Carta número 2

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Querido desconhecido,

Hoje percebi que eu estou cansada de você. É isso mesmo. Eu não aguento mais me lembrar de você, pensar em você e amar você, até porque isso é bastante doloroso. Dói demais. Sabe, em todo o percurso da minha vida eu acreditei que não merecia o que tenho hoje. Mas aí, sem ser convidado, você aparece. Apareceu e  bagunçou a pouca organização que era a minha vida. Porém, como se fosse esse o seu objetivo, você me salvou. Quando eu achei que não merecia a vida que eu tinha, você me fez acreditar que eu merecia. Quando eu achei que ninguém ia me amar, você amou. E no instante em que eu acreditei que não ia ser feliz, você me fez a garota mais feliz do mundo. Você me fez acreditar que eu podia sim, ser feliz. E não só como podia, como eu merecia. Eu te amei por isso. Eu amei o jeito como você me fazia sorrir e amei o jeito como você me amava. Há vários  motivos por qual eu me apaixonei por você e quase todos eles me fizeram te odiar também. Você foi a droga na qual eu fiquei viciada, mas como toda droga, um momento começou a me prejudicar. E nesse momento eu comecei a perder novamente o equilíbrio, porque eu já não conseguia me manter de pé sozinha, não sem você. Você bem sabe o quanto eu te amo e o quanto eu te amei, mas isso não foi o suficiente, porque você me machucou mesmo assim. Foi você que me salvou, mas foi você também que me destruiu. E eu te odiei por isso. Você me fez te amar e depois você foi embora do mesmo jeito que apareceu. Do nada. Pois é, eu odeio te amar.  Você foi o meu herói preferido, porque enguanto os outros heróis salvava outras pessoas com os seus poderes incríveis, você sendo você, sem nenhum poder, me salvou, e salvou só a mim o que me fez te amar ainda mais. E hoje eu percebo que cansei de você, mas o problema é que quando vou  descansar é com você que eu queria estar.

Querido desconhecidoOnde histórias criam vida. Descubra agora