The Prostitute

《2.8》

*Pov Ally*

Eu havia acordado com uma enorme dor de cabeça. Minha cabeça estava latejando, Vero me deu um remédio e Lauren havia aceitado tomar café comigo, a única coisa que ela respondeu foi um "Okay".

Confesso que estou nervosa para encontrar ela, a morena está tentando para que possamos finalmente finalmente ficar juntas, mas eu não quero depender dela para sair dessa.

Calço meus chinelos e entro no banheiro começando a me despir. Quando entro no box deixo a água quente cair sobre meu corpo. Hoje seria um dia longo, às dez tenho aula de etiqueta na agência e na parte da tarde uma reunião com os donos da marca de roupas.

Saio do banho rapidamente ao escutar o meu celular tocar sem parar. Me enrolo na toalha branca com o cabelo escorrendo água.

- Oi Cíntia! - Falo levando o celular a orelha.

- Oi Allyson, me desculpa por ligar a essa hora. - Ela suspira.

Pelo tom de sua voz deve ter acontecido alguma coisa grave com a minha mãe.

- Sem problemas. Aconteceu alguma coisa com a minha mãe?

- Sim, eu não queria dar essa notícia por telefone, mas não tenho escolha... - Eu sabia que não viria coisa boa por aí, então me sentei, sentindo minhas pernas bambas quando ouvi as seguintes palavras. - Sua mãe está com câncer na laringe. Ela teve alguns sintomas essa semana e os médicos acharam melhor fazer alguns exames e foi dado esse diagnóstico.

Meus olhos arderam, um bolo se formou em minha garganta. Minha mãe não merecia mais essa!

DROGA!

DROGA!

DROGA!

- Ally, você está aí?!

- Sim... e quando vão operar ela? - Limpei meu rosto.

- Até na quinta-feira. Eles precisam que você deposite o dinheiro, a quantia que a senhorita deposita não cobre a cirurgia. A clínica mandará para o seu email o valor.

- Claro, eu tentarei mandar até amanhã, obrigada Cíntia. Diga a minha mãe que eu a amo.

Encerro a ligação sentindo a dor de cabeça voltando.

Acabo de me vestir e saio, eu preciso continuar com a minha vida e juntar o dinheiro da cirurgia o mais rápido possível.

[...]

Quando entro na cozinha, as meninas estão todas tomando café em volta da bancada, já que não tínhamos mesa.

- Bom dia, meninas. - Falo quase sem ânimo nenhum.

- Bom dia! - Falam em uníssono.

Começo a digitar em meu celular uma mensagem para o Tyrone. Ele havia pedido para sair comigo só na sexta, mas eu precisava de dinheiro, então estava tentando marcar o programa para hoje, tento ao menos mais um sem o consentimento de Alexa.

- Não vai tomar café? - Mani pergunta me olhando por cima de sua xícara.

- Não, eu vou tomar na rua com Lauren.

Quando dei por mim já havia falado. As três me olhavam, Mani me repreendendo com o olhar, Vero sem entender e Lucy com cara de nada.

Todos da agência conhecem Lauren por dois motivos. Um por ela ser filha da dona das maiores empresas de jogos do país e dois por ela ser amiga de Alexa e vira e mexe está por lá.

- P-por que... ela vai a-arrumar um emprego para u-uma a-amiga, isso amiga! - Me perco.

- E que amiga é essa? Que eu saiba você não tem amigas. - Lucy diz e posso sentir o deboche em sua voz.

Eu realmente não tinha amigos, os únicos que conheço são o pessoal da agência, mal tenho tempo para socializar.

- Porque a conheci a pouco tempo. Deu a minha hora! - Peguei minha bolsa e saí antes que alguém fizesse mais perguntas.

[...]

Assim que chego na cafeteria, travo o meu carro do outro lado da rua e atravesso ajeitando o meu capuz na cabeça, estava ventando gelado.

Assim que entro no estabelecimento, o sininho toca, chamando algumas atenções para mim, principalmente de Lauren que estava em uma mesa de canto, acenando.

- Bom dia! Desculpa pela demora. - Falo me sentando de frente para ela e coloco a bolsa no acento vazio.

- Cheguei quase agora também. Já fiz os nossos pedidos.

Acabo olhando demais para aquele sorriso que fode com o meu psicológico. Nunca imaginei estar apaixonada por uma mulher, mas foi inevitável.

- Eu queria me desculpar por ter saído daquele jeito ontem.

- Michelle, você não me deve desculpa alguma. Eu só quero que ao menos possamos ter uma amizade, eu não quero me afastar de você.

- Então você não quer algo sério? Você vai desistir de nós, mesmo eu te dando opções?

Seus olhos estão marejados e sua voz tinha certa angústia. Me parte o coração ver Lauren assim, e saber que sou eu a causadora de tudo isso me dói muito, como se eu estivesse levando uma facada nas costas.

- Por mais que eu queira, as coisas não vão funcionar tão rápido. Eu preciso de dinheiro, não posso atrasar o pagamento 3 clínica entre outras contas. Por mais que eu venda o meu carro, eu não darei conta de tudo.

A garçonete logo trás o nosso café, interrompendo a nossa conversa. Agradeço e logo ela se retira.

- Mas eu já falei que vou te ajudar. - A olho por cima do copo e a vejo soltando um longo suspiro. - Okay! Não vou insistir!

Um extenso e chato silêncio toma conta de nossa mesa. Ambas parecem perdidas em seus pensamentos, até que Lauren se pronuncia.

- E como a sua mãe está?

- Bem! - Minto.

O pouco que conheço de Lauren, já sei que se eu contar que preciso de uma quantia grande de dinheiro para daqui três ou quatro dias, ela vai querer me dar e eu preciso aprender a me virar sozinha.

Depois de muito silêncio, entramos em alguns assuntos aleatórios, todos puxados por Lauren. Ela me contou sobre alguns projetos que está criando com a sua amiga Ariana, e que seu pai foi atrás dela para lhe devolver o seu cargo na empresa, mas a mesma não aceitou com a proposta dela tirar da cabeça essa "coisa" de se relacionar com mulheres.

Um dos assuntos foi que a mesma havia contratado um investigador para saber de onde veio aquelas fotos de nós duas, achei um exagero, o estrago já havia sido feito. Mas ela tinha algumas suspeitas e quem tirou as fotos poderia expô-las se descobrir que ainda estamos nos vendo, podem publicá-las apenas para me prejudicar. Não sei porquê fariam isso, mas Lauren parecia esconder algo de mim.

Por volta das dez nos despedimos e fui para a agência. Na parte da tarde fui direto para a reunião com a marca de roupas. A reunião foi melhor do que eu esperava. Fechamos um pequeno contrato de quatro meses, a única parte ruim era que o meu contrato tinha ligação com a agência Alexa Model.

Na quarta de manhã começaremos com a seção de fotos. Se eu estou empolgada? Sim e muito!

Essa era uma grande abertura para o meu sucesso no mundo da moda.