Capítulo 06

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Camila

Agora que tudo acabou, que eu fui absolvida e sei que vai ficar tudo bem, estou finalmente conseguindo respirar aliviada. Foi um mês intenso e infernal desde que confessei para o Almeidinha ter matado o Aziz, mas felizmente deu tudo certo, eu estou livre e a Dalila está presa, agora podemos seguir em frente com as nossas vidas.

Nesse momento, quatro dias depois do veredito que me absolveu, eu estou uma pilha de nervos só que por um motivo bem diferente, eu e a Valéria vamos receber a minha família aqui em casa pela primeira vez. Por mais que não seja a primeira vez que estamos todos juntos, agora vai ser diferente pois antes o foco das conversas foram primeiro o julgamento da Dalila e depois o meu, as vezes eu e a minha namorada tínhamos que lidar com uma ou duas perguntas relacionadas a nós, mas nada muito invasivo e hoje eu sei que vai ser diferente, não tem nada para divergir a atenção deles então o foco vai ser o meu relacionamento.

-Você está pronta? Daqui a pouco eles vão começar a chegar. - Valéria entrou no nosso quarto falando. Assim que eu me virei para ela não precisei dizer nada, a minha namorada já sabe o que está acontecendo. -Você precisa relaxar amor. - Ela fechou a distância entre nós passando os seus braços pela minha cintura, colando os nossos corpos. -Sua família já me adora.

-Como que você consegue estar sempre tão calma em momentos tensos? - Passei os meus braços pelos seus ombros, focando o meu olhar no seu e me perdendo no azul que os preenche.

-Porque se não seriamos duas pilhas de nervos e uma de nós precisa balancear as coisas nesse relacionamento. - Antes que eu pudesse falar qualquer coisa ela me beijou, E QUE BEIJO, acho que eu esqueci até o meu nome por um segundo ali. -Melhor? - Assenti, ainda tentando lembrar de como se respira. -Ótimo. O jantar acabou de ficar pronto, a mesa já está posta e eu acabei de pagar e dispensar as duas cozinheiras que contratamos pra fazer o jantar.

-Ok, você tem razão, não tem porque me preocupar, eles já te adoram, especialmente a minha mãe.

-Exatamente, agora vamos descer. - Eu respirei fundo e deixei ela me guiar para o primeiro andar.

Ao sentir o meu celular vibrar repetidamente no meu bolso, como se estivesse chegando várias mensagens, eu parei no meio da sala de estar, soltei a mão da Valéria e tirei o aparelho do bolso. Revirei os meus olhos ao perceber que as mensagens são do WhatsApp do grupo da família e esse grupo em particular estava no silencioso, acho que o meu whats resolveu não funcionar corretamente hoje.

Abri a conversa vendo que a primeira mensagem é da minha mãe dizendo que eles estão vindo todos juntos e que pegaram trânsito e por isso vão atrasar uns minutos, a maioria das mensagens que seguem essa são do restante das pessoas, principalmente da Cibele, reclamando que foi por causa do caminho que o meu pai resolveu tomar que eles pegaram trânsito, família, sempre uma relação de amor e ódio.

-Aí está o sorriso que eu amo ver. - Voltei a minha atenção para minha namorada.

-Eles vão se atrasar um pouquinho. - Coloquei o celular novamente no bolso e fechei a distância entre nós, indo para os seus braços. -Eu estava rindo com as mensagens deles.

-Você reclama, mas não viveria sem eles.

-Família. - Falei dando de ombros, como se essa palavra explicasse tudo e realmente explica, mas só para quem cresceu com uma família o que infelizmente não é o caso da minha namorada, só que isso vai mudar. -Vai se acostumando, porque agora eles são sua família também. - Ela riu e deu um beijo casto nos meus lábios.

-Eu já volto. - Firmei o aperto dos meus braços ao seu redor, não deixando ela sair.

-Aonde você vai? - Valéria riu da minha relutância em a soltar.

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