ajudaram sua mãe a noite inteira, eram muitos docinhos, dos mais variados tipos, significava que seria uma grande festa, o que também significava dinheiro.

Os garotos aproveitaram, óbvio, dos restos de chocolate que ficavam na panela ou na colher, disputando quem comeria o que.
Sentiam suas mãos dormentes, porém jamais diriam aquilo à sua mãe, ajudariam quietos para não a preocupar.
É, realmente seria uma longa noite.

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*Petiz : substantivo masculino, menino, garoto. [Informal]

*Gratular: verbo transitivo - agradecer a (alguém), manifestando gratidão.

Olá! Esse capitulo foi corrigido e possui alterações.
Desde já agradeço a taehyluvs  por dedicar o tempo a fazer as correções e ajustes!

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