Don't

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2 semanas depois

Liz P.O.V

Depois de ficar internada por duas semanas, finalmente recebo alta. Não via a hora de passar um dia inteiro dormindo.

—Só assinar os papéis e já está liberada. —o médico me entregou uma prancheta, que acabo assinando de qualquer jeito.

—Muito obrigada. Lembre-se: nada de esforço por enquanto. —o médico já havia me dado instruções umas 4 vezes.

—Pode deixar que cuidarei disso. —sinto a mão quente de Joel em minhas costas e sorrio.

[...]

Assim que atravesso a porta de entrada de casa avisto meus amigos me esperando. Erick é o primeiro a vir me abraçar.

—Estava morrendo de saudades de você meu filho lindo. —dou um abraço super apertado nele.

Logo depois vem Jocelyn e o resto dos meninos.

—Eu amo tanto vocês, sabem disso né? —digo.

—Também amamos você. —Zabdiel me abraça novamente.

—Bom, vou tomar um banho rapidinho. Preciso disso. —subo as escadas do quarto e a cambada fica lá embaixo.

Quando a água quente toca minha pele, relaxo. Como era bom tirar todo aquele cheiro de hospital. Já não aguentava mais nenhum segundo ficar só naquela cúbico de quarto. O que era pra se um banho rápido, acaba virando quase 1 hora. Lavo todo o meu cabelo, hidratando, e logo em seguida enxaguando. Aproveito e raspo minhas pernas e todos os pelos indesejáveis. Saio enrolada na toalha para o quarto e vejo Joel deitado em minha cama, mexendo no celular.

—Cadê todo mundo? —vou até meu guarda roupa em busca de algo confortável. Pego um camisetão que roubei de Joel e uma calcinha nova. Me visto e vou volto para o banheiro. Penteio meus cabelos e passo um creme em minhas pernas. Dou um jato forte de secador no meu cabelo, só para não ficar pingando e volto para o quarto, me deitando ao lado de Joel.

—Eles já foram. Disseram que precisa descansar, e precisa mesmo. —me ajeito nos braços de Joel e nos cubro.

—Eu não estou cansada. —resmungo e acabo abrindo a boca de sono. —Ok, talvez um pouco.

Sinto Joel ri.

—Você é teimosa. Mas eu te amo tanto. —ele me puxa para mais perto e suas mãos vão para o meu cabelo.

—Eu não sou teimosa. —resmungo. Fecho os olhos para descansar e acabo adormecendo.

Joel P.O.V

Depois que Liz dormiu nos meus braços, fiquei a observando. Todos seus detalhes, cada pedaço de seu corpo. Ela estava bem e só isso me importava. Acabo adormecendo logo em seguida.

Sinto beijos pelo meu rosto e minha boca.

—Acordo dorminhoco. —Liz sussurrou, e sorri na mesma hora.

—Acho que não acordei ainda, que tal mais alguns beijos?

—Claro. —ela deposita um beijo na minha testa, na minha bochecha, logo depois na outra, no meu queixo e por fim na minha boca.

—Agora eu acordei. —abro os olhos e vejo o sorriso mais lindo da minha vida.

—Bom dia, ou melhor, boa noite. —ela espreguiçou-se um pouco. —Dormimos muito.

—Sim. —fico a encarando por alguns segundos e ela odeia que faça isso.

—Para, assim eu fico com vergonha. —ela tampa o rosto com as mãos e tento tirá-las.

—Não tem que ficar com vergonha. Você é linda. —começo a fazer cócegas até ela abaixar as mãos.

—Golpe baixo Pimentel, golpe baixo. —resmungou. Percebo ela ficar quieta e um pouco incomodada.

—O que foi amor? —olho tentando desvendar o que ela tinha.

—É que eu lembrei de algo. —suspirou. —Quando estava desacordada.

—O que era? —me sento e a puxo para meu colo. Ela me encara alguns segundos como se pensasse se contava ou não. —Pode falar.

—É que..eu tive um sonho. Não foi bem um sonho mas Maeve estava nele. —ao escutar o nome de Maeve fico tenso. —Ela estava sentada no telhado, onde você sempre ficava com ela.

—Espera, como você sabe disso?

—Você vai descobrir. —ela continuou. —Continuando, ela me disse varias coisas, inclusive algo que ainda estou digerindo.

—E o que é?

—Primeiro. Desde que recebi o coração dela, tenho visões ou sonhos, não sei o que é direito. Parecem lembranças de vocês dois. Eu não sei se já te disse isso mas era frequente. —ela se sentou e puxou as pernas para o peito. —Mas quando te conheci, eles foram diminuindo. Eu não sabia o porque daquilo.

Escuto cada palavra, tentando entender.

—Mas agora eu sei. Maeve me contou. —suspirou. —Joel, sabe a razão do coração de Maeve ser perfeitamente para mim? —balanço a cabeça negando. —Não era apenas um coincidência ela estar ali, no exato momento que eu.

Liz passa as mãos pelo rosto, suspirando.

—Eu e Maeve somos irmãs.

—O que? —não conseguia ter outra reação a não ser um " O " que se formava em minha boca. Não conseguia raciocinar direito, estava tudo mais que confuso.

—Agora tudo faz sentido. Os sonhos, a cirurgia, você. Parece ser coisa do destino. —ela fita o chão por alguns segundos, pensando em algo para dizer e logo o seu olhar para mim. —Amor?

—Oi.

—Eu sei que é difícil, é muita informação...

—Preciso ficar sozinho. —a interrompo. —Eu vou ir para casa.

—Mas Joel... —ela me olha. Eu precisava ficar só. Como assim a Liz e a Maeve eram irmãs? Por isso a Adélia estava tão preocupada, agora tudo faz sentido. O meu aniversário, quando a dona Márcia e ela se encontraram, aquele clima estranho. Minha mente tentava entender.

Saio da casa da Liz sem a responder nada, eu deveria ficar ali do lado dela, mas não, preferi ir embora. Não sabia o que ia ser daqui pra frente, mas ia começar a olhar a Liz de um outro jeito, ela não apenas tinha um coração da Maeve, ela era irmã dela.

Connected • Joel PimentelOnde histórias criam vida. Descubra agora