Capítulo dez.

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Amália on.

E esse aborto doeu mais que os outros, esse me machucou bem mais. A cada aborto minha chance de ser mãe vai diminuindo e os riscos pra minha vida é maior. Mas não é isso que dói, dói saber que mais uma criança foi embora sem eu ao menos ver o rostinho dela. Eu me sinto esgotada e insuficiente pra isso, insuficiente pra ser mãe.

O abraço do nego, nesse momento que acalmou mais do que eu esperava.

Ainda hoje eu seria liberada e ele precisa assinar minha alta, então ele saiu pra assiná-la.

E mais uma vez eu estava ali pensando como seria essa gravidez se ela tivesse seguido em frente? Será que o nego assumiria? São tantas perguntas.

Ele logo chegou me tirando dos meus pensamentos.

Nego: Bora, vou te ajudar. - Ele falou me ajudando a descer da cama e me fazendo apoiar ele.

Ele passou os braços pela minha cintura e foi me guiando até a Saveiro.

Nego: Não vou poder ficar contigo, posso pedir pra minha irmã vim, pode ser?
Amália: Não tem necessidade.
Nego: Claro que tem Amália, eu vou chamar ela.
Olhei e não disse nada, não ia discutir né.

Cheguei em casa, pedi ajuda pro Nego pra ir pro quarto, eu tava cheia de sono e cansada. Ele me levou pro quarto dele e deitou comigo. Peguei a mão dele e coloquei na minha cabeça pra ele fazer cafuné.

Nego: Não sei fazer isso, tu sabe.
Amália: É só mexer os dedos, nego. Faz, por favor.
Nego: Chatona mané.
Amália: Cê não vai trabalhar?
Nego: Desistir, vou ficar aqui.
Amália: Hum.

Deitei no peito dele e deixei o cansaço tomar conta de mim.

Vendida para o dono do morro.Onde histórias criam vida. Descubra agora