Querido desconhecido,
Ai vai uma parte do meu lado da história.
Tudo começou há 3 anos atrás, quando eu ainda era uma menina que desconhecia a decepção. Quando eu ainda sabia sorrir. Eu tinha 11 anos, e eu não tinha lá muita experiência com o que é chamado de amor. Eu já sei o que vocês vão dizer: “ Mas você era muito nova”, “ Mas era só um namorinho de criança”, “ Você não tinha idade para namorar” e tudo isso que as pessoas estão acostumadas a falar. Na minha opinião, acho que não tem uma idade especificamente para se apaixonar, você simplesmente se apaixona. Não dá para escolher a pessoa e nem mesmo com que idade isso vai acontecer. Simplesmente acontece, e aconteceu comigo. Se você não viveu isso ainda, provavelmente não vai entender.
Eu podia ser muito nova, mas eu sabia o que estava sentido. Eu sabia o que era, não tinha a menor dúvida. O problema sempre foi o controle, porque eu mesma não tinha nenhum. Eu nunca havia me apaixonado antes, e quando me apaixonei, me joguei por inteira nesse amor sem nem saber o que iria acontecer depois. Para ser bem sincera, o depois não me importava muito. Eu estava muito preocupada em viver o agora, do lado dele. Vocês não vão entender exatamente o que eu sentia por ele, mas vou tentar fazer com que entendam como eu me senti quando ele foi embora. Vou tentar descrever cada sonho que foi destruído com a partida dele ou cada sorriso que me foi arrancado quando ele me deixou. Por favor, não chamem o meu sofrimento de drama. Eu podia ser nova, mas minha cabeça era de uma adolescente de 15 anos, como eu encontro ter hoje. Vocês podem não entender, e achar até uma grande bobagem, mas não me julguem. Creio eu que nenhum de vocês tem esse direito. Meu primeiro amor aconteceu assim, sem eu saber que estava acontecendo, e sem ao menos saber como lidar com ele.
Eu não o achava perfeito, mas de algum jeito os defeitos deles me chamaram a atenção. Eu não sei explicar, mas foi como se todo os defeitos que as pessoas viam nele como um problema, eu via como uma solução para a minha vida. É claro que naquela época, eu não tinha muitos problemas para resolver. Para ser bem sincera, antes dele aparecer, a minha vida era bem calma. E um tremendo tédio. Eu gostava do caos que ele trouxe a minha vida, porque em uma fração de segundos, ele virou a minha vida pelo o avesso. Ele me fazia se sentir única. Com apenas 11 anos, ele me fez me sentir única em um mundo que havia 7 bilhões de pessoas. Tudo o que ele me fazia sentir, era um tremendo mistério. Por que? Bom, porque eu não sabia como ele fazia tudo aquilo. A primeira coisa na qual eu prestei atenção, foi naquele maldito sorriso dele. Eu não planejei e nem mesmo fazia ideia que ia me apaixonar por aquele sorriso, mas foi inevitável. Não sei dizer exatamente o porquê de eu gostar dele, de ter gostado dele, mas posso dizer que o que eu sentia era real. Era verdadeiro e a mais pura verdade. Tudo bem se vocês não entenderem, eu mesma não entendia naquela época. Eu não entendia como alguém podia fazer você se sentir tão especial no meio de tanta gente melhor que você. Era algo que eu não entendia, mas com certeza adorava. Na verdade, isso foi uma das coisas que me fizeram me apaixonar por ele. O jeito que ele me fazia se sentir perto de tanta gente superior a mim. Eu não era a garota mais inteligente, e sem dúvida nem a mais bonita. Eu não era magra, e também não tinha as unhas pintadas e o cabelo arrumado. Mas ele não ligava para isso. Ele invés de olhar a minha beleza exterior, olhou a interior. E isso, com certeza, me fez me apaixonar por ele. Foi naquele dia que eu percebi que em um relacionamento, os defeitos que um apresentava ter, era o menor dos meus problemas. Eu sabia aceita-los numa boa, e eu ficava impressionada em como todos os defeitos dele se encaixava perfeitamente na minha vida tão calma.
Nosso relacionamento não era perfeito, estava bem longe disso. E nem sempre estávamos juntos. Nosso relacionamento vivia parando e voltando. É claro que muitas vezes, eu sempre dizia que era a última vez. Hoje em dia, eu rio de mim mesma. Eu não sabia como era ingênua.